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Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Fonte: Ethevaldo Siqueira
[15/01/09]
Abert contesta artigo, Ethevaldo responde
Ethevaldo responde, parágrafo por parágrafo (O texto
da Abert está transcrito mais abaixo)
Na resposta à Abert, o jornalista Ethevaldo Siqueira diz, entre outras coisas,
que a entidade deveria contestar a posição do ministro Hélio Costa.
Na abertura do texto, a Abert diz que o artigo de minha coluna questiona a
posição do ministro das Comunicações, Hélio Costa. Não é verdade, meu artigo até
aplaude a decisão específica de recuar diante do padrão Iboc. Diz também que o
artigo é impreciso. Nunca um texto foi tão claro, como demonstramos abaixo,
quanto o de minha coluna intitulada Hélio Costa abandona projeto de Rádio
Digital.
1. Não há nenhum equívoco a ser reparado pela Abert. Ninguém é contra a
digitalização do rádio brasileiro, desde que exista tecnologia amadurecida e
aprovada em todos os testes que o País deve conduzir. Foi exatamente a posição
do ministro Hélio Costa.
2. Nossos leitores podem comparar o texto do artigo do ministro Hélio Costa
publicado no jornal Estado de Minas com o texto de nossa coluna e concluir que a
Abert não tem razão quando afirma que aquele artigo, “citado como fonte de sua
matéria, não confere com as informações veiculadas”. O ministro das Comunicações
nunca foi tão claro na rejeição a qualquer tecnologia de digitalização do rádio,
a começar do padrão Iboc, citando diversos testemunhos de alta credibilidade em
sua argumentação. É contra a posição do ministro que a Abert deveria lutar, não
contra minha posição ao comentar as mudanças de opinião de Hélio Costa.
3. Minha coluna não fez nenhuma referência aos testes conduzidos pelo Mackenzie.
4. Igualmente, não fiz referência aos testes feitos pelas emissoras (que, por
sinal, não foram satisfatórios – segundo informações da maioria delas).
5. Apenas a Abert “considera o Iboc o padrão mais adequado para o contexto da
radiodifusão brasileira”. Os testes feitos pelo Mackenzie não o recomendam para
a radiodifusão brasileira, no estado atual de seu desenvolvimento, como também
não aprovam nenhum outro padrão. O artigo do ministro Hélio Costa confirma essa
realidade.
6. Esse parágrafo nada mais faz do que confirmar a necessidade de
aperfeiçoamento do padrão Iboc. Por que, então, não esperar que sejam corrigidas
as suas insuficiências e problemas?
7. Nós, também, continuamos defendendo a digitalização do rádio brasileiro. Mas
com responsabilidade, sem açodamento, com a maior transparência e independência,
em favor das emissoras e, principalmente, dos milhões de radio-ouvintes
brasileiros.
8. O resto é futuro, com a apresentação de todas as tecnologias disponíveis,
amadurecidas, plenamente desenvolvidas. É para isso que existe o Ministério das
Comunicações.
Reiteramos nosso respeito à radiodifusão brasileira, por sua contribuição
histórica à cultura, à democracia e ao desenvolvimento do Brasil. Respeitamos,
igualmente, a Abert por seu passado. Por isso, e só por isso, estranhamos sua
insistência em defender uma solução comercial de tecnologia que nem em seu país
de origem tem dado bons resultados. Quando isso ocorrer, caberá ao Ministério
das Comunicações e à Anatel retomar os testes e, em função de seus resultados,
adotar o padrão Iboc no Brasil. Antes disso, é, no mínimo, questionável, a
pressa e o desespero da entidade em causa.
São Paulo, 15 de janeiro de 2009
Ethevaldo Siqueira
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Fonte: Midia Clipping
[12/01/09]
Abert faz esclarecimento sobre matéria a respeito do Rádio Digital
“No dia 29 de dezembro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria
intitulada Hélio Costa abandona projeto de Rádio Digital. Além de questionar a
decisão do ministro de implementar a nova tecnologia de rádio no país, o autor
do texto, jornalista Ethevaldo Siqueira, é impreciso sobre a posição da Abert em
relação ao padrão Iboc e sua versão HD Radio, da empresa Ibiquity dos Estados
Unidos.
Diante da necessidade de reparar os equívocos da matéria, a Abert – Associação
Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão esclarece aos seus associados que:
1. O conteúdo do artigo E o Rádio Digital? Uma análise responsável, assinado
pelo ministro Hélio Costa, em O Estado de Minas (dia 21 de dezembro de 2008),
citado pelo jornalista como fonte de sua matéria, não confere com as informações
veiculadas.
2. No artigo, o ministro Hélio Costa faz uma análise da implantação do rádio
digital no mundo e anuncia que irá indicar as "ferramentas que devem compor a
arquitetura do rádio digital", ou seja, refere-se à consulta pública anunciada
para 2009 que irá prever as exigências para o novo sistema.
3. Em 2007, o ministro das Comunicações solicitou à Abert a realização de testes
do padrão Iboc (In-Band On-Channel, na mesma faixa, no mesmo canal), e
recomendou o acompanhamento de uma instituição de reconhecida competência
técnica. A Abert contratou a Universidade Presbiteriana Mackenzie para, por meio
de seu Laboratório de Rádio e TV Digital, elaborar a metodologia e realizar os
testes dentre as emissoras autorizadas a experimentar o padrão, com base nos
guias emitidos pela Anatel. A instituição havia desenvolvido os testes para o
Sistema Brasileiro Terrestre de TV Digital (SBTVD).
4. Os testes e estudos com o padrão Iboc foram executados durante nove meses, em
4 emissoras comerciais – duas OM e duas FM –, dentre as 20 Rádios já autorizadas
pela Anatel a operar em caráter experimental. O trabalho contou com a
contribuição da Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) e de associações
estaduais de emissoras de rádio e televisão.
5. A Abert considera o Iboc o padrão mais adequado para o contexto da
radiodifusão brasileira. Por isso, optou por testá-lo. As suas principais
vantagens são:
- não exige destinação de nova faixa de freqüência;
- adapta-se às características atuais das estações, possibilitando uma transição
suave da tecnologia analógica para a digital;
- pode ser implementado tanto nas emissoras de onda média (OM) como nas de
frequência modulada (FM); e
- permite a utilização da mesma infraestrutura de transmissão existente nas
estações.
6. Apesar disso, os testes indicaram que o sistema HD Radio deve ser
aperfeiçoado, pelas seguintes razões:
- o sistema HD Radio, no atual estágio de desenvolvimento tecnológico, melhora o
desempenho com relação à modulação analógica, mas na faixa de OM ainda demanda
melhorias na robustez; e
- mesmo já tendo sido adotado oficialmente em seu país de origem, o sistema
continua em processo de evolução e deverá desenvolver versões mais robustas,
mais imunes ao ruído urbano, crescente nos grandes centros.
7. A Abert, entretanto, continua defendendo a digitalização do rádio brasileiro
e reforça o entendimento sobre a adequação do padrão Iboc. Eis mais algumas das
razões:
- as emissoras podem operar em seu próprio canal, o que não implica planejamento
de canais, possibilita o aproveitamento da planta tecnológica instalada e
reforça a fidelização do público ouvinte;
- o público ouvinte continua a sintonizar sua rádio no sistema analógico, sem a
necessidade imediata de adquirir novos receptores, já que as transmissões
híbridas permitem a simultaneidade dos sinais analógico e digital; e
- cada radiodifusor poderá iniciar a transição conforme sua disponibilidade e
estratégia.
8. Para 2009, espera-se a realização da consulta pública, anunciada pelo
ministro das Comunicações em audiência para a entrega do relatório dos testes do
padrão Iboc, em dezembro último, com a presença de representantes do segmento da
radiodifusão e da Universidade Mackenzie. A consulta permitirá aos fabricantes
apresentarem seus sistemas e, ao governo brasileiro, definir as características
e pré-requisitos que melhor atendam ao interesse público e à necessidade de
atualização tecnológica das emissoras de rádio.”
Daniel Pimentel Slaviero
Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão -
Abert