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Leia na Fonte: Meio&Mensagem
[24/04/12]
Rádio digital pode sair neste semestre
Minicom quer aprovar o novo sistema até junho e cria expectativa no mercado
Até o final de maio encerram-se os testes com os dois padrões para a
digitalização do rádio que o Brasil deve adotar: o norte-americano In-Band
On-Channel (IBOC ou HD Radio) e o europeu Digital Radio Mondiale (DRM). A
expectativa da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert)
e da própria DRM Brasil, fórum que representa a tecnologia, é que maio seja o
mês-chave para a escolha do padrão. O Ministério das Comunicações (Minicom) já
havia prorrogado o prazo final para o dia 9 deste mês. No entanto, testes
remanescentes com o IBOC e um último teste com o DRM+ (versão evolutiva do DRM)
em Brasília (DF) atrasaram esse cronograma. O diretor geral da Abert, Luiz
Roberto Antonik, trabalha com uma data ideal, entre os dias 19 e 21 de junho,
que é quando ocorre o 26º. Congresso Brasileiro de Radiodifusão.
Nessa ocasião, espera-se que o Minicom anuncie os resultados dos testes com
ambos os sistemas - IBOC e DRM - e faça uma opção pela tecnologia que
digitalizará a transmissão radiofônica no Brasil. Segundo o Minicom, há uma
série de emissoras FM e AM em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte que têm conduzido os testes essas tecnologias. A avaliação final, que
leva em conta a área de cobertura, as condições de propagação nas diferentes
regiões do Brasil, a qualidade do sinal e adequação às regras estabelecidas pelo
Sistema Brasileiro de Rádio Digital (SBRD), dará ao Minicom os elementos para a
escolha do padrão. “Até o momento, o Minicom não divulgou nenhum relatório sobre
os testes com o DRM ou com o IBOC”, diz Antonik, da Abert. Mas, depois de cinco
anos, o fato é que o debate sobre o rádio digital evoluiu. “Com o governo Dilma,
deslanchou”, admite o diretor da Abert. O rádio é o único meio que ainda não
iniciou a migração do sistema analógico para o digital.
O secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das
Comunicações, Genildo Lins, já afirmou que, ao final dos testes, o Minicom terá
um resultado técnico para definição que qual é a melhor tecnologia para, a
partir dessa definição, começar a debater sobre a indústria (equipamentos) e
relações internacionais (know-how tecnológico e royalties) para definir o modelo
a ser adotado. Ou seja, será um processo longo e bastante similar ao que foi
feito com o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), que é um híbrido do padrão
japonês ISDB com funcionalidades desenvolvidas pelas universidades brasileiras.
O governo brasileiro deve adotar o mesmo princípio para o rádio digital e exigir
do padrão escolhido (europeu ou norte-americano) contrapartidas que, muito
provavelmente, envolvem transferência de tecnologia e uma espécie de
‘tropicalização’ do sistema.