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Fonte: adNEWS
[08/03/06]
Anatel apresenta projeto do rádio digital no Senado
O conselheiro substituto da Anatel, Ara Apkar Minassian, apresentou ao
Conselho de Comunicação Social (CCS) do Senado Federal um panorama da
digitalização da radiodifusão sonora no Brasil. A sessão foi presidida
pelo conselheiro do CCS, Arnaldo Niskier.
Durante a sessão de apresentação, Minassian afirmou que a digitalização
será um salto para a revitalização da radiodifusão sonora, devido à
qualidade de áudio próxima à de um CD para as emissoras de ondas médias
e curtas, as quais se tornarão tão atrativas para o ouvinte e o
anunciante como hoje são as emissoras FM.
O conselheiro relacionou as seis emissoras que obtiveram autorização
para realizar testes com o sistema de rádio digital na faixa de
freqüência modulada (FM) e outras cinco que preferiram fazer
experimentos na faixa de ondas médias (OM). Todas elas optaram pelo
sistema norte-americano IBOC, por ser hoje o mais desenvolvido para
fazer a transmissão digital no mesmo canal da estação analógica e ter
custo de implementação baixo.
Já a Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB) realizou
testes em ondas curtas (OC) com o sistema DRM, desenvolvido por um
consórcio internacional.
Minassian adiantou que a Anatel está prestes a autorizar mais uma
instituição a realizar testes com sistema DRM: a emissora estatal
Radiobrás (em Brasília e no Rio de Janeiro), em ondas médias (OM).
O sistema DRM acaba de desenvolver a possibilidade de utilização do
mesmo canal da estação em OM, tanto para o sinal analógico como para o
digital, o que representa menores custos para sua implementação.
O conselheiro informou, ainda, que até o momento não houve interesse dos
radiodifusores na realização de testes com os sistemas Eureka (europeu)
e NISDB-T (japonês). O europeu tem alto custo de implementação, e
operação fora da faixa do canal de FM, o que por sua vez também tem
encarecido o preço dos receptores. Já o segundo, pode vir a despertar
interesse quando da definição do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD),
visto que ele é compatível com o padrão de televisão digital ISDB-T.
Cerca de 95% da população brasileira tem acesso ao rádio, conforme
Minassian, o que dá uma medida da importância e alcance desse meio de
comunicação no país. "Ele exerce papel fundamental no interior e na
Amazônia", assegurou, destacando as transmissões em ondas médias e
curtas, que têm maior alcance e cobertura.
A cada seis meses, explicou o conselheiro, as emissoras que realizam
testes terão de gerar relatórios sobre a funcionalidade, vantagens e
desvantagens obtidos nos seus experimentos. Esses relatórios serão
disponibilizados na página da agência na internet (www.anatel.gov.br),
para acesso da população em geral e em especial aos radiodifusores, para
comentários e avaliação final da Anatel.
Por enquanto, a falta de oferta de receptores de rádio digital no país é
uma barreira que torna os testes com sinal digital inacessíveis à
população, mas Minassian acredita que, em breve, essa questão será
superada com a entrada inicial de produtos importados e o progressivo
crescimento da produção pela indústria nacional. "Não cabe aqui
pensarmos em um sistema que promova a exclusão social; o modelo terá de
atender também à população de baixa renda", afirmou. "Para massificar o
rádio digital acredita-se que o processo deve se iniciar por receptores
instalados em automóveis; sendo que nas residências acontecerá num
segundo momento."
De acordo com Minassian, haverá um período no processo de digitalização
em que o ouvinte terá ao seu dispor tanto o sinal analógico quanto o
digital (simulcasting), para não prejudicar os que ainda possuam
aparelhos analógicos. Durante o período de simulcasting poderão ocorrer
interferências entre transmissões analógicas e digitais. Isso deixará de
ocorrer no momento em que seja desligado o sinal analógico, quando será
possível perceber as melhores características do sinal digital -
robustez, baixo nível de ruídos e eficiência no uso do espectro.
O conselheiro esclareceu que a Anatel se limitará a analisar o processo
de digitalização pelo ponto de vista técnico. Eventuais desdobramentos
de caráter político, como fixação de políticas públicas, política
industrial e outros, estão fora do âmbito dos experimentos atuais. O
objetivo da agência é colocar à disposição da sociedade e das
autoridades envolvidas o resultado dos testes alcançados após avaliação
procedida por 13 instituições privadas e públicas, radiodifusores e
universidade.