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Fonte: Convergência Digital
[18/06/13]
Lei das Antenas ganha novos adversários na Câmara - por Luís Osvaldo
Grossmann
Como se em uma realidade paralela, deputados, representantes das teles,
Ministério das Comunicações, Anatel e Tribunal de Contas da União usaram a manhã
desta terça-feira, 18/6, para tratar de um novo projeto de lei que agilize a
instalação de infraestrutura de telecom. O curioso é que essa audiência
qualificada não discutiu o PL 5013/2013, já aprovado no Senado e que poderia ser
levado diretamente ao Plenário da Câmara. Ao contrário, haverá um esforço para
impedir que isso aconteça.
“Já conversei com o [secretário-geral da Mesa Diretora] Mozart [Vianna] e o PL
5013 não será votado antes de concluirmos nossos trabalhos no grupo”, afirmou o
deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Presidente da comissão de Integração
Nacional, Goergen, ao lado do colega Edinho Bez (PMDB-SC), que lidera a comissão
de Fiscalização e Controle, é o idealizador do grupo de trabalho criado para
discutir as mazelas do setor de telecomunicações. “Aquele projeto é bom, mas
talvez não esteja completo”, emendou.
A reunião desta terça é consequência de duas audiências públicas realizadas
conjuntamente pelas duas comissões da Câmara mencionadas. Na primeira delas, os
parlamentares se indignaram com a ausência dos principais executivos das teles.
Na segunda, os presidentes das empresas estavam presentes, mas apenas para
assistir. O clima de conciliação, no entanto, gerou o tal grupo de trabalho,
agora formalmente instalado.
Em quase duas horas de conversa, no entanto, o tema dominante foi mesmo o que se
poderia alcunhar de uma nova Lei das Antenas. A necessidade de rapidez foi
pontuada, e o objetivo é que as partes encaminhem sugestões para que esse
projeto seja elaborado até agosto. Apesar da suposta celeridade, nem os
deputados, nem as empresas, nem o governo, nem a Anatel acharam conveniente
discutir o requerimento de urgência para que a Lei das Antenas original seja
votada imediatamente no Plenário da Câmara.
Depois de encerrada a reunião do grupo de trabalho, provocado pela imprensa, o
secretário de Telecomunicações do Minicom, Maximiliano Martinhão, insistiu que a
prioridade é o PL 5013/2013. “É importante que esse projeto tenha uma tramitação
célere aqui na Câmara. É um guarda-chuva para orientar os municípios, frente a
uma série de legislações diferentes sobre esse tema”, afirmou. Os deputados
presentes, como visto, parecem ter uma ideia diferente.
Não chega a ser uma completa surpresa. Embora houvesse de início interesse na
urgência do projeto de lei, foram aparecendo requerimentos para que o PL
circulasse por várias outras comissões temáticas além das quatro originalmente
previstas. A leitura, reservada, do Minicom e das operadoras é de que vários
parlamentares querem assumir a paternidade dessa legislação. E colaborou para
isso uma disputa de interesses partidários sobre proposições que nada têm a ver
com a Lei das Antenas.
Supostas beneficiárias da aprovação rápida do PL 5013, as operadoras claramente
aceitaram dançar ao ritmo proposto pelos deputados das comissões de Integração
Regional e Fiscalização e Controle, acreditando que ainda será possível garantir
a urgência da Lei das Antenas. É que houve um claro aceno para que sejam
desmobilizadas duas CPIs contra as teles em andamento, ambas no Rio Grande do
Sul, pela Assembleia Legislativa e pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre.