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Leia na Fonte: Revista Mais
[14/03/13]
Rádio
digital: vai acontecer? - por Tomás Brum
Tomás Brum é engenheiro eletricista com especialização em telecomunicações.
Com o cronograma da digitalização do sinal da TV em pleno andamento e em dia, o
foco agora volta-se para as rádios. Embora diversos testes já tenham sido
feitos, o Brasil ainda não encontrou o padrão ideal para promover a
digitalização das emissoras de rádio.
Atualmente, existem dois considerados principais: o DRM (europeu) e o HD Rádio
(norte-americano).
Infelizmente, os testes realizados até o momento apontaram para um resultado
insatisfatório em ambos os padrões, sobretudo quanto à área de cobertura. Isso
porque não se conseguiu alcançar a mesma área que as emissões analógicas
(atual).
Para o Ministério das Comunicações, essa é uma questão inaceitável, já que, em
vez de ampliar o acesso do rádio à tecnologia, quaisquer dos padrões promoveriam
a sua exclusão.
Tal análise, porém, parece um pouco superficial, uma vez que, com a
digitalização, abre-se a possibilidade de ampliar, em dezenas de vezes, a
capacidade de instalação de novas emissoras. Isso ocorre porque o
compartilhamento de canais passaria é ser possível, o que ofereceria novas
emissoras de rádio às cidades que hoje têm poucas ou até mesmo não possuem
emissoras.
Hoje, o que limita as instalações de novas emissoras, sobretudo, nos grandes
centros, é a escassez de canais. É preciso obedecer a uma “distância” entre uma
emissora e outra para que a transmissão de um canal não influencie negativamente
no outro. Portanto, no padrão atual (analógico) não é possível o uso de canais
vizinhos (adjacentes) a uma emissora já em funcionamento*.
Já com a digitalização, é possível que diversas emissoras compartilhem o mesmo
canal, pois quem fará a “separação” delas será o equipamento receptor (o seu
“radinho”). Ele identificará uma “etiqueta” eletrônica na transmissão e o
entregará àquela programação que você selecionou, descartando as demais.
Essa mudança ainda deve demorar alguns anos, o que torna impossível, hoje, a
previsão de quando o rádio analógico saíra do ar.
Não há planos a curto e médio prazos para isso, mesmo porque, aí, entramos na
“seara política”, onde os radiodifusores (proprietários de rádio) possuem
bastante poder.
Acredito que, antes da definição do padrão e das demais regras para a
digitalização, a radiodifusão perderá espaço e importância considerável. Com
isso, a discussão de um novo padrão perderá o sentido. Com a popularização e a
melhoria da internet móvel, não demorará muito para que as pessoas passem a
“ouvir” com eficiência as transmissões de “rádio” via internet, até mesmo em
casos em que se esteja em um veículo em movimento. Isso quebra de vez a barreira
geográfica que ainda perdura nas transmissões de rádios tradicionais e a falta
de mobilidade das transmissões via internet.