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Fonte: Telaviva
[20/10/09]
Digitalização rápida do rádio é questão de sobrevivência, diz Abert - por
Mariana Mazza
Em debate nesta terça-feira, 20, na Comissão de Ciência e Tecnologia,
Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados sobre a digitalização
dos sistemas de rádio e televisão no Brasil, a recente iniciativa do governo de
fazer mais testes com o padrão europeu DRM (Digital Radio Mondiale) foi
comentada com preocupação pela Abert. O conselheiro da associação, Evandro
Guimarães, falou da importância de uma escolha rápida de qual modelo será
adotado para que o setor não seja prejudicado no processo de transição. "Para as
emissoras de rádio, é digitalizar ou ficar em grande dificuldade para
sobreviver", declarou o executivo.
Guimarães deixou clara a preferência do segmento pelo padrão norte-americano
Iboc (In-Band-On-Channel) ao contar que diversas emissoras já compraram
equipamentos com esta tecnologia e aguardavam apenas o anúncio de uma decisão. O
maior temor é que o Brasil fique muito defasado em relação aos demais países do
mundo na definição de um padrão, como ocorreu no caso das televisões. "Nós já
nos atrasamos em cerca de dez anos para esta transição", afirmou, em relação à
digitalização das TVs.
O superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Apkar
Minassian, ponderou sobre as deficiências dos dois padrões em relação ao
atendimento das rádios em funcionamento no país. Enquanto o Iboc não atende as
rádios que operam em ondas curtas e tropicais, o DRM ainda está em período de
reconhecimento como padrão para o FM. Ele confirmou que novos testes serão
executados, mas não fez considerações sobre as análises já realizadas. "Os
resultados dos testes não foram conclusivos e agora vamos fazer novos", afirmou.
A atenção da Anatel é para o fato de que, ao contrário da migração das TVs, não
há canais disponíveis para a transição nas rádios, obrigando que as emissoras
usem o mesmo canal para as transmissões analógica e digital. Esse aspecto pode
contribuir para o aumento de interferências, que a agência quer evitar. Apesar
dos obstáculos, Minassian acredita que, até o fim do ano, o processo de testes
deve estar concluído. - por Mariana Mazza