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Fonte: Câmara dos Deputados
[10/10/13]
Abratel quer mais testes sobre rádio digital; indefinições dominam debate
Indefinições sobre o modelo de rádio digital a ser adotado no Brasil dominam
debate em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara (em
8/10). O tema é alvo de uma subcomissão especial que, desde abril, analisa as
tecnologias DRM (Digital Radio Mondiale), da Alemanha, e HD Radio, dos Estados
Unidos, como possíveis plataformas para o futuro Sistema Brasileiro de Rádio
Digital.
Além da melhor qualidade de áudio, a digitalização também vai permitir a
transmissão de multiprogramações e ampliar a interatividade das emissoras de
rádio. Quanto ao modelo, a subcomissão já tem uma conclusão preliminar, expressa
no relatório do deputado Sandro Alex, do PPS do Paraná.
"Hoje ainda não existe um modelo perfeito: nem o americano nem o europeu. Mesmo
os países de origem desses sistemas não dão exclusividade para os modelos. Por
que o Brasil tem de dar exclusividade, se nem os países de origem o fazem? E por
que temos de ter apenas um padrão? Já que o governo dá um entendimento de
migração das AMs para as FMs, o modelo americano sai na frente. Porém, o modelo
europeu tem cobertura em ondas tropicais, curtas e médias. Eu entendo que, como
é uma tecnologia em transformação, quem sabe, num futuro próximo, tenhamos até
um modelo nacional que possa ser colocado em apreciação."
Já a deputada Luíza Erundina, do PSB paulista, classifica esse relatório de
"insuficiente e apressado" diante de novos testes que ainda serão feitos pelo
governo brasileiro. Representante do Ministério das Comunicações, Otávio
Pieranti conta os resultados dos primeiros testes e fala dos parâmetros que
serão observados em novas avaliações que serão aplicadas em emissoras AM, FM e
de ondas curtas.
"O Ministério das Comunicações realizou duas baterias de teste entre 2010 e 2012
e verificou que, na maior parte dos casos, a cobertura do sinal digital era
inferior que a cobertura do sistema analógico, nas condições de teste colocadas
no Brasil. O que o Ministério das Comunicações quer fazer agora é possibilitar
uma nova configuração para o teste do rádio digital para verificar o seu real
potencial. É fundamental que o sistema digital, seja ele qual for, tenha uma
cobertura pelo menos equivalente à do sinal analógico."
A Abratel - Associação Brasileira de Rádio e Televisão - também quer mais
testes, como afirma o engenheiro de comunicações da entidade, André Trindade.
"Até o momento, os testes que foram feitos não mostraram algo que justifique a
digitalização no AM nem no FM. Os problemas de interferência no AM continuaram,
a poluição espectral continuou agredindo o sinal das emissoras AM de modo que a
qualidade fosse muito aquém do que os radiodifusores gostariam. E, com relação à
FM, a área de cobertura também foi inadequada, muito menor do que a área de
cobertura do analógico. Então, diante desse cenário, o radiodifusor não tem como
apoiar a digitalização."
A Abratel teme que, com menor cobertura, as emissoras percam ouvintes e receita.
A entidade também cobra do governo uma política de massificação de receptores de
rádio digital, a fim de popularizar as vantagens da tecnologia digital entre os
ouvintes.
Da Rádio Câmara, de Brasília, José Carlos Oliveira