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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[04/05/10]
União injetará R$ 3,22 bi na Telebrás até 2014 - por Miriam Aquino
O Plano Nacional de Banda Larga, apresentado hoje pelo governo, prevê uma
capitalização direta do orçamento da União de R$ 3,22 bilhões na holding
Telebrás em três anos, visto que a previsão do governo é de que a empresa
tenha resultados financeiros negativos (ou seja, prejuízos) nos três
primeiros anos de operação. “Até o terceiro ano, a empresa apresentará
resultados negativos, mas a partir do quarto ano, começará a apresentar
resultados positivos”, afirmou o assessor do presidente Lula, Cezar Alvarez.
Segundo o secretário de Logística e TI do Ministério do Planejamento,
Rogério Santanna, os resultados negativos iniciais previstos não significam
que a empresa terá um desempenho ruim, visto que, afirmou, as projeções do
governo apontam para margem de EBITDA ( que é a razão entre o fluxo de caixa
da empresa e sua receita líquida) de 13% em seu primeiro ano de operação, de
25% no segundo, de 38% no terceiro e de 44% no quarto ano. “Em dez anos, a
margem de EBITDA da empresa será de 51%, maior do que a da maioria das
operadoras privadas”, afirmou o secretário.
Estas contas incluem as receitas com a venda no atacado para o mercado
privado da capacidade da rede que irá compor o backbone ao preço de R$
230,00 (para que ele chegue na ponta, para o usuário final por R$ 35,00) e a
venda da infraestrutura para os grandes detentores das redes corporativas do
governo federal (Serpro, Dataprev, Datasus, ECT e RNP), que deixarão de
contratar os links no mercado privado e passarão a contratar a capacidade da
Telebrás. Nas despesas, estarão presentes os investimentos na rede.
Segundo Santanna, a Telebrás será uma empresa enxuta – começa com 60
empregados – e pretende terceirizar toda a operacionalização da rede. As
primeiras licitações serão para a aquisição dos equipamentos para iluminar
as fibras que estão apagadas.
Conforme o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não há qualquer
intenção do governo em fechar o capital da Telebrás, que, segundo ele,
continuará vinculada ao Ministério das Comunicações. Mas para que a empresa
possa começar a funcionar de fato com as novas atribuições – quando será
convocada uma assembleia de acionistas – terá que ser assinado o Decreto do
presidente Lula, o que só ocorrerá nas próximas duas semanas.
Dívida
A ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, disse que a dívida da Telebrás não
soma mais do que R$ 280 milhões. Embora em seu balanço, a empresa informe a
existência de um passivo a descoberto de R$ 1,2 bilhão. A ministra afirmou
ainda que, embora a infraestrutura a ser usada pelo governo - a rede da Eletronet - ainda faça parte de uma disputa judicial, o governo entende que
o ativo, que foi repassado para as concessionárias, faz parte do poder
concedente.