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Fonte: Tele.Síntese
[31/03/10]
Em seu último dia, Costa cria o Sistema Brasileiro de Rádio Digital
Em seu último dia como Ministro das Comunicações, Hélio Costa publica portaria
instituindo o Sistema Brasileiro de Rádio Digital (SBRD), formalizando, assim, o
processo para a definição o padrão digital das emissoras de radio AM e FM do
país. Pela portaria, o sistema a ser escolhido terá que possibilitar a emissão
de "simulcasting", possibilitar a cobertura do sinal digital em áreas de igual
tamanho ou maior do que as atuais com menor potência de transmissão e
possibilitar a transferência de tecnologia, entre outros.
Há dois padrões digitais mais conhecidos no mundo e testados no Brasil: o
norte-americano Iboc, que tem o apoio dos radiodifusores que têm emissoras em
Frequência Modulada, mas apresentou muitos problemas nas transmissões em AM
(Ondas Médias) e o europeu DRM, melhor para as transmissões em AM. O IBOC foi
testado há quatro anos por diferentes emissoras, e o DRM só foi testado no ano
passado, por pressão das emissoras públicas.
Leia a íntegra da portaria nº 290:
Institui o Sistema Brasileiro de Rádio Digital - SBRD e dá outras providências.
O MINISTRO DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES, no uso das atribuições que lhe confere o
art. 87, parágrafo único, inciso IV, da Constituição, e considerando o disposto
no art. 27, inciso IV, alínea "b", da Lei no 10.683, de 27 de maio de 2003,
resolve:
Art. 1o Fica instituído, por esta Portaria, o Sistema Brasileiro de Rádio
Digital - SBRD.
Art. 2o Para o serviço de radiodifusão sonora em Onda Média (OM) e em Frequência
Modulada (FM) deve ser adotado padrão que, além de contemplar os objetivos de
que trata o art. 3o, possibilite a operação eficiente em ambas as modalidades do
serviço.
Art. 3o O SBRD tem por finalidade alcançar, entre outros, alcançar os seguintes
objetivos:
I - promover a inclusão social, a diversidade cultural do País e a língua pátria
por meio do acesso à tecnologia digital, visando à democratização da informação;
II - propiciar a expansão do setor, possibilitando o desenvolvimento de serviços
decorrentes da tecnologia digital como forma de estimular a evolução das atuais
exploradoras do serviço;
III - possibilitar o desenvolvimento de novos modelos de negócio adequados à
realidade do País;
IV - propiciar a transferência de tecnologia para a indústria brasileira de
transmissores e receptores, garantida, onde couber, a isenção de royalties;
V - possibilitar a participação de instituições brasileiras de ensino e pesquisa
no ajuste e melhoria do sistema de acordo com a necessidade do País;
VI - incentivar a indústria regional e local na produção de instrumentos e
serviços digitais;
VII - propiciar a criação de rede de educação à distância;
VIII - proporcionar a utilização eficiente do espectro de radiofreqüências;
IX - possibilitar a emissão de simulcasting, com boa qualidade de áudio e com
mínimas interferências em outras estações;
X - possibilitar a cobertura do sinal digital em áreas igual ou maior do que as
atuais, com menor potência de transmissão;
XI - propiciar vários modos de configuração considerando as particularidades de
propagação do sinal em cada região brasileira;
XII - permitir a transmissão de dados auxiliares;
XIII - viabilizar soluções para transmissões em baixa potência, com custos
reduzidos; e
XIV - propiciar a arquitetura de sistema de forma a possibilitar, ao mercado
brasileiro, as evoluções necessárias.
Art. 4o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
(Da redação).