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Leia na Fonte: Clube Regional
[05/03/13]  Governo dá um balde de água fria no rádio digital

Emissoras que participaram do teste digital perderam sinal quando comparado ao sinal análogo

A primeira reunião do conselho do Radio Digital feita em 2013 na sede do Ministério das Comunicações, ocorrida no dia 28 de fevereiro, foi o que pode-se dizer de um tremendo balde de água fria na esperança de uma decisão rápida na definição de qual padrão escolher para o Radio Digital no Brasil, até meados de 2013.

Ocorre que o Ministério das Comunicações em conjunto com o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), INCT-CSF (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) e as entidades acadêmicas do Brasil e de outros países realizaram diversos testes no período de 2010 e 2012 em algumas cidades brasileiras, como Belo Horizonte em Minas Gerais, sobre os dois sistemas em discussão de Rádio Digital na atualidade, como o europeu DRM e o estadosunidense IBOC (da empresa IBIQUITY).

Para análise e discussão destes testes e outros, o Ministério das Comunicações criou em agosto de 2012 o Conselho do Rádio Digital, representado por diversas entidades do setor como radiodifusores, entidades governamentais, entidades representativas dos Movimentos Sociais, entidades públicas, indústrias e outras.

O Conselho começou com a criação de comissões temáticas, com o propósito de discutir temas como Política Industrial, Comissão Técnica e Inovação Tecnológica e nesta última reunião do dia 28 de fevereiro porém, foi apresentado que os testes realizados são insuficientes pois faltaram parâmetros dos dois sistemas que não foram considerados nos testes anteriores, e que deveria ser feitos novos testes com estes novos parâmetros técnicos dos dois sistemas, a fim de evidenciar se os dois sistemas atendem à premissa de que a cobertura digital do sinal digital seja a mesma do sinal analógico.

O problema ocorreu pois as coberturas evidenciadas nos testes do sinal digital, não foram as mesmas do sinal analógico, uma vez que os testes foram feitos de maneira que o sinal digital ficasse dentro da máscara do sinal analógico.

Agora com os novos testes , pretende-se ultrapassar a máscara analógica com mais potência na porção digital, a fim de verificar se desta forma a cobertura digital será a mesma do sinal analógico, como pede a Portaria Nº 290 de 30 de março de 2010, promulgada pelo Ministério das Comunicações, que criou o SBRD (Sistema Brasileiro de Rádio Digital), autorizando as emissoras AM e FM a realizarem testes para avaliar o desempenho dos sistemas de radiodifusão digitais e a compatibilidade com os sistemas analógicos existentes.

É sabido que com mais sinal na porção digital, corre-se o risco de interferências na porção analógica do sinal, de maneira que ambos os padrões já tem definido os limites de sinais digitais para que isto não ocorra, bem como com esse aumento pode-se comprometer a quantidade de informações digitais que possa agregar nos sistemas híbridos, onde coexistirão os sinais analógicos juntamente com o sinal digital no período de transição do analógico para o modo, todo digital, no futuro.

Precisa mesmo destes novos testes?
Como membro do Conselho do Rádio Digital representando a ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e do SINDVEL (Sindicato das Indústria dos aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí/MG), eu, Engenheiro Rogério Corrêa, sócio-diretor da empresa Teletronix, acho que não!

Porque não precisaria?
Porque todos os ensaios feitos foram acompanhados pelos detentores das duas tecnologias tanto pelo lado do DRM, quanto pela IBIQUITY, com a interveniência de todas as entidades tecnológicas citadas acima, de maior saber técnico, bem como pelo pessoal técnico do Ministério das Comunicações que no andamento das reuniões técnicas do conselho, mostrou-se profundos conhecedores técnicos dos dois sistemas e profundos conhecedores de plataformas matemáticas de simulações técnicas, plataforma MATLAB.

Baseados nesta reconhecida plataforma técnica apurada, pelos setores acadêmicos e industriais que a usa, e com os resultados dos testes feitos até o momento, pode-se simular todas as novas condições com os novos parâmetros apresentados de maneira a verificar se com estas novas mudanças os novos requisitos foram contemplados, é claro com a devida interveniência de todas as partes envolvidas, de maneira a ganharmos tempo neste processo que se arrasta a anos.

Sabemos que desta forma, a evidência do fato seria em cima de simulação baseada em dados concretos realizados em campo, e simulações em computador com um grau de precisão que podemos considerar como aceitável.

Voto vencido, o Ministério optou por novos testes.