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Fonte: Baixaqui
[12/01/10]
2010, o ano da Rádio Digital no Brasil - por Felipe Gugelmin
Novo sistema de radiodifusão oferece uma maior qualidade de recepção, além de
permitir que emissoras transmitam vários programas simultaneamente.
Quando os primeiros testes com o rádio digital começaram no Brasil, em 2005, a
perspectiva é que ainda naquele ano diversas emissoras estariam adaptadas ao
novo sistema e já seria possível encontrar à venda aparelhos adaptados à
tecnologia.
Fora algumas notícias pouco animadoras, pouco se ouviu falar de rádio digital
até o ano de 2007, em que mais uma vez surgiu a promessa de que, em pouco tempo,
as transmissões digitais já seriam algo comum. O que se seguiu desde então foi
um longo período de testes, e mais um longo período sem que houvesse notícias
sobre a implementação da tecnologia do país.
Apesar das perspectivas desanimadoras que a falta de notícias pode trazer, tudo
indica que 2010 será o ano em que a rádio digital vai decolar no país. Foi o que
anunciou no final de 2009 o ministro das Comunicações, Hélio Costa, em reunião
com empresários e dirigentes de associações de radiodifusão. Segundo o ministro,
até metade de fevereiro deve ser anunciado qual o sistema de rádio que deverá
ser adotado pelo Brasil.
Problemas na definição do padrão
O principal obstáculo para a adoção do rádio digital em grande escala no Brasil
está na definição de qual deve ser o padrão adotado pelas emissoras e
fabricantes de equipamentos. Assim como aconteceu com a televisão digital, o
governo tem a opção de adotar um entre diversos padrões de transmissão
diferentes, cada um com pontos fortes e fracos que devem ser considerados antes
de uma decisão.
Os principais concorrentes na briga para definir qual o padrão de rádio digital
que deve ser implementado no Brasil são o sistema norte-americano IBOC (In-Band-On-Channel)
e o europeu DRM (Digital Radio Mondiale). Apesar de em essência oferecerem os
mesmos serviços para o usuário final, a diferença na qualidade de transmissão de
sinais AM e FM ainda gera dúvidas e incerteza para as emissoras brasileiras.
Enquanto em 2007 tudo indicava que o IBOC seria escolhido por sua versatilidade,
que permite enviar sinais analógicos e digitais de maneira simultânea, os testes
realizados com o sistema mostraram que a qualidade das transmissões AM ficava
aquém do esperado. Já o sistema DRM se mostrou competente na transmissão de
ondas curtas, mas faltavam testes que comprovassem sua eficiência quando sinais
FM são enviados.
Dessa forma, para que houvesse tempo de as emissoras testarem o padrão DRM, a
decisão sobre o futuro das transmissões digitais no Brasil teve de ser adiada
novamente. Após testes exaustivos, a expectativa é que em 2010 finalmente deve
surgir a palavra final sobre o tema.
Quais as diferenças entre o IBOC e o DRM?
O IBOC, também conhecido como Radio HD, tem como principal atrativo a
possibilidade de transmitir sinais híbridos, que transportam as informações
tanto de maneira digital quanto analógica utilizando a mesma frequência. Ou
seja, quem não possui um receptor digital poderá receber o sinal da emissora
através dos velhos aparelhos que só trabalham com o sinal analógico.
A desvantagem do IBOC está na transmissão do sinal AM, que tende a apresentar
uma série de ruídos, e na transição do sinal analógico para o digital. Como os
aparelhos compatíveis com a tecnologia são compatíveis com os dois sinais, há
uma troca automática para o sinal analógico quando há problemas de recepção do
sinal digital.
O problema surge pelo fato de haver um intervalo de oito segundos entre a
transmissão dos dois sinais. Ou seja, caso o usuário esteja captando o sinal
analógico e mude para o digital, terá de ouvir novamente toda a programação
transmitida nos últimos oito segundos, o que representa um grande problema em
áreas de instabilidade da recepção do sinal.
O DRM é utilizado principalmente para a transmissão de sinais AM e apresenta
ótimos resultados no que diz respeito à qualidade de recepção. Esta tecnologia
também representa uma utilização melhor das frequências disponíveis, o que
permite que mais emissoras transmitam programações diferentes no espectro de
ondas disponível.
Assim como o IBOC, o DRM é capaz de transmitir tanto sinais analógicos quanto
digitais de maneira simultânea, e tem como vantagem exigir menos investimentos
por parte dos rádiodifusores para ser implementado. Porém, como é concentrado na
transmissão de sinais AM, ainda há incerteza sobre a eficiência da tecnologia na
transmissão de rádios FM.
Um fator que pode influenciar na decisão tomada pelo governo é o investimento
feito por várias emissoras no padrão IBOC. Como desde 2005 tudo apontava que
esta seria a tecnologia padrão adotada pelo Brasil, vários empresários quiseram
se adiantar às novas transmissões e jáinvestiram nos equipamentos necessários
para acompanhar a novidade.
Dessa forma, não será surpreendente se o padrão for adotado mesmo que o DRM se
mostre uma alternativa viável para a transmissão de sinais FM. Isso porque a
opção pelo formato europeu significaria que grupos poderosos teriam de investir
novamente na compra de equipamentos, e todo o investimento feito no sistema IBOC
teria sido em vão.
O que muda com a rádio digital?
Assim como acontece nas transmissões de televisão pelo sinal digital, a
principal mudança que pode ser notada automaticamente pelos usuários está na
qualidade do sinal recebido. Enquanto as transmissões de AM ficam com qualidade
semelhante à das emissoras FM analógicas, é possível obter áudio semelhante ao
de CDs nas transmissões de sinais FM pelo método digital.
Além de representar um ganho na qualidade de áudio, a transmissão de sinais
digitais também pode representar o fim dos chiados e falhas. Ao contrário das
transmissões atuais, que utilizam sinais analógicos deteriorados facilmente
devido a interferências externas, o sistema digital divide o sinal enviado em
várias porções, tornando-o mais resistente à ação de impedimentos como condições
atmosféricas e obstáculos geográficos.
Além de permitir uma recepção mais clara das informações enviadas, a divisão dos
sinais permite investir em diversas programações simultâneas transmitidas pela
mesma frequência. Ou seja, o usuário poderia optar entre ouvir a transmissão de
um jogo ou continuar ouvindo músicas, sem ter que trocar de rádios. Isso só para
citar uma das possibilidades.
O sinal digital traz mais versatilidade para as transmissões radiofônicas
tradicionais ao transformar o rádio em um meio multimídia, assim como a
televisão ou a internet, por ser capaz de enviar textos e imagens para os
aparelhos receptores. Dessa forma, enquanto o narrador de um programa fala sobre
um acontecimento, podem-se ver fotografias tiradas no local, enquanto o leitor
do aparelho mostra um texto com a previsão do tempo, por exemplo.
E o rádio analógico, como fica?
Mesmo representando ganho de qualidade na recepção da programação e uma maior
diversidade de conteúdo, o rádio analógico ainda carrega alguns fatores que
podem assustar quem pretende fazer a transição. Assim como na transição para a
televisão digital, será preciso comprar aparelhos totalmente novos para receber
os sinais radiofônicos digitais.
Como ainda se trata de uma tecnologia nova, naturalmente o preço destes
aparelhos é proibitivo, ainda mais levando em conta que não são produzidos em
território nacional. Como atualmente é possível comprar rádios do sistema
analógico por poucos reais em qualquer estabelecimento, seria um verdadeiro tiro
no pé realizar a transição de maneira descuidada.
Felizmente, o governo decidiu que a transição do sistema analógico para o
digital não terá nenhum prazo máximo como acontece para os aparelhos de
televisão, que até 2016 terão de obedecer ao novo padrão. Ou seja, não é preciso
se preocupar em guardar dinheiro desde já para comprar um novo equipamento, já
que as rádios analógicas tendem a permanecer no ar durante muitos anos.
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E você, o que pensa sobre a rádio digital? Não deixe de
escrever sua opinião em nossa seção de comentários.
Comentário selecionado
Vinícius Giesbrecht Carreira Couto em 18/1/2010 às 19:43h
O rádio digital tá vindo para melhorar a qualidade de recepção e tem a
possibilidade de receber dados da emissora como nome da música e cantor, placar
de jogos, condições climáticas e movimento em rodovias através de um pequeno
display. O padrão primeiramente escolhido foi o iboc pois era o único dos
padrões existentes no mundo na época que transmitia em AM e FM e não precisaria
de alocação de outra faixa de frequência pois transmitia na mesma banda do sinal
analógico, 200khz para FM e 10 ou 20 khz para AM. Porém o padrão americano não
funciona bem para o am além de ser um padrão proprietário devendo os
radiodifusores pagarem royaltes para a empresa ibyquiti americana. O padrão drm
europeu é livre. Agora que já foi desenvolvido e já testado na frança a
transmissão em FM, ficando a partir daí sem desvantagens para o padrão iboc não
tem dúvidas de que o padrão drm é o melhor. O que pesa mais agora é a questão
dos grandes radiodifusores já terem investido no iboc. Vamos ver se o ministro
hélio costa, mesmo sabendo que o DRM é melhor vai ter "peito" para adotar como o
padrão para o Brasil! Acredito que sim pq ele já tá cheio desse pessoal que
estuda e não define nada e a ABERT querendo controlar tudo e manipular as ações
em busca de dinheiro. chega! chega! chega de corrupção! chega de querer olhar o
próprio umbigo sem pensar na sociedade! Vamos se não esse Brasil nosso vai
continuar como está!