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Leia na Fonte: Teletime
[20/12/12]
Abratel reforça pedido para migração das rádios AM para a faixa FM estendida
- por Helton Posseti
Em ofício encaminhado ao ministro Paulo Bernardo no último dia 10,
(cópia nesta página) a Abratel – associação
composta principalmente pelas emissoras filiadas e afiliadas à Record – reforça
o pedido de migração das rádios AM para os canais cinco e seis da faixa FM,
conhecida como FM estendida e também pede que sejam feitos novos testes dos
padrões de rádio digital.
De acordo com a associação, muitas emissoras da faixa AM não tem receita
suficiente para financiar a sua operação e dependem inclusive de trabalho
voluntário para continuarem funcionando. Segundo a Abratel, a audiência dessas
emissoras chega a apenas 4% em Brasília, por exemplo. No Rio de Janeiro e e em
São Paulo, a audiência das rádios AM chega a 12%.
"Muitos anunciantes já estão se recusando a realizar inserções comerciais nas
rádios AM, alegando que a quantidade de ouvintes – em declínio – não justifica o
investimento deixando as rádios AM em situação mais preocupante", diz o ofício
assinado pelo presidente da entidade, Luiz Claudio Costa.
Para a Abratel deve ser feita a migração dos canais analógicos para a faixa FM
estendida e não apenas do sinal digital, como chegou a ser mencionado por
representantes do Minicom. Muitos rádios eletrônicos ou celulares poderiam
captar os canais 5 e 6 através de uma atualização de software, o que não seria
possível se for feita a migração do canal digital. Neste caso, todos os
equipamento devem ser trocados para captar a nova tecnologia. Fonte da
associação explica que seria um contrasenso exigir a migração dos canais
digitais, já que a intenção do Minicom é que a digitalização seria facultativa.
Segundo a Abratel, apenas cerca de 10% das cidades do Brasil necessitariam da
faixa FM estendida para acomodar as rádios AM. Na grande maioria dos municípios
há canais vagos na faixa FM.
A associação também pede que sejam feitos novos testes dos padrões de rádio
digital HD Radio e DRM. Isso porque, no caso do DRM foi usado um receptor que
não tinha a funcionalidade de captar o sinal analógico em caso de perda do
digital, o que deixou o padrão em desvantagem já que o receptor do padrão
concorrente possuía a funcionalidade. Já em relação ao HD Radio, o pedido é para
que sejam feitos testes com a utilização de menos espectro, a exemplo do que
estaria sendo realizado nos EUA.
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Agradeço ao leitor que enviou cópia do ofício! HR
[10/12/12] Ofíco da Abratel ao ministro das Comunicações
Senhor Ministro,
A Associação Brasileira de Radiodifusão, Tecnologia e Telecomunicações – ABRATEL,
representada neste Ato por seu Presidente, sr. Luiz Cláudio Costa, vem à
presença de Vossa Excelência dar os cumprimentos pela criação da Conselho
Consultivo de Rádio Digital e destacar sua importância para o diálogo entre
autoridades, setores industriais, de radiodifusão, rádios públicas e sociedade,
e ao mesmo tempo, como representante de emissoras de radiodifusão sonora e de
sons e imagens, solicitar a atenção deste Ministério para o que apresenta:
1 – O Brasil tem na radiodifusão um forte papel de integração e inclusão social,
tanto que é um serviço citado no arcabouço constitucional, assim como outros
serviços de notável importância estratégica e econômica;
2 – A radiodifusão sonora é um importante elemento de comunicação, sendo, em
várias dessas localidades, o rádio é a única fonte de informação gratuita,
atendendo aos interesses econômicos, sociais e culturais da região;
3 – A radiodifusão sonora, tal qual a radiodifusão de sons e imagens, obtém
receita majoritariamente da venda de espaços e inserções para propaganda
publicitária. Esta receita é proporcional à audiência, à área de cobertura e à
importância econômica da localidade da referida estação de rádio. Neste
contexto, as emissoras de rádios que operam em ondas médias, notadamente
arrecadam menos, pois seu percentual de audiência na radiodifusão sonora chega a
apenas 4% (quatro por cento) em algumas localidades, como foi constatado nas
rádios AM de Brasília. Outras cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro se
encontram com percentual de aproximadamente 12% (doze por cento), cenários que
podem ser estendidos para o restante do Brasil;
4 – Muitas estações de rádios AM e FM no Brasil não garantem receitas
suficientes para manutenção de suas atividades, dependendo do voluntariado de
pessoas compromissadas com seu funcionamento. Assim sendo, não conseguem
realizar investimentos necessários de modernização: como a substituição de
equipamentos de produção, de edição e de irradiação das ondas eletromagnéticas;
5 – Muitos anunciantes já estão se recusando a realizar inserções comerciais nas
rádios AM, alegando que a quantidade de ouvintes - em declínio - não justifica o
investimento, deixando as rádios AM em situação mais preocupante;
Diante do exposto acima, vimos que o setor de radiodifusão sonora passa por
várias dificuldades que podem acarretar com o desaparecimento de centenas de
rádios que já se encontram em dificuldade para honrar seus custos de
operacionalização ainda em sinal analógico.
A partir disso, a ABRATEL vem manifestar a este Ministério preocupação em
relação à migração das rádios AM para a faixa FM estendida – atualmente ocupada
pela radiodifusão de sons e de imagens, com os canais 5 e 6 – apenas com o sinal
digital, como vem sendo veiculado na mídia especializada. Consideramos que a
migração poderá ocorrer independente da tecnologia adotada, o que significaria
um aumento de receitas com a volta de anunciantes e de ouvintes.
Muitos dos dispositivos disponíveis no mercado poderão captar o sinal analógico
na faixa FM estendida apenas com a atualização do software, por se tratarem de
sistemas embarcados, algo que não será possível com a adoção somente da
tecnologia digital pelas emissoras que vierem a operar nesta faixa, pois seria
imperativo a aquisição de novos receptores pelos usuários deste serviço.
Igualmente, viemos também solicitar que sejam realizados mais testes com os dois
padrões de rádio digital, considerando as seguintes particularidades:
1) No sistema HD Radio: que sejam realizados novos testes considerando apenas a
banda lateral primária inferior ou superior, de modo que possa ocorrer maior
eficiência com a utilização de menos espectro do que o utilizado no decorrer dos
testes realizados pelo Inmetro. O presidente da Ibiquity, Robert Struble,
informou, no dia 7 de dezembro, durante reunião do Conselho Consultivo de Rádio
Digital, que estariam sendo realizados testes nos Estados Unidos e que também
poderiam ser realizados testes semelhantes no Brasil. A utilização de menos
espectro atenderia o disposto no Art. 3º, VIII, da Portaria 290, de 30 de março
de 2010, que institui o Sistema Brasileiro de Rádio Digital;
2) No sistema DRM: que sejam realizados novos testes considerando a comutação
automática para o sinal analógico onde o receptor não tiver condições de receber
o sinal digital, conforme recomendado pela União Internacional de
Telecomunicações. Os testes realizados não utilizaram receptores que fizessem
esta comutação;
No Brasil há 3125 emissoras FM, 4409 emissoras comunitárias e 1785 emissoras de
rádio AM e este número poderá reduzir drasticamente caso a migração das rádios
AM para a faixa FM e com o sinal ainda analógico para a faixa FM estendida. É
importante salientar que seriam poucas as localidades que necessitariam da faixa
estendida para acomodar as rádios AM migradas, pois em mais de 90% (noventa por
cento) dos municípios do país será possível fazer a migração para os canais
vagos na faixa FM (88 a 108 MHz).
A ABRATEL coloca-se à disposição desse Ministério para participar de quaisquer
discussões sobre o setor e que envolvam as atividades de nossas associadas.
Aproveitamos o ensejo para reiterar nosso apreço e consideração.
Respeitosamente,
LUIZ CLÁUDIO COSTA
Presidente