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Leia na Fonte: EBC
[13/02/13]
"Rádio digital pode fazer meio se aproximar dos jovens", diz pesquisador
A Organização das Nações Unidas (ONU) comemora nesta quarta-feira (13) o Dia
Mundial do Rádio. Para celebrar a data, o Portal e as Rádios EBC promoveram um
bate-papo especial para discutir a importância histórica do rádio e seu futuro
na era digital.
Participaram da conversa a editora-chefe do serviço brasileiro da Rádio França
Internacional (RFI), Maria Alencar; e o professor doutor e vice-coordenador do
mestrado em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense (UFF), João
Batista Junior. A mediação foi da gerente regional das rádios EBC de Brasília,
Taís Ladeira.
Com declarações apaixonadas pelo veículo, Maria Alencar lembrou a sua trajetória
profissional. “Eu trabalho no rádio há 30 anos e continuo apaixonada por este
veículo. A missão da Rádio França é quase pedagógica, de apresentar o mundo para
quem não tem acesso”, afirmou. Ela citou uma pesquisa que saiu hoje em Paris, de
onde participou do hangout, que as pessoas ouviram mais rádio em 2012 do que em
2011.
João Batista lembrou o papel de prestação de serviço do rádio, principalmente em
regiões afastadas do país. “A prestação de serviço não pode ser esquecida, mesmo
que alcance só três pessoas”, comentou.
Sobre a digitalização do rádio, o professor doutor apontou a possibilidade do
fenômeno fazer com que o meio se aproxime dos jovens. “A rádio ainda está
afastada dos jovens, e a digitalização pode ajudar neste sentido”, ressaltou,
informando que o rádio fica com apenas 4% da fatia de toda a publicidade
veiculada na mídia.
O encontro foi transmitido via hangout, ferramenta de videoconferência da rede
social Google+. Além do Porta EBC, participaram da transmissão as rádios
Nacional de Brasília, Nacional da Amazônia e Nacional do Alto Solimões.
A digitalização do rádio vai possibilitar melhor qualidade de áudio e recursos
como a multiprogramação (várias programações em um mesmo canal) e o envio de
informações por meio de mensagens de textos que poderão ser lidas em um visor no
próprio aparelho. Com a digitalização, o sinal do rádio poderá ser recebido
diretamente em computadores, telefones celulares, tablets e televisores.
Pieranti explica que, ao contrário da digitalização da televisão, não existe a
previsão de um desligamento total do sistema de rádio analógico. “Por enquanto,
vamos manter [as duas tecnologias]. É claro que quando se fala em uma tecnologia
dessas, um dia se espera desligar. Mas esse dia, no caso do rádio, é
imprevisível neste momento”, acrescenta.
Os testes para a implantação do novo sistema são acompanhados pelo Conselho
Consultivo do Rádio Digital, formado por representantes da sociedade civil, do
governo federal, do setor de radiodifusão (comercial, educativa, comunitária e
pública), da indústria (recepção, transmissão e audiovisual), das instituições
acadêmicas e dos anunciantes. A próxima reunião está marcada para o dia 28 de
fevereiro.
A gerente de rádios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Taís Ladeira,
defende que a digitalização do rádio brasileiro seja feita para todas as
frequências, inclusive as ondas curtas. Segundo ela, a empresa vai trabalhar
para que a digitalização do rádio seja uma possibilidade de universalização da
comunicação pública.
“Não podemos fazer com que os cidadãos brasileiros sejam separados em primeira e
segunda classe: os de primeira classe, dos centros urbanos, que recebem
qualidade digital nas FMs e os de segunda classe, das localidades mais remotas,
que não podem ter uma comunicação em ondas curtas com qualidade digital e com
toda a capacidade de interatividade que o rádio digital vai trazer”.