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Fonte: PPS
[20/09/13]
Sandro Alex entrega
relatório sobre rádio digital - por Valéria de Oliveira
O deputado federal Sandro Alex (PPS-PR) anunciou, no plenário da Câmara, a
entrega, nesta quinta-feira, à Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e
Informática, do relatório da subcomissão constituída para estudar e avaliar o
modelo de rádio digital a ser adotado no Brasil. O parlamentar é o relator do
colegiado. O documento será remetido ao Ministro das Comunicações e às
associações de emissoras em todo o país, “como uma contribuição para o avanço
desse importante veículo”. A opção da subcomissão foi pelo sistema americano HD,
mas o deputado do PPS salientou que não haverá exclusividade. O relatório deve
ser votado na próxima semana.
“O Brasil vive um momento histórico diante da digitalização da TV. E no mesmo
contexto, é imperioso também digitalizar o rádio, especialmente em razão de
algumas das suas modalidades estarem enfrentando sérias dificuldades devido às
transmissões que não atendem os padrões satisfatórios aos ouvintes”, disse
Sandro Alex. A finalização do relatório ocorre próximo do dia do rádio, que é
comemorado em 25 de setembro.
Trabalho da subcomissão
O deputado lembrou que a subcomissão realizou viagens e debates em audiências
públicas sobre o sistema de rádio digital. Primeiro, os parlamentares foram aos
Estados Unidos, em outubro de 2011, para conhecer o modelo americano. Em 2012,
foi a vez da Alemanha, onde analisaram o sistema de DRM (gerenciamento de
direitos digitais), com a finalidade de verificar estágio e tecnologias, para
adoção no Brasil.
Dentre os convidados para audiências públicas realizadas pela subcomissão
estavam o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o secretário de Comunicação
Eletrônica do ministério, Genildo Lins, além de especialistas e estudiosos de
todo o país.
Em pronunciamento no plenário, Sandro Alex afirmou ainda que desde 1996 está em
estudo a introdução da tecnologia digital nas estações brasileiras. “Vários
sistemas, em épocas diferentes, vêm sendo testados no Brasil, sempre tendo como
principal objetivo propiciar à população um serviço de qualidade e respeitando
as características da planta instalada, permitindo que ambas as transmissões
(analógica e digital) ocorram concomitantemente por um período de transição”. O
deputado lembrou também que os primeiros testes foram realizados pela ABERT
(Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), em parceria com
universidades, consultores e engenheiros, acompanhados pela Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) e pelo Ministério das Comunicações.
Urgência
Em 2010, observou Sandro Alex, o ministério lançou oficialmente o Sistema
Brasileiro de Rádio Digital. “Entretanto, a portaria que estabeleceu o uso da
tecnologia não chegou a definir o padrão, pois foi considerado que os testes não
haviam sido conclusivos. A postergação dessa decisão tem acarretado gravosas
consequências, dentre as quais a dificuldade explícita do Ministério das
Comunicações em encontrar emissoras dispostas a participar de novos testes,
evidenciando que é chegada a hora de uma decisão”, advertiu.
Nesse período em que não se optou por nenhuma alternativa, a população vem
arcando com prejuízos, afirmou o parlamentar paranaense. “Como o poder público
não tem preservado o espectro destinado a AM contra ruídos e interferências,
atualmente já é inevitável a migração das emissoras para a faixa FM. Mas essa
inadiável migração não pode servir como pretexto para obstaculizar e atrasar
ainda mais a digitalização do rádio, sendo certo, entretanto, que a tecnologia
que venha a ser utilizada deve contemplar especialmente o serviço em FM”,
explicou. Segundo Sandro Alex, isso ocorre não só pela presença cada vez maior
de emissoras nessa faixa, mas também pela predileção de boa parte da população
brasileira.
A conclusão dos trabalhos da subcomissão, disse o deputado, leva à implantação
no Brasil do sistema HD de Rádio, de origem americana. “Entretanto, não é
aconselhável que as emissoras brasileiras fiquem adstritas a um único modelo de
negócios e a uma só tecnologia. Dessa forma, as emissoras de ondas médias,
curtas e tropicais poderiam adotar outro sistema que contemplasse essas faixas”,
ponderou. Por isso, disse, o Brasil não deve adotar um modelo exclusivo. Os
países de origem dos sistemas, de acordo com o parlamentar, não procedem dessa
forma. O ideal, defendeu Sandro Alex, é permitir que as emissoras adotem os
parâmetros que melhor atenderem às suas características e às expectativas dos
ouvintes, “que é o nosso principal objetivo, pois a digitalização do rádio
representa não só uma nova oportunidade de negócio para as emissoras, mas também
a oportunidade de desenvolvimento de políticas públicas inovadoras”.