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Leia na Fonte: Teletime
[22/08/18]
Nova lei das antenas em São Paulo está pronta, mas aguarda votação - Bruno
do Amaral
Uma nova lei municipal para modernizar as regras de instalação de antenas em São
Paulo há muito é prometida, mas há agora um esforço concentrado para a sua
votação e aprovação na Câmara. De acordo com o secretário de inovação e
tecnologia da prefeitura paulista, Daniel Annenberg, a modificação principal
troca o licenciamento de edificação para equipamentos, o que simplifica o
processo. Alem disso, há redução na burocracia com a autodeclaração.
"Sou otimista por natureza, eu diria que estamos nos finalmentes", declarou
Annenberg durante workshop de telecomunicações na Fiesp nesta quarta-feira, 22.
Ele lembra que se trata de um substitutivo, e que o PL original já havia passado
por votação. "O projeto tem todo o apoio da prefeitura, do prefeito Bruno Covas,
do secretário Júlio Semeghini, e de nossa parte está redondo, depende
basicamente da Câmara Municipal", afirmou.
Junto com operadoras, o secretário diz ter visitado a Câmara para esclarecer
dúvidas sobre o projeto e pressionar a votação. "Aos poucos, estão entendendo a
questão. Acho que está caminhando e vai aprovar, só não sei dizer quando."
Há uma demanda pelo serviço móvel em São Paulo. A média na cidade é de 3.375
habitantes por estação radiobase, mas há locais com proporções maiores: Cidade
Tiradentes tem 16.913 ERBs por habitante; José Bonifácio, 13.546; e M'boi Mirim,
há 566 mil habitantes para uma antena. No último ranking da Cidade Amiga da
Banda Larga, a capital paulista ficou em penúltimo lugar, na 99ª posição.
Nacional
A necessidade de modernização da legislação não é apenas em São Paulo. O
presidente executivo da Federação Brasileira de Telecomunicações (Febratel),
Eduardo Levy, ressaltou a importância de uma mudança urgente para que as
tecnologias 5G e Internet das Coisas possam prosperar no País. "O Brasil tem 90
mil antenas hoje; a China está instalando um milhão por ano, porque é a política
de cobrir o país inteiro", compara. Ele cita ainda com a Itália, que possui
extensão territorial do tamanho do Rio Grande do Sul, mas conta com a mesma
quantidade de ERBs que o Brasil inteiro.
Levy disse que um dos principais problemas são as exigências técnicas para
instalação de antenas em legislações municipais, apesar de ser competência da
União. Em particular, chama atenção para exigências baseadas em limites de
exposição humana a campos eletromagnéticos, o que levou a casos como o da cidade
de Piracicaba (SP), que não queria permitir a instalação de antenas a menos de
100 metros de qualquer residência. Por outro lado, citou casos de sucesso com a
incorporação da Lei das Antenas (nº 13.116/2015), como em Goiânia, onde um
decreto promulgado em 2017 permitiu o procedimento automatizado para obtenção
facilitada do alvará de licenciamento.
Para ele, as telecomunicações não são prioridades no País – pelo contrário, as
políticas relacionadas ao setor têm alto impacto tributário pelo viés
arrecadatório. "Se não formos radicais em questões como 5G e IoT, não vamos
resolver", declara."Se não houver mudança radical, o País não vai conseguir
conectar o que precisa", concluiu.