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Fonte: Computerworld
[25/01/10]
Eletronet é tão importante como o pré-sal, diz Dilma Rousseff - por Daniela
Braun
Retomada de rede de fibra óptica da empresa vai assegurar inclusão digital via
banda larga e tornar o Estado mais ágil, afirma ministra-chefe da Casa Civil.
A recuperação da rede de fibra ótima da Eletronet pelo governo federal foi
destacada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como um “patrimônio
tão importante como o pré-sal”, que “pode tornar o Estado mais ágil”, por meio
da digitalização de serviços públicos, além de garantir o acesso à internet a
todos os brasileiros, tornando o governo mais transparente.
Em um discurso realizado na noite de sexta-feira (22/1) durante a inauguração da
nova sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia
da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd), ao lado do presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra descreveu o processo judicial
de três anos pela retomada da rede da Eletronet como “terrível, mas que de
alguma forma teve um final feliz”.
A empresa terceirizada pela Eletrobrás à norte-americana AES – que estava em
processo de falência – opera uma rede de fibras ópticas de 16 mil quilômetros em
18 Estados. Em conjunto com a Petrobras, a rede soma 21 mil quilômetros, que
serão usados na infraestrutura do Plano Nacional de Banda Larga. “Nós entramos
na justiça, ficamos brigando, brigando, brigando e conseguimos tomar de volta
este patrimônio tão importante como o pré-sal”, disse Dilma.
Para usar a estrutura da antiga Eletronet em projetos de inclusão digital com
acesso em banda larga, o governo fará parcerias, informou a ministra.
“Obviamente, nós iremos fazer as parcerias necessárias – nunca fomos contra
parcerias – mas o que nós vamos ter é o direito de saber que preço é possível
cobrar na casa de cada um de nós”, declarou.
A criação de uma "estatal de banda larga" foi defendida pelo presidente do
Sindpd, Antônio Neto. "Isso é fundamental principalmente para uma categoria como
a nossa", declarou em seu pronunciamento. "É só olhar, em todos os serviços que
foram privatizados nas telecomunicações, o abandono. Aquilo que não está nas
mãos do Estado tem preço alto e não é de qualidade boa".
Varinha mágica
Comparando a internet a uma varinha mágica, a ministra defendeu que a tecnologia
“pode tornar o Estado mais ágil” por meio da digitalização de serviços públicos
“Vamos lembrar sempre que a internet tem um condão, como uma varinha mágica. Ela
consegue combinar comunicação por voz, por dados e por imagem. Portanto, quando
você se ligar à internet, você poderá usufruir de todos os bens que ela traz. E
isso torna o Estado mais transparente”, disse a ministra.
Entre os exemplos de digitalização, Dilma citou um sistema de saúde com um
cartão único para os cidadãos e uma rede centralizada em todo o Brasil. “Nós
saberíamos quantas vezes uma pessoa fez tomografias, se ela está fazendo
tomografias demais ou não, saberíamos quanto se está cobrando por um serviço”.
TI e petróleo
A ministra-chefe da Casa Civil também defendeu a regulamentação das profissões
de tecnologia, que foi uma das demandas do presidente do Sindpd, Antônio Neto,
ao presidente Lula, durante a cerimônia. “Considero importantíssimo que a
profissão, que é diferenciada e tem características específicas, deva ser
regulamentada. O presidente determinou que fizéssemos um estudo específico para
isso.”
A ministra reconheceu a importância do setor para a própria exploração do
pré-sal. “É inconcebível a exploração do pré-sal sem a aplicação da TI. A
exploração não pode ser feita só pelo homem, ela tem de ser informatizada, ela
tem de ser feita até por robôs, que são operacionalizados via TI”.
Dilma concluiu seu discurso falando de inovação e da importância do setor para
posicionar o Brasil como a quinta economia do mundo até 2030, citando uma
previsão recente da PriceWaterhouseCoppers. “A tecnologia da informação é igual
ao petróleo. Ela precisa necessariamente de vontade política para resultar em
crescimento econômico em vantagens do Brasil no que se refere à toda a sua
colocação no mercado internacional porque nós temos de ser exportadores de
inteligência.”