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Leia na Fonte: Teletime
[21/10/20]
Lei das Antenas agora tem desafio de mudar cultura para compartilhamento -
por Bruno do Amaral
O diretor para aprimoramento em ambiente de investimentos do Ministério das
Comunicações, Artur Coimbra, acredita que a regulamentação da Lei das Antenas
(Lei 13.116/2015) pode trazer uma otimização dos investimentos em rede para as
operadoras. Segundo afirmou durante workshop da Anatel nesta quarta-feira, 21,
há agora base para incentivar o compartilhamento de infraestrutura passiva, como
dutos e postes.
É necessário também uma mudança de cultura. Coimbra conta como exemplo o setor
de construção civil para a colocação de cabeamentos modernos em novas obras. "Em
regra, ensina-se na universidade, no âmbito da construção civil, projetos de
telecom da mesma maneira que era nos anos 70, com um ponto de telefone fixo na
sala, um duto, um mero par trançado, e é isso. É algo muito obsoleto para a
realidade que vivemos hoje", afirma.
Conforme o art. 29 da Lei das Antenas, agora se prevê que a obra deverá ser
executada com dutos, condutos e casa de passagem que permita a instalação da
fibra nos termos das normas técnicas de edificações. "Nossa constatação é que,
passados cinco anos da sanção da lei, não houve mobilização dos órgãos de gestão
técnica. Por isso o ministério tem empenho maior nesse assunto, para maior
efetividade".
Artur Coimbra, que ainda aguarda a nomeação como secretário de telecomunicações
do Minicom, lembrou também que a regra do direito de passagem com a política de
"dig once" (que determina a pré-instalação de dutos para os cabos de
telecomunicações) "não foi fácil" de se conseguir no decreto 10.480/2020. Por
isso, diz ter sido necessário forte articulação interministerial para ser
incluída.
Preço de referência
Coimbra reitera a posição que a Anatel assumiu desde a resolução conjunta com a
Aneel para o uso de postes: o preço regulado é último recurso, "quando não tem
nenhuma outra solução para estimular a competição ou outros remédios de
compartilhamento". Além disso, coloca que a tarifação do setor elétrico tem um
desenho regulatório que precisa enxergar a ocupação como uma oportunidade. "Tem
que prever também como um negócio, e não como encargo a ser suportado pela
distribuidora", opina.gab_ant_20