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Fonte: Blog do Ethevaldo Siqueira
[19/02/11]
O futuro do mundo sem fio - Ethevaldo Siqueira
Depois de participar do Congresso Mundial de Mobilidade (Mobile World Congress
2011) em Barcelona, na semana passada, tenho dois sentimentos contraditórios. De
um lado, entusiasmo diante do futuro da comunicação móvel. De outro, alguma
preocupação, diante do que podem fazer as operadoras.
Comecemos pela preocupação. Para muitos especialistas, o grande salto da
comunicação sem fio nos próximos cinco anos será, sem dúvida, a explosão mundial
do uso do tablet e de outros dispositivos pessoais. Essa previsão nada tem de
ficção, mas decorre de simples extrapolação tecnológica. O que me pergunto é se
as empresas operadoras brasileiras têm consciência do desafio que terão pela
frente e já se preparam para enfrentar o aumento brutal da demanda de banda
larga nos próximos cinco anos?
Do lado da indústria, há otimismo diante de alguns avanços tecnológicos notáveis
anunciados neste evento de Barcelona. Entre eles, estão as velocidades
crescentes de acesso da tecnologia de quarta geração (4G) do celular, denominada
Evolução de Longo Prazo (Long Term Evolution ou LTE).
Há uma verdadeira corrida rumo à quarta geração (4G), em especial entre empresas
como a Nokia Siemens Networks (joint venture germano-finlandesa), a Ericsson
sueca e a operadora japonesa NTT DoCoMo, cujas tecnologias de acesso sem fio
estão quebrando a barreira dos 500 Megabits por segundo (Mbps) de download e se
aproximando de velocidades impensáveis no passado, da ordem 1 Gigabit por
segundo (Gbps).
Super miniaturização
Além desse avanço, diversas empresas disputam a corrida na miniaturização dos
equipamentos das centrais radiobase (ERBs) e alcançam resultados surpreendentes.
Nessa direção, o avanço de maior impacto foi o da franco-americana
Alcatel-Lucent, que anunciou o desenvolvimento de dois minúsculos componentes
capazes de substituir totalmente as torres e antenas das atuais estações
radiobase (ERBs).
Desenvolvido
pelos Laboratórios Bell, em conjunto com grandes operadoras mundiais, e
designado comercialmente de LightRadio, o novo sistema, compõe-se de dois
pequenos módulos menores do que um maço de cigarros, com a ambiciosa proposta de
substituir toda a infraestrutura de torres e antenas das ERBs. Um dos módulos,
chamado simplesmente de “cubo”, pesa apenas 300 gramas. Essas duas peças, no
entanto, são capazes de transmitir em qualquer frequência situada nas faixas de
400 MHz a 4 GHz e operar em padrões de 2G, 3G e 4G simultaneamente.
Assim é o LightRadio criado pelos Laboratórios Bell, para substituir as estações
radiobase (Foto Ethevaldo Siqueira)
Para Wim Sweldens, presidente da Divisão de Comunicação Sem Fio (Wireless) da
Alcatel-Lucent, o impacto da nova tecnologia nas comunicações móveis poderá ser
enorme: “Com a implantação do LightRadio, teremos muito maior disponibilidade de
banda larga nas cidades e seus arredores, melhor cobertura, melhor qualidade e
redução de custos. E tudo isso deverá ocorrer numa época em que, para centenas
de milhões de usuários em todo o mundo, os tablets deverão dominar a comunicação
móvel pessoal e tornar-se verdadeiras janelas abertas para a imensa nuvem da
web”.
Um sistema de dimensões tão pequenas como o LightRadio poderá reduzir
radicalmente as emissões de carbono das ERBs, que, em seu conjunto, correspondem
hoje às de uma frota de 15 milhões de automóveis. Além dessa vantagem, o “cubo”
da Alcatel-Lucent deverá contribuir decisivamente para a redução dos
investimentos e dos custos operacionais, bem como para ampliar
significativamente a área de cobertura das novas ERBs.