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Leia na Fonte: Convergência Digital - Cobertura Especial FUTURECOM 2012
[10/10/12]  Modelo de negócio é a grande interrogação do 4G no Brasil - por Luís Osvaldo Grossmann

Ainda que admitam que o calendário de implantação da quarta geração da telefonia móvel no Brasil é apertado, fabricantes de equipamentos de redes e aparelhos sustentaram durante o Futurecom 2012, que acontece esta semana no Rio de Janeiro, que os terminais estarão disponíveis em meados do próximo ano e que a infraestrutura será mais flexível e, portanto, terá custos menores. O grande senão, admitem, está na definição do melhor modelo de negócio.

Em painel para discutir justamente as dificuldades do 4G, os fornecedores preferiram destacar que o resultado depende do planejamento das próprias operadoras. “Quase todas, quando da implementação do 3G, subestimaram o crescimento do tráfego”, lembrou o vice-presidente da Tellabs, Tarcísio Ribeiro.

Ele apontou, ainda, para particularidades brasileiras – “a maior parte do tráfego no Brasil é de 2G e não é IP” – e ,até por isso, no país, boa parte das estações radiobase não está conectada por fibras ópticas. Além disso, “o 3G vai continuar a ser implementado enquanto o 4G tem um cronograma agressivo”.

De qualquer maneira, fornecedores como Juniper, Alcatel-Lucent e Huawei sustentam que as novas redes, ainda que precisem conviver com o legado das tecnologias anteriores, terão maior flexibilidade graças ao uso “universal” das conexões IP. “Vai baixar o custo”, afirma Alessandro Jorge, da Juniper Networks.

Além disso, as próprias ERBs serão menores (e mais baratas), assim como o sistema exigirá complementaridades com small cells e Wi-Fi. Em essência, as maiores dificuldades, a julgar pelo que disseram os fabricantes, está na cobertura interna – indoor.

Assim, o “problema” mais significativo parece ser como as operadoras vão capturar mais receitas com a nova tecnologia. “Os modelos de negócio tendem a mudar muito. É preciso evitar o ‘bill shock’ [choque da conta] e ao mesmo tempo não restringir o usuário a conseguir conteúdo”, diz Luis Cabral, da CSG International.

Segundo ele, nos novos “planos de faturamento”, os “planos ilimitados não poderão ser para todos, mas também o serviço não pode encarecer demais. Mas há ótimas oportunidades. “LTE está ligado a consumidores com ARPU [receita por usuário] alto, maiores receitas, clientes que usam roaming internacional”, acredita.

Nada disso implica em esquecer demandas, em especial, regulatórias, como a legislação que padronize nacionalmente a implantação de ERBs, a liberação (e a definição dos custos) das small cells e a destinação do que o setor chama de “frequência de cobertura”, ou seja, a faixa de 700 MHz, que tem alcance maior que a faixa de 2,5 GHz, essa sim já licitada para o 4G.