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Fonte: Convergência Digital
[26/03/10]   Rádio Digital: Radiodifusores cobram decisão de Hélio Costa - por Ana Paula Lobo

A Associação Brasileira de Radiodifusores quer que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, defina a posição brasileira com relação ao Rádio Digital antes de deixar o cargo no início de abril, em função das eleições.

Em carta encaminhada ao Minicom nesta quinta-feira, 25/03, o presidente da ABRA, João Saad, diz que os dois padrões tecnológicos em disputa - o norte-americano IBOC e o europeu DRM têm suas peculiaridades.

Na prática, a entidade sugere a adoção de um processo paulatino de migração dos sinais de radiodifusão em AM para as bandas de FM que serão liberadas, de acordo com o cronograma de transição da TV Digital.

O presidente da ABRA, João Carlos Saad, acredita que a assinatura de uma portaria resolve a questão e garante o acesso de todos os brasileiros a uma maior oferta de serviços de rádio, com toda sorte de programação.

O Minicom já realizou testes com os dois padrões em Belo Horizonte e em São Paulo. Os técnicos tendem a preferir o padrão DRM, mas há uma forte pressão pelo norte-americano IBOC. Nesse 'lobby', há um embate entre os especialistas. Tanto é assim que, inicialmente, a previsão era de que se teria uma definição no mês de fevereiro, mas o prazo foi prorrogado para o final deste mês, fato ainda não confirmado pelo ministério.

Leia a íntegra da carta encaminhada pela ABRA ao Ministro Hélio Costa, divulgada no portal ADNEWS.

"Senhor Ministro:

O Brasil ocupa hoje uma posição de destaque na economia mundial e esse destaque se fortalece, entre outras, por conta da adoção bem sucedida do padrão brasileiro de TV Digital. Trata - se de iniciativa para a qual o concurso de V. Exa. foi determinante. A isso se soma que a atenção dedicada por V. Exa. ao rádio foi de enorme importância, especialmente em relação à digitalização da radiodifusão sonora, tanto em FM, quanto em AM.

O momento é, portanto, de consolidar esta trilha de sucesso e firmeza na condução dos assuntos da radiodifusão, mediante a adoção de decisão histórica para o rádio do Brasil. Não há tempo para vacilar: é preciso decidir.

Nesse sentido, observamos que os últimos anos foram de experimentos com as tecnologias disponíveis, para a digitalização do rádio. Os testes indicam que a tecnologia IBOC enfrenta dificuldades técnicas em cidades como São Paulo, mas é mais madura quanto à sua adoção por radiodifusores de outros países (notadamente americanos), enquanto a tecnologia DRM, incipiente quanto à sua adoção, pode ser mais robusta em termos de recepção pelo público. Ambas as opções tecnológicas são, portanto, limitadas quanto à sua adequação para as demandas do Brasil.

Todavia, há a alternativa de implementar uma migração paulatina dos sinais de radiodifusão em AM para as bandas de FM que serão liberadas, de acordo com o cronograma de transição da TV Digital. Noutras palavras, é recomendável que V.Exa. aprove um cronograma durante o qual as transmissões em Ondas Médias sejam paulatinamente migradas para canais de Frequência Modulada, os quais serão, por sua vez, liberados pelas emissoras de televisão, a partir de 2016. Com a migração que propomos a V.Exa., a radiodifusão de sons passa a ter um horizonte de AÇÃO e de INVESTIMENTOS, sem depender dos interesses de tecnologias estrangeiras, num cenário em que os brasileiros de todos os rincões terão uma grande oferta de serviços de rádio, com toda sorte de programação.

É por isso que a ABRA - Associação Brasileira de Radiodifusores se dirige a V.Exa.: para pleitear AÇÃO, DECISÃO, para coroar o trabalho de V.Exa. à frente do Ministério das Comunicações.
Colocamo - nos à disposição de V.Exa. para articular e analisar tecnicamente a adoção desse cronograma de migração da radiodifusão em Ondas Médias, para a radiodifusão em Frequência Modulada.

Com certeza de contar com o acatamento de V.Exa. subscrevemo - nos,

Atenciosamente,

João Carlos Saad
Presidente - ABRA"