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Fonte: Midia Clipping
[12/01/09]
Abert faz esclarecimento sobre matéria a respeito do Rádio Digital ["Hélio
Costa abandona projeto de Rádio Digital"]
Matéria publicada hoje na Rádio Agência:
No dia 29 de dezembro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria intitulada
"Hélio Costa abandona projeto de Rádio Digital".
Além de questionar a decisão do ministro de implementar a nova tecnologia de
rádio no país, o autor do texto, jornalista Ethevaldo Siqueira, é impreciso
sobre a posição da Abert em relação ao padrão Iboc e sua versão HD Radio, da
empresa Ibiquity dos Estados Unidos.
Diante da necessidade de reparar os equívocos da matéria, a Associação
Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão esclarece aos seus associados que:
1. O conteúdo do artigo "E o Rádio Digital? Uma análise responsável", assinado
pelo ministro Hélio Costa, em O Estado de Minas (dia 21 de dezembro de 2008),
citado pelo jornalista como fonte de sua matéria, não confere com as informações
veiculadas.
2. No artigo, o ministro Hélio Costa faz uma análise da implantação do rádio
digital no mundo e anuncia que irá indicar as "ferramentas que devem compor a
arquitetura do Rádio Digital", ou seja, refere-se à consulta pública anunciada
para 2009 que irá prever as exigências para o novo sistema.
3. Em 2007, o ministro das Comunicações solicitou à Abert a realização de testes
do padrão Iboc (In-Band On-Channel, na mesma faixa, no mesmo canal), e
recomendou o acompanhamento de uma instituição de reconhecida competência
técnica. A Abert contratou a Universidade Presbiteriana Mackenzie para, por meio
de seu Laboratório de Rádio e TV Digital, elaborar a metodologia e realizar os
testes dentre as emissoras autorizadas a experimentar o padrão, com base nos
guias emitidos pela Anatel. A instituição havia desenvolvido os testes para o
Sistema Brasileiro Terrestre de TV Digital (SBTVD).
4. Os testes e estudos com o padrão Iboc foram executados durante nove meses, em
quatro emissoras comerciais - duas OM e duas FM -, dentre as 20 rádios já
autorizadas pela Anatel a operar em caráter experimental. O trabalho contou com
a contribuição da Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) e de
Associações Estaduais de Emissoras de Rádio e Televisão.
5. A Abert considera o Iboc o padrão mais adequado para o contexto da
radiodifusão brasileira. Por isso, optou por testá-lo. As suas principais
vantagens são:
- não exige destinação de nova faixa de freqüência;
- adapta-se às características atuais das estações, possibilitando uma transição
suave da tecnologia analógica para a digital;
- pode ser implementado tanto nas emissoras de onda média (OM) como nas de
freqüência modulada (FM); e
- permite a utilização da mesma infra-estrutura de transmissão existente nas
estações.
6. Apesar disso, os testes indicaram que o sistema HD Radio deve ser
aperfeiçoado, pelas seguintes razões:
- o sistema HD Radio, no atual estágio de desenvolvimento tecnológico, melhora o
desempenho com relação à modulação analógica, mas na faixa de OM ainda demanda
melhorias na robustez; e
- mesmo já tendo sido adotado oficialmente em seu país de origem, o sistema
continua em processo de evolução e deverá desenvolver versões mais robustas,
mais imunes ao ruído urbano, crescente nos grandes centros.
7. A Abert, entretanto, continua defendendo a digitalização do rádio brasileiro
e reforça o entendimento sobre a adequação do padrão Iboc. Eis mais algumas das
razões:
- as emissoras podem operar em seu próprio canal, o que não implica em
planejamento de canais, possibilita o aproveitamento da planta tecnológica
instalada e reforça a fidelização do público ouvinte;
- o público ouvinte continua a sintonizar sua rádio no sistema analógico, sem a
necessidade imediata de adquirir novos receptores, já que as transmissões
híbridas permitem a simultaneidade dos sinais analógico e digital; e
- cada radiodifusor poderá iniciar a transição conforme sua disponibilidade e
estratégia.
8. Para 2009, espera-se a realização da consulta pública, anunciada pelo
ministro das Comunicações em audiência para a entrega do relatório dos testes do
padrão Iboc, em dezembro último, com a presença de representantes do segmento da
radiodifusão e da Universidade Mackenzie. A consulta permitirá aos fabricantes
apresentarem seus sistemas e, ao governo brasileiro, definir as características
e pré-requisitos que melhor atendam ao interesse público e à necessidade de
atualização tecnológica das emissoras de rádio.
Daniel Pimentel Slaviero
Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão - Abert
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Comentário de leitor
Sem querer ser preconceituoso, já sendo, não ponho a minha mão no fogo por
nada publicado no Estadão que tenha relação com o governo Lula ou qualquer
governo do PT e aliados. O Estadão é bem transparente nesse aspecto: é
antiesquerda, antiLula, antiPT - tudo sem hífen? -, independente do quando Lula
e PT sejam ou deixem de ser de esquerda. Então pode ser mesmo que o artigo de
Hélio Costa usado como fonte não corresponda com o que foi publicado... Mas bem
que a Abert, envolvida nos testes desde o início, e o ministro podiam ter
combinado um posicionamento mais sólido, não?
Repito o que escrevi agora há pouco: em vez de implantar às pressas um padrão de
rádio digital precário, por que não estimular o desenvolvimento do que está mais
"fácil", pelo menos enquanto se trabalha com mais calma no rádio digital
gratuito?