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Fonte: A Minha Rádio
[11/09/09] Digital
Radio Mundiale: Norma DRM+ experimentada com sucesso em Paris
A tecnologia actualizada da norma Digital Radio Mondiale (DRM) foi recentemente
testada em Paris com sucesso. O sinal DRM+ foi emitido na frequência de 64.5MHz
a partir da Tour Pleyel, um edifício localizado a Norte de Paris e foi recebido
nas instalações do Conselho Superior do Audiovisual (CSA) entidade que regula os
vários meios de comunicação em França.
O CSA está localizado a 10 Km do ponto de transmissão, mas o sinal foi recebido
em boas condições, tendo sido emitido apenas com 400 watts de potência.
Depois desta emissão bem sucedida, o consórcio DRM+ emitiu já uma recomendação
para o governo britânico no sentido de reconsiderar a utilização exclusiva da
tecnologia DAB, conforme advogado no recente relatório "Digital Britain".
Este sucesso posiciona o padrão DRM+ como uma solução perfeita para estações de
rádio que não desejam aderir aos multiplexers DAB, mesmo em locais onde a banda
FM está saturada.
O DRM + amplia o standard DRM que é uma norma de rádio digital aberta,
universal, para bandas de broadcast que utilizam frequências até 174MHz,
incluindo o espectro de FM dos 87.5MHz a 108 MHz. O DRM + oferece uma vasta gama
de funcionalidades e benefícios para as estações de rádio de todo o mundo e
representa uma boa relação custo-eficiência na migração para o digital.
O DRM+ já tinha sido testado com sucesso pela primeira vez na Banda FM, em
Kaiserslautern, na Alemanha, no ano passado, mas esta é a primeira vez que o DRM+
é utilizado na Banda I.
Embora a norma inicial do consórcio Digital Radio Mondiale tenha sido
desenvolvida a pensar na onda curta e onda média, o padrão DRM+ apresenta
vantagens sobre a FM convencional, utilizando menor potência de transmissão para
uma igual cobertura e abre novas possibilidades de áudio como o suporte surround
5.1, aumentando a eficiência do espectro e oferecendo serviços de dados
electrónicos tais como o guia de programação electrónico e informação adicional.
David Blanc, do SNRL (Syndicat National des Radios Libres) afirma: "o Professor
Dr. Andreas Steil e a sua equipa, constituída pelo Sr. Schad e pelo Sr. Kohler,
da Universidade de Ciências Aplicadas de Kaiserslautern, foi capaz de criar um
sistema completo de DRM+ na Banda I e concordaram testá-lo em Paris.
O SNRL, que reúne mais de 300 estações de rádio locais em França, tem vindo a
tentar encontrar uma solução técnica para as muitas estações que não podem
aderir aos multiplexers DAB pelas mais variadas razões, incluindo a área de
cobertura, custos e o desejo de permanecer no controlo das suas operações de
broadcast".
"O DRM + parece ser uma excelente escolha, oferecendo mais de 100 kbps
utilizáveis, permitindo áudio com qualidade de CD e transmitir slideshows e
outros dados a partir de um simples transmissor-privado. Recomendamos que
integrem o DRM+ em todos os receptores digitais de rádio, entre os de 60-108 Mhz",
acrescentou.
Este teste foi realizado com a ajuda de instituições como a University of
Applied Sciences, Kaiserslautern e o instituto Fraunhofer IIS e Erlangen.
Ruxandra Obreja, presidente do Consórcio DRM afirma: "Com esta experiência,
efectuada em França, temos ainda uma outra prova de que o standard DRM pode
oferecer um leque de opções ainda mais versátil e económico para os grandes e os
pequenos operadores, beneficiando o público que deseja rádio de boa qualidade.
Esperamos que esta experiência em França seja notada e escolhida pelas
autoridades francesas da rádio. É um excelente passo para se conseguir que o
standard DRM possa ser um standard global".
Sobre o DRM e DRM+
O DRM+ utiliza a mesma codificação de áudio, serviços de dados, multiplexagem e
esquemas de sinalização que o standard DRM para as ondas curta, média e longa
até 30 MHz, mas opera em frequências mais elevadas entre 30 e 174 MHz (incluindo
as Bandas de broadcast I e II).
O Consórcio DRM já completou o desenvolvimento técnico do DRM+. A tecnologia
envolvida no sistema DRM encontra-se actualmente em processo de normalização no
ETSI. O Digital Radio Mondiale (DRM) é o sistema de broadcasting para as bandas
que emitem abaixo dos 30MHz (ondas longas, médias e curtas).
O DRM reúne uma qualidade de som próxima do FM, mais a facilidade de utilização
das transmissões digitais, combinadas com um longo alcance e um funcionamento em
potências mais baixas.
Debate com o Reino Unido
Entretanto, o consórcio DRM emitiu já um comunicado a 6 de Julho, que responde à
proposta das autoridades inglesas que, no relatório "Digital Britain",
estabelecem o prazo de 2015 como data limite para o fim das emissões FM e AM
analógicas, substituíndo-as pela norma DAB, com a qual o Reino Unido já está
fortemente comprometido.
Segundo afirma em comunicado o comité directivo do consórcio DRM que representa
mais de 100 membros e organizações afiliadas, "o consórcio DRM elogia a
publicação da visão estratégica do Governo Britânico, exposta no Digital Britain
Report, solicitando no entanto que o padrão DRM seja considerado como parte
integral da equação de rádio digital para o Reino Unido".
Tendo em conta que o Reino Unido é actualmente o único país europeu onde o DAB
se encontra comercialmente estabelecido, o governo britânico entendeu que
deveria promover a conclusão do processo, preparando-se mesmo para fazer uma
recomendação à Comissão Europeia, no sentido de que a tecnologia DAB seja
recomendada como norma de rádio digital na Europa, solicitando mesmo uma
aceleração dos prazos de transição.
O problema é que a Europa já se encontra envolvida em processos de avaliação de
tecnologias que surgiram posteriormente - tecnologicamente bastante mais
evoluídas e eficientes - tal como a norma DAB+ (que actualiza o DAB em termos de
modulação e adopta a compressão MPEG-4 AAC), a norma T-DMB que permite conjugar
a transmissão de TV móvel com rádio digital nas mesmas frequências DAB e,
naturalmente o sistema DRM+.
Numa carta enviada ao Department of Culture Media and Sport (DCMS) do governo
britãnico (que publicou o relatório Digital Britain), o Consórcio DRM chama a
atenção para o facto de que as conclusões assumidas no documento "Digital
Britain" podem fazer com que a oportunidade de digitalizar os serviços seja
perdida no Reino Unido, "especialmente em algumas zonas rurais e áreas menos
habitadas, ao desprezar o valor da solução económica oferecida pela proposta de
tecnologia Digital Radio Mondiale".
Além disso, o orgão superior deste consórcio afirma que a combinação de DRM e
DAB (que são tecnologias complementares) poderá mesmo ajudar a alcançar os
objectivos propostos no relatório de forma ainda mais rápida.
O relatório "Digital Britain" apenas refere a tecnologia DRM original como uma
solução a considerar para a transferência de serviços de Onda Média, enquanto o
consórcio DRM recomenda a sua utilização apenas em 26MHz e da tecnologia DRM+
(até 174 MHz) como a solução para rádios locais, ultra locais e emissões em
comunidades muito pequenas.
Segundo afirma Ruxandra Obreja, chairman do DRM Consortium, "O Reino Unido teve
uma contribuição significativa para o desenvolvimento de ambas as normas de
radiodifusão digital. Uma vez que a rádio entre no domínio digital, oferecendo
as funcionalidades extra que o relatório Digital Britain apresenta de forma tão
eloquente, não deveria importar ao ouvinte de que forma é que este recebe a
totalidade dos seus canais e serviços, independentemente de onde este vive no
Reino Unido. Se o governo recomendar tanto o DRM como o DAB como o caminho a
seguir, irá obter uma solução completa para a cobertura total da rádio digital
no seu território".
Cândida Luzia e João Martins