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Fonte: Teletime
[06/08/13]
Metade das ERBs instaladas está sem licenciamento municipal, estima Nokia
Siemens - por Helton Posseti
Enquanto o Congresso Nacional discute a chamada Lei Geral das Antenas para
facilitar a instalação de estações radiobase (ERBs), estimativa do chairman da
Nokia Siemens Networks, Aluízio Byrro, dá conta de que cerca de metade das ERBs
no País está em fase de licenciamento municipal, mesmo que já instalada e em
funcionamento.
Segundo ele, a complexidade e a diversidade das legislações que disciplinam a
instalação de antenas são uma barreira para a expansão dos serviços. Além disso,
Byrro mencionou o impacto da alta carga tributária no apetite do brasileiro para
consumir os serviços de telecomunicações.
A receita média mensal por usuário (ARPU, na sigla em inglês) no Brasil, diz
ele, é de menos de US$ 10, enquanto que a média na América Latina é de mais ou
menos US$ 20. Em relação ao MOU (Minutes of use) o Brasil também está atrás da
América Latina: na média, o Brasil tem 100 minutos de uso por mês e a média da
América Latina, 140. Outros países do mundo estão muito à frente, como os EUA,
com 800 minutos.
Diante deste cenário, as empresas que atuam no Brasil apresentam baixo retorno
sobre capital investido em relação a outras empresas de telecom no mundo.
Segundo Byrro, na Oi e na TIM esse percentual é de 5%, enquanto que a média
mundial é de 10%. Para ele, embora o investimento das teles tenha crescido ao
longo dos anos, é preciso garantir que essa trajetória de crescimento possa
continuar. "Esse é um ponto de atenção: como as empresas poderão continuar com o
seu nível de investimento", afirma ele. Em 2012, as operadoras investiram R$ 25
bilhões.
Byrro participou de audiência pública na Câmara dos Deputados sobre os
resultados do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Ele compara o programa
brasileiro com o europeu. Na Europa, estimou-se um investimento de 270 bilhões
de euros para cobrir toda a Europa com acesso de 30 Mbps. Segundo Byrro,
contudo, dois terços desse investimento serão aportados pelo Estado.
O executivo acredita que a Telebras deveria atender o cliente final naquelas
regiões onde as empresas não terão retorno sobre o investimento. Essa
alternativa fazia parte dos planos iniciais da estatal, ainda sob gestão de
Rogério Santanna, e foi, inclusive, o motivo da sua demissão.