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Leia na Fonte: Abratel
[28/11/13]  Rádio Digital: perguntas e respostas – Parte 2

A subcomissão de Rádio Digital da Câmara dos Deputados deve apreciar o relatório final do deputado Sandro Alex até o final deste ano. O relatório preliminar apontou a tecnologia HD Radio como a mais adequada para o Brasil.

Para embasar sua análise, o deputado solicitou que representantes dos dois modelos em debate respondessem a um questionário técnico.

Na semana passada você conferiu aqui no noticiário da Abratel as respostas do consórcio DRM. Nesta edição veja as respostas da Tell HD Rádio, empresa brasileira que detém a tecnologia HD Radio no País.

QUESTIONAMENTOS DO RELATOR DA SUBCOMISSÃO DA CCTCI

DE RÁDIO DIGITAL AOS REPRESENTANTES DOS PADRÕES HD RADIO

As transmissões analógica e digital são realizadas de forma simultânea? Em caso de perda do sinal digital, o sinal analógico entra automaticamente? Qual a demora e o atraso do sinal nessa eventualidade?

Sim, as transmissões analógicas e digitais coexistirão simultaneamente em cada estação, na máscara espectral do canal outorgado atualmente, durante o período de transição híbrida.

As emissoras de Onda Média e Frequência Modulada que queiram participar com transmissão híbrida poderão incorporar em suas transmissões analógicas o sinal digital simultâneo, sem afetar a sua operação analógica e a completa funcionalidade dos receptores analógicos existentes.

A Tecnologia HD Radio incorpora o blending, onde os receptores digitais suavemente revertem de volta para o programa analógico, se houver perda do sinal digital. Devido os sinais híbridos analógicos e digitais ser recebidos do mesmo canal de transmissão, não é necessário que o receptor altere as frequências. Como resultado, essa transição ocorre imediatamente e sem atraso, de forma que o ouvinte não perde conteúdo do programa. Mais importante ainda, o receptor voltará para a recepção digital quando o sinal digital é readquirido. Nenhum outro sistema de rádio digital oferece essa possibilidade.

Futuramente, o governo poderá decidir eliminar a transmissão analógica e cessar o período de transição no país, iniciando a fase só da transmissão digital. O blending nos receptores ainda existirá e, nesse caso, no modo de transmissão todo-digital, o sinal HD Radio incorpora um canal digital reserva com baixa taxa de bits que continuará a ser recebido se o sinal digital primário for perdido.

A opção tecnológica trará consigo regras claras, ou ao menos diretrizes, no que diz respeito ao período de transição, no qual as transmissões chegarão a ocorrer de forma simultânea. Sobretudo porque há inegáveis reflexos no marco regulatório do setor.

Qual é o nível de interferência co-canal e em canais adjacentes que o seu padrão gera? Há medições quantitativas e medições de campo disponíveis para apresentar?

A Tecnologia HD Radio está em total conformidade com a máscara espectral existente, definida pela Anatel, para ambos os serviços de Onda Média e FM.

Para toda estação de rádio é designado um canal específico, e toda energia do sinal da estação deve estar completamente contida dentro da máscara espectral do canal.

Todas as portadoras digitais do sinal HD Radio estão totalmente contidas dentro da máscara espectral analógica dos canais existentes, e são transmitidas em potências muito baixas de forma a não causar interferência em estações adjacentes. A potência digital FM está entre 1% e 10% da potência analógica e a potência digital AM é 5,8% da potência analógica.

Ao contrário do sistema DRM, a Tecnologia HD Radio foi projetada desde o início para compartilhar o seu canal com o sinal analógico, sem causar interferência a ele. O sistema DRM foi projetado para funcionar como um sinal todo-digital isolado, e só mais tarde foi adaptado para trabalhar em um modo de canal adjacente.

FIGURA!!!!!

Nota: A forma de onda com duplas faixas laterais mostradas aqui tem sido comercialmente implementada com diversas variações desde 2003. O modo de faixa lateral única tem sido proposto como um modo opcional para uso em locais no Brasil que têm grave congestionamento de espectro. Uma vez que os receptores existentes HD Radio irão detectar e reproduzir sinais de faixas laterais únicas ou duplas, não haverá modificações a serem feitas no receptor se esse modo for adotado no país.

Contudo, o sistema HD Radio é projetado com grande flexibilidade, e pode ser modificado a fim de prover operação com uma faixa lateral, com potências assimétricas nas faixas laterais e largura de faixas e taxas de dados variáveis.

Para uma estação que tem outorga de canal e que respeita os critérios de separação espectral e de distância estabelecidos nas Normas e Regulamentos existentes, não há casos relatados de interferência co-canal ou canal adjacente.

O relatório de teste de campo de 2008, apresentado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão – ABERT, descreve um específico teste que foi realizado na cidade de Cordeirópolis-SP.

Naquele teste, foram criadas intencionalmente as interferências co-canal e de canal 1º adjacente entre duas estações com distância mínima e separadas espectralmente em 200 kHz. Essa situação é impraticável no mundo real e normalmente não seria permitida pela Anatel.Mesmo nestas condições anormais, não foram observados casos de interferência co-canal e do canal adjacente.

No Brasil, um grande número de estações tem transmitido sinais híbridos HD Radio num período de alguns anos, e nenhum caso de interferência co-canal ou de canal adjacente foi observado.

Um exemplo adicional descreve que, durante dez anos de operação comercial nos Estados Unidos da América, não houve denúncias formais de quaisquer interferências registradas na FCC, onde mais de 1.800 estações FM transmitem diariamente com o sistema HD Radio.

Isso é verdadeiro mesmo nos casos em que estações FM operam com elevadas potências digitais até 10% da potência analógica, como estabelecido pela FCC em 2010:

Desde o início das transmissões IBOC FM com potência de operação de 1% da potência analógica em 2004, a FCC não recebeu nenhuma reclamação bem documentada de interferência de sinais digitais em estações analógicas de FM. A partir de maio de 2006, a FCC emitiu um total de 15 autorizações experimentais para transmissões IBOC FM com potência de operação de até 10% da potência analógica, incluindo autorizações para dez estações que tinham direito adquirido de estarem em distâncias muito próximas, como quatro delas que tinham distância espectral de canal 1º adjacente. Algumas dessas distâncias curtas constituem situações graves. Essas estações transmitem em suas instalações FM digitais com diferentes níveis de potência ERP digital através do período experimental, com preponderância do tempo de operação na máxima potência FM digital de -10 dBc. A FCC não recebeu quaisquer reclamações de interferências em estações FM licenciadas ou do público ouvinte como resultado da transmissão digital experimental. (Fonte: FCC Order on Mass Media Docket 99-325, dated January 29, 2010)

Um relatório completo de testes de interferência de canais 1º e 2º canais adjacentes realizados com o sistema HD Radio pelo NRSC está disponível no sítio: http://www.nrscstandards.org/Reportsrefdocs/iBiquityFMtestdatareport/AppendixD.pdf

Qual é a diferença de desempenho no seu padrão entre a recepção interna e a externa (indoor e outdoor)? Há medições quantitativas e medições de campo disponíveis para apresentar?

Teoricamente, a recepção indoor é mais difícil do que a recepção outdoor porque não há linha de visada até a torre de transmissão, e porque o receptor localiza-se dentro de um espaço fechado assemelhando-se uma gaiola de Faraday. Medições exaustivas de campo mostraram que a perda de potência do sinal de FM no interior dos edifícios é tipicamente de cerca de 10 dB (90%).

O valor exato varia, dependendo do material utilizado na construção do edifício. Um grande número de medições indoor e outdoor foi realizado nos Estados Unidos bem como no Brasil, que confirma essa situação.

Como um exemplo quantitativo e disponível de medições de campo, nós podemos citar os testes realizados em Belo Horizonte MG e descritos no Relatório do Inmetro, página 36, Tabela 13:

“ …Dos cinco pontos de medição, quatro apresentaram recepção digital, e apenas no ponto da Faculdade de Educação (FACEDU) não houve decodificação do áudio, conforme a Tabela 13…. ”

Referência: Medições de Campo do Sistema HD Radio em Belo Horizonte com a Rádio Itatiaia (FM).

Para recepção indoor em grandes centros populacionais, a solução de aumento da potência digital, cerca de 10 dB acima do valor atual, resolveria a questão do ponto como o descrito acima.

Isso, atualmente, já é uma opção para as estações nos Estados Unidos e está sendo usado em locais com grandes quantidades de arranha-céus e alto nível de ruído elétrico. A penetração de sinal em edifícios, em virtude das transmissões nesse nível de potência, tem sido muito boa.

Para recepção outdoor, não houve nenhum caso significante de testes que demonstrassem quaisquer impactos na recepção, exceto aqueles que envolviam altos níveis de ruídos e interferências localizadas.

O padrão possibilita a transmissão noturna em modo digital também? Se sim, é necessário o ajuste de potência? Caso seja necessário o ajuste, em que faixas?

Essa questão aplica-se principalmente a estações de Onda Média. A propagação FM é a mesma de dia e de noite e estações não ajustam suas potências durante a transmissão à noite.

A transmissão digital durante a noite é muito natural com o sistema IBOC OM HD Radio. Nos Estados Unidos, a FCC desde 2007 permite que as estações OM transmitam o sinal digital HD Radio no período da noite. Como resultado, muitas estações de rádio de Onda Média estão agora transmitindo com sina l HD Radio durante a noite e estão proporcionando alta qualidade de áudio digital a seus ouvintes em áreas que normalmente têm recepção analógica ruidosa.

A fim de compensar as condições de propagação no período noturno para a Onda Média, muitas estações de OM são obrigadas a reduzir sua potência analógica e até fazer ajustes em seus diagramas de radiação das antenas. A potência digital transmitida pela estação IBOC OM HD Radio é fixada em aproximadamente 5,8% da potência analógica, e assim quando essas estações reduzem suas potências analógicas à noite, a potência digital é automaticamente reduzida também.

Em caso de atualização do padrão, os equipamentos transmissores e receptores podem ser atualizados sem necessidade de substituição de peças (hardware)? Qual seria o procedimento de atualização?

A Tecnologia HD Radio está operando comercialmente por dez anos nos Estados Unidos. Nesse tempo, a configuração dos equipamentos de transmissão tem sido atualizada diversas vezes. Para as estações de rádio, estas têm simplesmente como requisito carregar novos softwares no equipamento de codificação da transmissão. A maioria das primeiras estações HD Radio está ainda usando seus equipamentos de transmissão até hoje. O processo de atualizar software em equipamento de transmissão é gerenciado pelo fabricante original do equipamento.

Receptores de consumo geralmente não podem ser atualizados com o novo software. Como resultado, os receptores mais velhos não suportam a maioria dos novos recursos e aplicativos que foram introduzidos desde que a tecnologia foi comercializada. Contudo, esses receptores não perdem quaisquer originais funcionalidades e todos os receptores produzidos no passado estão ainda completamente em uso. Os desenvolvedores do sistema HD Radio têm sempre respeitado os requisitos de compatibilidade para os receptores mais antigos, sendo assim, os produtos de consumo nunca se tornarão obsoletos.

Haveria algum problema técnico para o seu padrão (tanto na transmissão quanto na recepção) caso o Brasil adotasse o modelo de coexistência dos dois padrões em teste?

Acreditamos que não haveria nenhum problema se a Tecnologia HD Radio coexistisse simultaneamente com outro sistema no Brasil. Não existe uma única tecnologia de rádio digital disponível hoje, que possa atender 100% das necessidades do país em todas as faixas de frequências, e por isso o uso de múltiplos sistemas iria ao encontro do que prevê a portaria 290 de 30 de março de 2010. Transmissores e receptores que suportam cada tecnologia poderiam ser comercializados simultaneamente, e as emissoras e os ouvintes poderiam escolher os produtos receptores que melhor atendessem às suas necessidades.

Assim, seria possível para a indústria brasileira desenvolver produtos receptores que contivessem ambas as tecnologias simultaneamente. Chips que são capazes de usar ambos os sistemas HD Radio e DRM já estão disponíveis no mercado internacional. (vide o material disponível em: http://www.nxp.com/products/audio_radio/digital_radio_processors/)

O único problema é que os receptores que combinam as duas tecnologias seriam, a princípio, mais caros para o consumidor. Além disso, a convergência dos dois sistemas seria mais lenta e mais complexa, uma vez que esta combinação não existe em nenhum outro lugar do mundo.

A cobertura digital aferida pelos testes organizados pelo Ministério das Comunicações foi maior, similar ou menor que a analógica?

Os relatórios de testes produzidos pelo Inmetro mostraram que a cobertura digital HD Radio foi semelhante à analógica, na maioria dos casos (deve-se notar que a cobertura digital real medida mostrou-se ser muito melhor do que os mapas de cobertura teóricos modelados em computador que o Ministério posteriormente liberou.)

Apesar do fato de que as potências de transmissão digitais foram apenas cerca de 1% a 2% da potência analógica, as medições tomadas em oito vias radiais que se estendiam bem distante dos locais de transmissão demonstrou que as transmissões de digitais HD Radio foram semelhantes às áreas de cobertura analógicas das estações de teste para recepção analógica de boa qualidade. Em locais em que o sinal digital desapareceu e o receptor fazia o blending para o sinal analógico houve uma quantidade significativa de ruído no receptor de áudio analógico.

Nos Estados Unidos, muitas estações de FM estão agora operando de 4% a 10 % da potência analógica. A cobertura dessas estações está experimentando confiabilidade igual ou superior à sua cobertura analógica na maioria dos casos. Elas estão também proporcionando recepção digital confiável no interior de edifícios e sinais digitais limpos em áreas periféricas que têm recepção analógica ruidosa.

O sistema FM DRM+ ainda não operou em um ambiente comercial, mas os relatórios dos testes indicam que eles tanto precisam de pelo menos 10% da potência analógica quanto de uma taxa de bits muito reduzida para conseguir uma cobertura equivalente. Isto levanta preocupações sobre a possibilidade de interferir em um sinal analógico adjacente.

Caso o Governo Federal decida por seu padrão tecnológico, far-se-á necessário desligar o analógico?

Desligar a transmissão analógica é uma possibilidade para o futuro, mas isso não necessário. Após um período de transição, cuja duração seria determinada pela aceitação da tecnologia pelo consumidor, o governo pode optar por eliminar a transmissão analógica completamente. Esse processo de transição pode demorar de dez a quinze anos e isso pode ser definido pela disponibilidade da tecnologia, dos preços dos receptores e pela aceitação dos novos serviços do rádio digital por diferentes plataformas digitais.

Durante o período de transição, os ouvintes continuariam a ser totalmente servidos pela transmissão de rádio. Ouvintes para rádios analógicos mais antigos ainda ouviriam todas as mesmas estações e programas como antes, mas os ouvintes de rádio digitais gostariam de novos serviços e benefícios.

Em alguma data futura, quando a maioria dos ouvintes de rádio for vista usando receptores digitais, operações analógicas podem cessar. Quando isso acontecer, os radiodifusores terão baixo custo de energia, maior cobertura de sinal e a possibilidade de multiprogramação.

Contudo, sendo uma opção não cessar a transmissão analógica e ambos os sinais analógicos e digitais coexistirem indefinidamente, caberia a discussão sobre eficiência desta decisão. Ao contrário da televisão digital, o rádio digital vai ocupar inteiramente os atuais canais analógicos atribuídos, não haverá necessidade de atribuir nova faixa de frequências e planejar novos canais para o rádio digital e, em seguida, liberar o antigo espectro em uma data posterior a ser marcada. Por este motivo, não haverá necessidade do governo estabelecer um switch off analógico. A transição para a transmissão full digital pode ser totalmente determinada pela aceitação da tecnologia pelo público e o tempo que isso requer.

Outra opção, ao invés de obrigar todas as estações cessarem as transmissões analógicas juntas em certa data, cada estação poderia tomar sua própria decisão, dependendo unicamente das necessidades e condições de cada radiodifusor. De qualquer forma, essas decisões não precisariam ser tomadas agora – o governo pode postergar essa questão para uma data futura.

Independentemente destas questões, está claro que, quanto mais tempo for o adiamento da decisão pela transmissão digital, mais difícil será para o rádio e os demais produtos digitais convergirem. Rádio é agora o único meio de massa remanescente no Brasil, que não tem uma opção digital. Se o rádio está impedido de participar da inevitável convergência digital que, por certo, irá combinar todos os outros meios de comunicação em um único dispositivo, o dano para a indústria de rádio será muito grande.

Quais as oportunidades de negócios em termos de interatividade, multiprogramação e outras facilidades que o seu padrão poderia criar caso adotado?

Além da qualidade do áudio digital, a transmissão digital HD Radio oferece novos e avançados recursos ao ouvinte. Nos textos, é possível mostrar, por exemplo, o nome do programa, título da música, nome do artista, bem como informações comerciais do patrocinador quando disponível. Imagens e gráficos (Artist Experience) na tela da estação mostra logomarcas das rádios, capas de CD, fotos dos apresentadores e convidados do programa, mapas meteorológicos e as imagens dos produtos patrocinados. Esses textos e imagens são sincronizados de modo que eles variam dependendo do conteúdo do programa. Muitas estações de rádio que usam a tecnologia descobriram que eles podem vender esses recursos para os anunciantes a um custo adicional para complementar seus comerciais de áudio. A possibilidade em oferecer cupons de vendas para ouvintes via rádio digital está apenas começando a ser explorado.

Para as estações FM, a mais importante oportunidade de novos negócios será a criação de multiprogramação. Cada estação de FM pode transmitir até três programas digitais adicionais em seu canal existente – todas provenientes do mesmo transmissor e antena. Esses novos programas só podem ser ouvidos com um receptor HD Radio. Emissoras de rádio nos Estados Unidos já criaram mais de 1.450 novos programas para seus ouvintes digitais. Essas estações usam a multiprogramação para atender necessidades especiais em suas comunidades. Alguns exemplos desses são nichos ou minorias que gostam de formatos de músicas especiais; canais especializados dedicados aos fãs de equipes esportivas, programas para públicos especializados, como as religiões, línguas estrangeiras ou orientações sociais, e os canais programados por estudantes universitários.

Tecnologia de multiprogramação demonstra a extrema eficiência da transmissão do rádio digital. Algumas pessoas têm manifestado preocupação com o congestionamento de freqüências de rádio digital que podem ocorrer em áreas densamente povoadas. Pelo contrário, pois cada estação no dial FM pode transmitir até quatro serviços de programas em seu canal existente, o público estaria bem servido com muito mais programas e serviços do que seria possível com a transmissão analógica.

Além de vender anúncios publicitários através da sua multiprogramação, muitas estações de rádio também estão melhorando seus recursos financeiros com a caracterização específica dessa multiprogramação, também por leasing de programas inteiros terceirizados, ou por agregar publicidade em seu canal principal à venda de pacotes na multiprogramação.

Outro serviço possível que vem sendo realizado há cinco anos comercialmente nos Estados Unidos é a marcação de música. Os ouvintes podem salvar informações sobre determinada música que gostam em seus rádios com o apertar de um único botão, e depois podem transferir essa informação para sites de comércio eletrônico como o iTunes a fim de comprar e baixar músicas. As emissoras recebem uma comissão de vendas por músicas vendidas através de suas estações.

Muitas estações de rádio nos Estados Unidos também estão obtendo ganhos financeiros através da oferta de novos serviços de difusão de dados Datacasting – a transmissão de dados que não estão relacionadas com o seu conteúdo programático. Isso tem criado modelos de negócios inteiramente novos para as emissoras. A transmissão de dados de trânsito pelo HD Traffic – informações instantâneas sobre as condições de trânsito na cidade da emissora – tem sido especialmente bem sucedida. Mais de 400 estações de rádio dos Estados Unidos estão melhorando seus recursos todos os meses transmitindo esse serviço.

É importante enfatizar que os serviços já mencionados não são simplesmente tecnologias que têm sido propostas em papel ou estão operando em testes de laboratórios. Elas são todas estabelecidas, serviços comercializados. Centenas de estações de rádio estão ganhando dinheiro todos os dias com essas tecnologias.

Algumas estações de rádio estão começando a explorar a interatividade com seus ouvintes, usando a rede celular como canal de retorno do ouvinte para a estação, como sendo um canal de comunicação adicional. As novas possibilidades de negócios de publicidade que isso vai abrir para as emissoras são ilimitadas. Guias eletrônicos de programação (EPG) será a outra parte de um pacote interativo que estará disponível para os ouvintes de rádio. Todos esses novos recursos serão desenvolvidos para atender as expectativas dos consumidores de mídia digital de hoje.

Durante o período de transição híbrido, a capacidade das estações AM é limitada em comparação com as estações de FM, por causa da limitação da largura de faixa do seu canal. Estações de FM, com maior largura de faixa, têm a capacidade de oferecer muito mais serviços do que o AM, como multiprogramação, difusão de dados (Datacasting) e interatividade. No entanto, estações AM terão a capacidade em oferecer Datacasting de média velocidade durante o período de transição com transmissão híbrida e elas terão maiores opções de negócios mais tarde, quando a transmissão full digital se tornar possível.

O seu padrão oferece funcionalidades de interesse público, tais como mensagens de alerta de trânsito?

Multiprogramação HD Radio fornecerá novos programas que podem ser de grande interesse para as audiências de rádio. Nos Estados Unidos, como foi dito anteriormente, mais de 1.450 novos programas estão atendendo as necessidades especiais de comunidades inteiras, com programas novos e especializados. Além disso, novas redes nacionais foram criadas para transmitir os programas que estão sendo ouvidas exclusivamente através da multiprogramação. Ao contrário do sistema DRM+ que tem realizado experiências apenas conceituais, a multiprogramação HD Radio é um serviço real, que vem operando comercialmente desde 2005.

Os alertas sobre as condições de trânsito, notícias, informações meteorológicas e de esportes estão sendo transmitidos comercialmente em mais de 75 cidades nos Estados Unidos. Esses serviços são prestados por duas empresas concorrentes – Consórcio de transmissão de trânsito (Broadcast Traffic Consortium) – http://radiobtc.com/ – e a empresa Total Traffic and Weather Network - http://www.ttwnetwork.com/. Dispositivos especializados de navegação pessoal, integrados com receptores HD Radio Datacasting estão sendo vendidos pela Garmin e JVC e essa tecnologia também já vem de fábrica em alguns veículos novos da Toyota e do Lexus.

Active Alert é uma tecnologia de mensagens de emergência que foi desenvolvida especificamente para uso com a tecnologia HD Radio. Ela fornece uma ferramenta de comunicação que pode ser usada pelos governos nacionais, estaduais e municipais a fim de divulgar as mensagens de emergência para o público, em caso de alertas meteorológicos, derrames químicos, inundações, rapto ou sequestro de crianças ou outras emergências nacionais ou locais que exijam notificação imediata do público. Esta avançada tecnologia digital prevê a entrega imediata de mensagens de áudio e texto que podem ser direcionados para áreas geográficas específicas e podem até se transformar em rádios para os ouvintes, automaticamente, mesmo se os rádios estiverem desligados. Nos Estados Unidos, embora esse serviço de alerta de emergência ainda não esteja implementado comercialmente, tem sido estudado pelo governo e testado em algumas cidades. Active Alert é uma ferramenta poderosa que pode ser implementada pelo governo brasileiro, sem nenhum custo, como parte de um plano nacional de alerta de emergência.

Qual a conectividade e a convergência que seu padrão oferece com as demais tecnologias de comunicação? Existem equipamentos móveis disponíveis no seu padrão, celulares e autoestéreos?

Quase 15 milhões de receptores de rádio HD foram construídos desde que a tecnologia foi introduzida pela primeira vez em 2003. Isso inclui produtos tradicionais, tais como rádios portáteis, rádios de mesa, rádio-despertador, IPOD, som de casa e sistemas Hi-Fi, rádio de fábrica nos novos automóveis, e auto-rádios de pós-venda (aftermarket). Há também produtos de convergência que incorporam recepção de rádio HD, como tocadores de música MP3 e dispositivos de navegação pessoal. Novas categorias de produtos, como Tablets e smartphones, estão agora em fase de desenvolvimento.

Sem dúvida, a maior aceitação mundial da tecnologia HD Radio tem sido para uso em automóveis. A maioria dos fabricantes de automóveis já adotou o sistema HD Radio como sua tecnologia de rádio principal. Nos Estados Unidos, o número de receptores HD Radio instalados em veículos novos fabricados tem crescido 60% ao ano nos últimos três anos. Para os modelos de carro 2014, a tecnologia estará disponível em 167 modelos de veículos novos, a partir de 33 das 36 marcas disponíveis no país. Mais de 10 milhões de veículos na estrada estão agora equipados com receptores HD Radio e um veículo novo é adquirido a cada 9 segundos. Fonte: http://hdradio.com/get-a-radio/new-car.

Muitas dessas marcas de automóveis já fabricam veículos no Brasil, e eles podem disponibilizar, imediatamente, esses produtos no mercado brasileiro assim que a tecnologia for aprovada.

Além disso, 62 modelos de auto-rádios de pós-venda (aftermarket) estão disponíveis a partir de 20 marcas diferentes. Esses modelos variam de rádios simples e de baixo custo até modelos elaborados e sofisticados, por exemplo: Alpine, Clarion, Dual, Garmin, JVC, Kenwood, eXcelon, Pioneer e Sony – http://hdradio.com/get-a-radio/car-radio.

A disponibilidade de recepção de rádio digital em automóveis tornou-se uma questão crucial para a sobrevivência do setor de radiodifusão de rádio. Muitos carros novos já vêm com leitores de DVD instalado, além de USB, Bluetooth e conectividade com a Internet. Em mais dois anos, todos os novos veículos deverão incluir esses recursos. Rádio vai claramente deixar de ser a principal fonte de entretenimento em veículos. Será essencial para estações de rádio oferecer características do século 21, como a qualidade CD de áudio, texto, imagens e interatividade, para o setor se manter competitivo com outros meios de comunicação nos veículos. As transmissões analógicas na radiodifusão sonora não podem fornecer esses recursos.

Além de automóveis, outra chave essencial para a sobrevivência do rádio será o receptor portátil pessoal ou receptor móvel pessoal – desde que seja como dispositivos autônomos como pequenos rádios FM portáteis, ou então através da incorporação do rádio digital em telefones celulares.

Os consumidores de hoje veem a convergência de dezenas de dispositivos previamente separados para os telefones inteligentes que eles carregam com eles todos os dias. O rádio digital deve tornar-se parte dessa plataforma. Recepção HD Radio está agora disponível em dezenas de pequenos dispositivos portáteis. Em 2008, os fornecedores de Circuito Integrado desenvolveram o primeiro protótipo de chipset HD Radio especificamente projetado para telefones celulares. Desde então, vários telefones celulares protótipos já foram desenvolvidos e estão sendo promovidos pelas operadoras de telefonia móvel em vários países. Trabalha-se ativamente hoje nos EUA e México para trazer um celular para o mercado.

Qual o preço esperado dos equipamentos transmissores e receptores para o seu padrão? Haveria a oferta de receptores a preços acessíveis para a população de baixa renda? Haveria a oferta de transmissores a preços mais baratos para os serviços públicos e comunitários?

É difícil definir com precisão os preços do transmissor, por várias razões:

a) Por causa das diferentes classes de estações, novos transmissores terão preços variáveis​​, dependendo da sua potência;

b) Se uma estação tem um transmissor muito antigo, não haverá possibilidade de adaptar a transmissão digital;

c) Se uma estação tem um transmissor relativamente novo, pode ser possível adaptá-lo para a transmissão digital;

d) Uma estação pode já ter um transmissor pronto para a transmissão digital, mas por causa da falta de definição de um padrão, ele deixou de comprar outros componentes necessários.

e) A potência máxima de saída de transmissores FM é reduzida quando ele é convertido de analógico para digital híbrido. Por essa razão, algumas estações vão descobrir que seus transmissores existentes, embora pronto para o digital, que nós chamamos digital-ready, não será capaz de atender seus requisitos de potência conforme consta em suas licenças.

No entanto, os custos necessários estimados para o codificador HD Radio e equipamentos de geração de sinal deverão variar entre R$ 40.000 a R$ 80.000. Os custos adicionais restantes serão para a modernização ou adaptação da infraestrutura existente de transmissão, que será diferente para cada estação.

Para a radiodifusão comunitária, a TellHD tem o compromisso de desenvolver e comercializar um transmissor de baixa potência específico para essas estações. Nenhuma taxa de licença ou royalties serão cobrados para a fabricação, venda ou uso destes produtos em rádios comunitárias no Brasil.

Receptores com diferentes displays e formatos serão facilmente colocados no mercado de varejo, com preços que irão variar dependendo da qualidade e características do rádio e dos tipos de serviços adicionais que prestam.

Os modelos mais baratos serão pequenos rádios portáteis e simples auto-rádios de pós-venda (aftermarket), de marcas como a Audiovox e HBuster e estarão disponíveis, inicialmente, em uma faixa de R$ 50,00 a R$ 400,00. Esses custos serão reduzidos com o tempo que economias de escala permitem. Combinando o novo mercado brasileiro com o mercado norte-americano já existente será criado um potencial mercado consumidor populacional de base, de quase um bilhão de pessoas. Isso irá proporcionar às economias de escala de produção em massa a possibilidade de redução dos custos do receptor para todos.

Na outra extremidade da escala de valor, os modelos mais caros serão os sistemas de som em casa de luxo e modelos com todos os recursos sofisticados para veículos (Sony, JVC, Visteon, Panasonic e Pioneer).

Existem fabricantes de transmissores e receptores já instalados no país? Em caso afirmativo, quais são? Existem fabricantes que já tenham manifestado interesse em fabricar equipamentos em seu padrão? Quais são os maiores fabricantes de equipamentos em seu padrão no mundo? Onde estão localizados e onde podem ser adquiridos os equipamentos?

No caso de transmissores, a TellHD tem buscado parcerias com vários fabricantes, incluindo Teletronix e BT. As informações necessárias para qualificar seus produtos tipo amplificador de RF para compatibilidade com HD Radio foi fornecida a essas empresas e está disponível para todos os fabricantes, sem qualquer custo ou compromisso. Um plano foi criado para a fabricação de codificadores-excitadores HD Radio por uma empresa brasileira independente e que pode ser utilizado por todos os fabricantes, sem a necessidade de um contrato de licença.

Há sete fabricantes no mundo, totalmente licenciados para a produção de transmissores HD Radio. Esses incluem quatro na América do Norte (Broadcast Electronics, Continental, Harris, e Nautel), dois na Europa (Elettronika SRL e RVR) e um na América do Sul (Continental Lensa). Harris atualmente fabrica transmissores de televisão no Brasil e tem mostrado interesse em fazer transmissores de rádio digital, bem como disponibilizá-los para o mercado local.

Em relação aos receptores, embora uma grande variedade de produtos HD Radio já estejam sendo fabricados em outros países é claro que os futuros produtos para o Brasil deverão ser feitos no país. Alguns fabricantes na Zona Franca de Manaus estão planejando exportar receptores HD Radio para o México e os EUA. A primeira delas é a HBuster, empresa brasileira que agora exporta produtos de consumo para esses dois países. A Visteon e a JVC que já construíram produtos HD Radio em outros países e podem facilmente incluir essa produção em sua linha de montagem no Brasil. Há também os fabricantes de receptores HD Radio na China, Coréia e Cingapura. A lista completa dos receptores HD Radio autorizados no mundo está disponível neste endereço: http://www.ibiquity.com/manufacturers/receiver_manufacturers

Quantas emissoras comerciais de rádio no mundo estão atualmente transmitindo em seu padrão, por quantas horas e em que faixas de frequências?

A Tecnologia HD Radio está sendo transmitida comercialmente por mais de 2.300 estações de rádio em onze países, com cerca de 1.900 FM e 400 AM. Essas incluem estações de rádio comerciais, educativas, públicas, governamentais e rádios comunitárias. A Tecnologia HD Radio tem sido adotada como o padrão de rádio digital exclusivo pelos governos dos Estados Unidos, México, Filipinas e Panamá. No México, as emissoras estão implementando rapidamente a tecnologia desde o seu lançamento comercial em maio de 2012. No momento, 32 estações AM e FM já foram convertidas para a transmissão HD Radio. Só na Cidade do México há 13 estações no ar e elas estão transmitindo 23 novos canais de multiprogramação.

No Brasil há 32 estações de rádio AM e FM já equipadas para a transmissão HD Radio. Isso representa um investimento de cerca de US$ 2 milhões pelas emissoras de rádio brasileiras.

Considerando a operação de 24 horas para cada estação e não contando a multiprogramação, um número estimado de 375 mil horas de programação são transmitidos em todo o mundo a cada semana usando a tecnologia HD Radio. Esse número está muitas vezes acima do total de horas de programação distinta por semana que estão disponíveis em todo o mundo pelo DAB ou DRM.

Além disso, considerando-se que há cerca de 1.500 novos canais de multiprogramação em operação ao redor do mundo, e presumindo operação de 24 horas para cada um desses canais, temos cerca de 250.000 horas de programação multicasting que são transmitidas em todo o mundo a cada semana usando a tecnologia HD Radio.

Um padrão de Ondas Curtas HD Radio não foi desenvolvido, mas a empresa TellHD concordou em conceder uma licença de patente HD Radio, sem nenhum custo, para os pesquisadores brasileiros a fim de desenvolver um sistema brasileiro de Ondas Curtas digital.

Mundialmente, ressalta-se a enorme diferença no uso comercial entre o sistema HD Radio e o sistema DRM. O predomínio maior do sistema DRM é nas faixas de ondas curtas internacionais, mas o uso dessas faixas diminui a cada ano. De acordo com o mais recente programa mundial de operação DRM (27 de outubro de 2013 http://www.drm.org/?page_id=151), existem apenas 17 empresas de radiodifusão transmitindo uma programação regular com o sistema DRM. Nessas transmissões não incluem estações de FM e apenas duas estações AM (Nuremberg 909 e na Índia 1080). As demais estações na lista do DRM são todas emissoras de ondas curtas. Embora o uso mundial do sistema HD Radio tem aumentado a cada ano, o número total em horas de transmissões mundiais DRM caiu de 450 horas por dia (dados de maio de 2011), para apenas 268 horas por dia (dados de outubro de 2013) com base em relatórios estatísticos divulgados publicamente do DRM.

Caso o seu padrão seja o escolhido, em quanto tempo o sistema poderia ser posto no ar e em quanto tempo poderiam ser atendidas as emissoras e ouvintes das principais capitais com equipamentos disponíveis para aquisição?

Equipamentos de transmissão: Após a definição do sistema HD Radio como um padrão nacional de rádio digital, produtos de transmissão de fabricantes norte-americanos estarão disponíveis imediatamente, para juntar-se aos amplificadores de potência de FM compatíveis que são fabricados no Brasil. No prazo de doze meses após a aprovação, em nível nacional, transmissores HD Radio fabricados no Brasil serão oferecidos para venda a todos os fabricantes de codificadores-excitadores brasileiros, sem qualquer exigência para eles de licenciamento da tecnologia.

Receptores: Após a adoção da tecnologia, os receptores importados estarão imediatamente disponíveis no Brasil para atender as necessidades das empresas de radiodifusão, particularmente aqueles que haviam feito investimentos na tecnologia anteriormente. A empresa TellHD já tem um acordo para a fabricação de receptores de rádio digital no Brasil. A marca HBuster é a primeira empresa a assinar um acordo de fabricação e eles planejam começar a produzir para exportar ao México em janeiro. O primeiro desses produtos, bem como os de outros fabricantes brasileiros, estará disponível para venda no Brasil dentro de seis a doze meses após a adoção da tecnologia HD Radio. Além disso, a ampla disponibilidade de receptores HD Radio existentes hoje ajudará a acelerar a introdução no Brasil. Um exemplo muito próximo é o México, onde os primeiros receptores foram introduzidos meses após a aprovação do governo e hoje esse número continua a crescer com sucesso.

A adoção do seu padrão ensejará no pagamento de licenças ou royalties aos detentores da tecnologia (das patentes)? Qual o valor? É caracterizado um fato gerador, para fins de pagamento de royalties ou licenças, para? a comercialização de transmissores e receptores? Quem são os detentores dos direitos de comercialização da tecnologia do seu padrão no Brasil?

Todos os licenciamentos da tecnologia HD Radio para o transmissor, receptor e fabricantes de chips no Brasil serão geridos pela empresa TellHD /SA. Fabricantes brasileiros de transmissores, receptores e chips HD Radio vão pagar uma taxa de licença para a empresa TellHD para cada produto vendido (licenças ou taxas não serão necessárias para os fabricantes de transmissores que não produzem codificadores de sua própria marca). O valor dessas taxas ainda não foi finalizado, mas na maioria dos casos será menor do que as taxas cobradas pelas iBiquity na América do Norte. Uma tabela de custos de licença foi entregue ao Ministério das Comunicações, em uma carta datada de 15 de abril de 2009.

Ao contrário do sistema DRM, cujos royalties de receptores são fixados e definidos por uma organização de pool de patentes, a iBiquity tem a flexibilidade de ajustar as taxas de licença, por unidade, para atender às necessidades de mercado. Por exemplo, uma taxa nos EUA de $ 5,00 por um rádio de carro é facilmente absorvida pelo preço do veículo, enquanto que a taxa nos EUA de $ 0,50 não pode ser suportada em um produto como o telefone celular. O modelo de licenciamento deve ser flexível se a tecnologia de rádio digital espera ser empregada em todas as plataformas e o sistema HD Radio terá essa flexibilidade no Brasil.

Emissoras de rádio no Brasil não serão obrigadas a assinar acordos de licença, e elas não vão pagar diretamente quaisquer royalties ou taxas de licença. Deve-se notar que isso é diferente da política da iBiquity para as emissoras nos Estados Unidos. Todos os direitos para o uso da tecnologia serão incluídos no preço dos produtos de codificação e transmissão no momento de suas compras e as estações terão o direito de utilizar a tecnologia por toda a vida útil desses produtos.

Além disso, a empresa TellHD tem o compromisso em desenvolver e comercializar um transmissor de baixa potência específico para as rádios comunitárias, com as mesmas facilidades e serviços, e nenhuma taxa de licença ou royalties serão cobrados para a fabricação, venda ou uso desses produtos em rádios comunitárias no Brasil.

A digitalização do Rádio no Brasil sem dúvida alguma trará benefícios, influenciando positivamente o papel social do rádio.

Em sua opinião, quais seriam as principais vantagens da adoção do seu padrão para o desenvolvimento da indústria nacional de eletroeletrônica? Para os radiodifusores comerciais, públicos e comunitários? Para os ouvintes?

Dada a sua configuração híbrida analógico-digital, a tecnologia HD Radio dará ao Brasil uma transição para o rádio digital suave e indolor. Ouvintes brasileiros vão continuar a ouvir suas estações favoritas em seus rádios analógicos, o mesmo de sempre, mas quando comprarem seus primeiros receptores digitais eles vão descobrir os novos benefícios do rádio digital de estações que estarão usando a tecnologia: qualidade de CD, o programa adicional de áudio, textos, gráficos e outras informações. Os receptores digitais de rádio receberão todas as estações, incluindo aquelas estações que ainda não estão transmitindo sinais digitais. Durante um período de transição, cuja duração será definida pelos consumidores ou quem sabe pelo governo, o público irá substituir gradualmente os seus receptores analógicos por novos dispositivos digitais, da mesma maneira que eles atualizam seus smartphones e aparelhos de televisão.

O estágio avançado de implementação comercial da tecnologia HD Radio vai garantir a sua rápida adoção no Brasil. Tendo em conta que os receptores HD Radio nas categorias mais importantes já existem comercialmente em outros países, os produtos digitais existentes podem ser imediatamente importados para atender a demanda particularmente aqueles que haviam feito investimentos na tecnologia anteriormente, consumidores e novas empresas de radiodifusão. Já existe uma indústria de fabricação e produção de receptor nacional, que agora está focada em exportação e que pode ser redirecionada para o mercado interno. A fabricação nacional de transmissores não será afetada, já que a maioria dos transmissores produzidos no Brasil é compatível ou pode ser facilmente reprojetado para suportar transmissões digitais. Muitas marcas de automóveis fabricados no Brasil já produzem produtos HD Radio para outros países e eles podem apresentar imediatamente esses produtos no mercado brasileiro.

A rápida implantação da tecnologia HD Radio no México é provavelmente semelhante ao que vai acontecer no Brasil. Menos de 18 meses após o lançamento comercial da tecnologia no México, várias marcas de receptores HD Radio estão sendo vendidas nas seguintes cadeias de varejo: Sears, Woolworth, Best Buy, Liverpool, Coppel, Famsa e Elektra. Ford, Toyota e concessionárias Mazda também estão oferecendo veículos com a tecnologia HD Radio, no México. Essa experiência com sucesso, de lançamento do rádio digital num país latino-americano é um exemplo real de quão rapidamente o rádio digital pode ser implantado no Brasil.

O público brasileiro vai beneficiar-se de muitas inovações tecnológicas que já estão incorporadas no sistema HD Radio e também de quaisquer acessórios adicionais do sistema ou aplicativos que são desenvolvidos no Brasil. A empresa TellHD assinou um acordo de desenvolvimento da tecnologia com o Inatel Competence Center, em Santa Rita do Sapucaí-MG. O objetivo desse acordo é o desenvolvimento de novas aplicações avançadas que podem ser usadas ​​com a tecnologia HD Radio no Brasil e em outras partes do mundo. Acordos semelhantes também podem ser feitos com outras instituições de pesquisa e universidades do Brasil, abrindo as oportunidades para pesquisadores brasileiros a fim de melhorar e personalizar a tecnologia para as necessidades brasileiras. Alguns destes possíveis projetos incluem:

a. A criação de um padrão de alerta de emergência para a radiodifusão brasileira. Isso poderia tirar proveito de Active Alert, uma tecnologia já desenvolvida para uso com o sistema HD Radio que pode ser modificada e melhorada para se tornar parte de um sistema de alerta de emergência nacional no Brasil.

b. A incorporação da tecnologia do middleware Ginga, para uso com o padrão de transmissão HD Radio. Porque o Ginga foi concebido como um sistema de dados independente, flexível, que não está limitado a qualquer método de transmissão específica, não haveria dificuldade em adaptar o Ginga à tecnologia HD Radio. Isso já foi verificado e um modelo de implementação foi definido.

c. O desenvolvimento de um sistema de transmissão digital brasileiro de Ondas Curtas e de Ondas Tropicais. A empresa TellHD concordou em conceder uma licença de patente HD Radio, sem nenhum custo para os pesquisadores brasileiros no desenvolvimento de um sistema de Ondas Curtas digitais brasileira. Esse método de transmissão seria utilizado também para dar o melhor desempenho aos sistemas de transmissão projetados para radiodifusão em Ondas Tropicais no Brasil e por isso seu desempenho não estaria comprometido pelas necessidades de transmissão de longa distância internacional.

d. O desenvolvimento de novas aplicações de middleware que atendam as necessidades específicas do Brasil . Esses fatores podem incluir o ensino à distância, o ensino de língua estrangeira, boletins de notícias, gerenciamento de infraestrutura de trânsito, etc.

e. O desenvolvimento de configurações de sistemas especiais para operações em canais 5 e 6 de televisão, para apoiar a migração das estações AM. A tecnologia HD Radio já está aprovada pela UIT para a operação nessas faixas de frequências (Recomendação ITU-R BS.1114-6, 30-230 MHz) e receptores HD Radio com sintonia na faixa estendida de FM (76-108 MHz) já começam a ser distribuídos no Brasil.

Com essas medidas será possível produzir um sistema de rádio digital que atenda diretamente as necessidades de toda a população brasileira, jovens e adultos, bem como crianças que disponibilizarão de nova programação feito pelas emissoras, como por exemplo, ensino de regras de trânsito ou uma língua estrangeira, ou mesmo a língua portuguesa, que poderão estar presentes em todos os meios disponíveis, com a qualidade de áudio digital.

Além de fornecer informações de interesse público, como desastres e outras causas naturais como inundações, existem programas governamentais que podem atingir a população em canais específicos e poderiam abordar diretamente as questões que a população tem em relação a determinados produtos, tais como campanhas de vacinação, rede pública de atendimento médico e medicamentos que têm autorização de comercialização e aqueles que são proibidos pela ANVISA. Toda essa cadeia de informação pode ser disseminada através de canais de multiprogramação específicos que irão beneficiar a população. Um exemplo desse conceito é o “Radio Cidadão”, um canal multiprogramação operado pelo governo mexicano em suas estações de rádio IMER. Esse é um canal dedicado que fornece aos cidadãos mexicanos informações sobre cursos de história, de saúde e dos serviços públicos, a educação pública, cultural e proporciona um fórum de comunicação pública para os cidadãos. O IMER também opera um canal de multicast que fornece continuamente números de telefone de emergência e a hora certa.

http://p.freestreams.com/imer/?pid=422&t=1383071952195

http://p.freestreams.com/imer/?pid=419&t=1383071994066

A adoção da tecnologia HD Radio no Brasil será de grande benefício para a indústria nacional de semicondutores. Uma grande variedade de chips HD Radio já está disponível no mercado. Projetos de chips de quinta geração já estão disponíveis comercialmente para classes de produtos específicos, tais como rádios portáteis, rádios domésticos e smartphones. Os quatro fabricantes que já produzem chips HD Radio são: Silicon Labs (Silabs), NXP, Texas Instruments e ST Micro Electronics. A empresa TellHD está pronta para transferir imediatamente essa tecnologia para projetos brasileiros e fabricantes de chips, de modo que os primeiros chips brasileiro projetado pode estar disponível no mercado em menos de dois anos.

Nos Estados Unidos, a tecnologia HD Radio vem operando comercialmente desde 2003. Nesse tempo, quase 15 milhões de receptores HD Radio foram produzidos, incluindo 10 milhões, que foram vendidos apenas nos últimos três anos. A taxa de adoção no Brasil é esperada ter um crescimento muito maior do que nos Estados Unidos, por causa da população nacional que ouve e usa o rádio ser muito maior do que nos Estados Unidos. Além disso, o Brasil estará adotando uma tecnologia madura que está pronta para produção em massa, imediatamente beneficiando a indústria brasileira e criando novas oportunidades de emprego para os cidadãos.

Existem atualmente mais de 200 modelos diferentes de receptores comerciais HD Radio que estão sendo oferecidos para venda ao público, incluindo rádios portáteis, rádios de mesa, automóveis com auto-rádios OEM, auto-rádios “aftermarket” e dispositivos de navegação pessoais. Produtos para novas plataformas, como Tablets e Smartphones estão em desenvolvimento. Produtos atuais de receptores são divididos por categorias, tal como se segue:

• Os fabricantes de automóveis: 33 marcas, 167 modelos (equipamento standard em 99 veículos)

• som do carro pós-venda: 40 modelos

• receptor doméstico estéreo: 20 modelos

• rádios de mesa: 5 modelos

• navegadores GPS: 5 modelos

• Receptores portáteis: 4 modelos

Nos Estados Unidos, esses receptores HD Radio estão disponíveis em 26 de 84 cadeias de lojas de varejo regionais e nacionais. A mais importante delas é a Best Buy, Wal-Mart, Fry Electronics, Radio Shack, Costco e K- Mart – http://hdradio.com/get-a-radio/retailers. Além disso, as principais concessionárias de automóveis nos EUA oferecem muitos carros com a tecnologia HD Radio.

Nos Estados Unidos receptores HD Radio estão disponíveis no e-commerce varejistas Amazon, Crutchfield e eBay. Eles também estão disponíveis para compra nos sites de várias cadeias de lojas nacionais.

Receptores HD Radio são vendidos nos Estados Unidos, Canadá e México. Alguns veículos enviados para a América do Sul e Oriente Médio também têm receptores HD Radio.

Apenas como comparação, o número de receptores DRM vendidos até agora é extremamente limitado. Como o Magazine Radio World informou em agosto de 2012:

Um dos maiores desafios para DRM30, um padrão digital aberto, operando em frequências abaixo de 30 MHz, parece ser a disponibilidade de receptores baratos. A Presidente do Consórcio DRM, Ruxandra Obreja, disse no NAB Show, que menos de 4.000 receptores foram construídos, e muitos deles são baseados em software. http://radioworld.com/article/drm-tested-in-more-countries–/214758

O caminho do futuro para a radiodifusão digital no Brasil já foi definido, e esse caminho será construído na faixa de FM. O governo estabeleceu um caminho claro para estações AM migrarem para a faixa de FM, e prevê-se que 90% das emissoras AM vão aproveitar essa oportunidade. A radiodifusão em AM no Brasil quase não existirá daqui a dez anos. Além disso, a transmissão de ondas curtas está desaparecendo rapidamente como um serviço em todo o mundo, embora continue a ser necessária no Brasil como serviço para pequenas populações no interior do país. Em resumo, o futuro é claro – 99% da radiodifusão de amanhã terá lugar na faixa estendida de FM, 76-108 MHz.

A tecnologia HD Radio é a melhor escolha para a radiodifusão digital FM. Ela demonstrou seu desempenho superior na faixa de FM através de centenas de testes de campo e dez anos de operação comercial por mais de 1.800 emissoras. É uma tecnologia que tem se mostrado eficiente ao coexistir com transmissão analógica FM não causando praticamente nenhuma interferência em estações existentes. Ela vai oferecer uma grande variedade de novos serviços digitais para a população permitindo um novo rádio a competir eficientemente com outros meios de comunicação na era digital.

Por analogia, o sistema FM do DRM é uma tecnologia não comprovada e ainda em caráter experimental, que não está transmitindo comercialmente em qualquer parte do mundo, como ainda não tem receptores de forma significativa no mercado.

A escolha do sistema de rádio digital no Brasil deve ser feita com base nas necessidades da faixa de FM. Por essa razão, acreditamos que a decisão correta para o Brasil favorece claramente o sistema HD Radio.

Da Redação com Assessoria de Imprensa Tell HD