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Blog Radio Base Urgente
[21/01/10]
Comentário sobre a notícia "Definição de sistema de rádio digital continua
indefinido"
Após a transcrição desta notícia está o comentário de Marco Ribeiro, autor do Blog
[07/01/10]
Definição de sistema de rádio digital continua indefinido - Redação Portal
IMPRENSA
A implantação do sistema de rádio digital no Brasil, em discussão desde 2007,
ainda aguarda parecer do governo sobre o modelo a ser adotado, entre o padrão
norte-americano e o europeu. O anúncio da opção governamental deveria sair em
dezembro de 2009, mas foi adiado em virtude de problemas decorrentes de um dos
sistemas em disputa.
O padrão norte-americano é visto como o preferido entre as emissoras do setor,
sob o argumento de que possibilita a manutenção freqüências tanto no sinal
digital quanto analógico. Porém, no último ano, foram levantados problemas no
sistema, como interferência em sinais e redução do raio de alcance.
Segundo informou a Agência Estado, o debate sobre a implantação do sistema
digital de rádio existe desde 2007 e, na época, via-se como preferência a adoção
de um padrão híbrido: americano para as emissoras em AM e FM e europeu aos
veículos de ondas curtas.
Além da melhoria na qualidade do som, com a diminuição de ruídos na freqüência,
o sistema digital de rádio também possibilita ao ouvinte verificar funções de
texto, como nomes de músicas e informações de serviço nos painéis dos aparelhos.
A expectativa é de que no prazo de um ano após a decisão do governo, as capitais
e grandes cidades do país passem a contar, pelo menos, com uma emissora
transmitindo em sinal digital. No segundo ano, o serviço chegaria a localidades
de médio porte, até ingressar no interior. Em cinco anos, na avaliação do
governo, o sistema estará em todo o Brasil.
Em meio à adoção do sistema de TV digital, que completou dois anos em dezembro
de 2009, o mercado de rádio continua aquecido.Segundo dados do Ministério das
Comunicações, atualmente existem 4,3 mil emissoras comerciais e 3,8 mil rádios
comunitárias.
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Comentário postado em [21/01/10] por Marco Ribeiro
Essa foi a última notícia que conseguimos encontrar sobre a digitalização do
rádio. Do jeito que a coisa está, vai ficar tudo no analógico mesmo. Que
confusão, hein? Me parece que a solução é o padrão híbrido, mas de outra forma:
o sistema americano (Iboc) para as emissoras de FM e o europeu (DRM) para as
médias - que hoje o pessoal chama de AM - e ondas curtas, embora não há
comprovação total da eficácia de ambos.
Mas não se preocupe com essa exímia sopa de letrinhas. Se nem os técnicos do
governo parecem entendê-las, imagine nós, pobres ouvintes mortais. O Ministério
das Comunicações disse que em 10 anos desativaria os sinais analógicos de VHF da
TV - canais 2 ao 13 - e deixaria apenas sinais digitais em UHF - canais 14 ao
69. As emissoras já estão fazendo a sua parte. Os fabricantes e as lojas, mais
ou menos. O governo do Presidente Lula garantiu que iria subsidiar a fabricação
de conversores digitais para TVs analógicas. Resultado: ninguém se interessou
muito em fabricá-los. Preferiram produzir tela de LCD, Plasma, etc de 30, 40, 50
polegadas, já com o conversor, entrada de DVD, Blue Ray, CD, e o escambau.
Quem tem dinheiro ou crédito na praça, acaba comprando. Quem não tem, se vira
com o "tela plana" de 20 polegadas analógico mesmo, ou coisa mais antiga. Nenhum
fabricante - por má, boa fé ou mesmo burrice - Se aventurou em fazer um modelo
mais simples, de 20 polegadas ou menos com menos traquitanas, que pegasse
somente canais digitais. Ao contrário.Quiseram logo "agregar valor" em vez de
simplesmente oferecer algo pouco mais do que uma "commodity". Os fabricantes de
parabólica - que não são trouxas nem nada - já criaram um receptor pra sinais
digitais vindos do céu (dizem que é bem melhor que os transmitidos do chão). Os
serviços de tv por assinatura a cabo e por satélite, também.
Só fiz essa pequena explanação sobre TV só para dizer que, se o governo adotar
esta resolução - ou a minha sugestão - nós poderemos ficar conhecidos como o
"país do híbrido jeitinho", já que o sistema de transmissão em cores também é
híbrido (uia!). Originalmente, ele é alemão (PAl G) de 625 linhas de resolução.
Acontece que, quando instalaram a TV em preto e branco, o sistema era americano
e tinha a resolução de 525 linhas. Na época do Presidente Geisel, o governo
militar que estava xavecando os alemães ocidentais para conseguir a tecnologia
de enriquecimento de urânio para a Usina de Angra dos Reis, resolveu adotar o
padrão alemão de transmissão em cores, mas como os aparelhos seguiam outro
padrão (americano), transformaram o PAL G em PAL M. Ou seja, as TV fabricadas no
Brasil SÓ FUNCIONAM AQUI. Se for pra fora, para qualquer outro país, só vai
receber o sinal em preto e branco. Parece que, com a TV Digital, o governo Lula
resolveu seguir o padrão japonês, sem invencionices. Assim espero.
Para sistema analógico do rádio, que eu saiba, não inventaram nenhuma "hibridice"
em termos técnicos. De qualquer forma, não há motivo para desespero. Se nem lá
fora, o rádio digital provou que realmente é bom substituto para o que temos
hoje, por que ter pressa, não é mesmo? Deixem americanos e europeus queimarem
suas pestanas e descobrirem o que funciona melhor. Depois, se um dos dois der
certo, a gente vê qual instala aqui.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010 | Enviado por Marco Ribeiro às 03:37