Teste para mudança da freqüência de rádio de
analógico para digital deve ser feito com
exclusividade na Universidade de Brasília (UnB) no mês de julho. Hoje
professores da UnB, técnicos da empresa de comunicação da Radiobrás e do
Ministério das Comunicações reuniram-se para debater sobre
o teste de transmissão da freqüência AM no rádio. O
sistema escolhido para a realização dos testes na Radiobrás foi o DRM -
Digital Radio Mondiale - que possui transmissão para
radiofusão em ondas médias e curtas. Ou seja, freqüências abaixo de 30 mega
hertz (MHz).
Segundo a chefe do departamento de rádio da
Radiobrás, Sofia Hammoe, o teste pretende observar as vantagens e
desvantagens do DRM para que se possa estabelecer uma concorrência mais
justa entre outros sistemas. "A quantidade de rádios em funcionamento vai
depender muito do padrão escolhido para convergência tecnológica do
rádio. Mas é preciso ter em mente que as rádios
comunitárias, por exemplo, também precisam ter espaço", disse.
Para ela, existem alguns padrões tecnológicos que dão preferência aos
setores comerciais. "É preciso democratizar o sistema, pois há, atualmente,
uma emissora de rádio que ocupa um espaço onde
poderia ter quatro".
Na avaliação do professor de telecomunicações da UnB, Lúcio Martins, há dois
sistemas que podem ser implantados aqui no Brasil: o DRM e o Iboc (In Band
on Channel), também conhecido como HD Rádio. "Ainda
estamos em discussão para saber qual será o melhor modelo para utilizar no
rádio, da mesma maneira que foi feito com o da TV
[quando o Brasil optou pelo padrão japonês para transmissão dos programas]".
De acordo com ele, muitas emissoras de rádio já
optaram pelo sistema Iboc, pois ele já está disponível há mais tempo no
mercado, inclusive no uso dos aparelhos de som. Há cerca de uma semana, o
ministro das Comunicações Hélio Costa informou que pretende definir o padrão
para a transmissão de rádio digital
até setembro de 2008. Alguns empresários radiofusores já têm preferência
pelo padrão Iboc, como a Associação Brasileira de Emissoras de
Rádio e Televisão (Abert).
"Tenho conhecimento de pelo menos umas 15 emissoras comerciais que, filiadas
à Abert que já fazem uso do padrão Iboc sem ter o conhecimento de outros
padrões", disse o professor da UnB. "Ninguém [empresas de radiofusão] quis
optar por testes com o outro sistema. E nós achamos importante para poder
estabelecer um comparativo entre os dois sistemas".
A freqüência de ondas médias é uma radiofusão para coberturas regionais e
locais. Já a freqüência de ondas curtas é mais abrangente, podendo chegar
até transmissões no exterior.