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Leia na Fonte: Teletime
[10/10/12]
Oi e Vivo querem small cells, mas há desafios a serem superados - por
Fernando Paiva
As operadoras móveis brasileiras querem adotar microcélulas (small cells) em sua
arquitetura de rede, mas reconhecem que há desafios a serem superados, tanto de
ordem técnica quanto regulatória. Fornecedores de rede, por sua vez, se dividem
entre os que apostam ou não em femtocells, enquanto todos propõem mais
inteligência para um uso eficiente do espectro. O tema fez parte de um debate na
Futurecom, nesta quarta-feira, 10.
"Vamos começar a cobertura de 4G com macrocélulas. Depois, em uma fase futura,
quando houver necessidade de capacidade, entraremos com small cells", disse
Mauro Fukuda, diretor de tecnologia da Oi. O executivo, contudo, reclama das
taxas cobradas pela Anatel por estação radiobase (ERB), a TFI (taxa de
fiscalização de instalação) e a TFF (taxa de fiscalização de funcionamento), que
são as mesmas, independentemente do tamanho e da potência da antena. "Se a
potência é menor e a cobertura também, porque preciso pagar por uma microcélula
a mesma taxa de uma macrocélula?", questionou Fukuda.
A Vivo realizou testes com femtocells e está disposta a adotar esse tipo de
equipamento para aprimorar a cobertura dentro das casas dos assinantes tão logo
a Anatel publique uma regulamentação sobre o tema."Testamos femtocells com
clientes reais. É uma ferramenta poderosa para qualidade. Uma vez posta uma
femtocell na casa de um assinante, muda-se completamente a experiência dele (com
telefonia móvel)", disse Átila Branco, diretor de qualidade de rede da Vivo. O
executivo falou também sobre os desafios técnicos: "É preciso preparar as
macrocélulas para visualizar essas femtocells, para que haja handover."
Fornecedores
Entre os fornecedores de rede, há divergências quanto ao uso de femtocells e
microcélulas em geral. A Ericsson, por exemplo, optou por não trabalhar com
femtocells e focar mais na otimização das redes atuais. Mesmo para o uso de
microcélulas, a fabricante é cautelosa. Para Clayton Cruz, diretor de banda
larga móvel da Ericsson, as operadoras deveriam focar mais em qualidade do que
em quantidade de antenas. Ele lembrou que não basta vender uma ERB de pequeno
porte e esquecer que ela precisa também de uma solução de backhaul, de
redundância etc. Uma de suas soluções para isso consiste em uma antena com rádio
integrado.
A Alcatel-Lucent, por sua vez, aposta em femtocells. "Nove das dez maiores
operadoras do mundo estão comprometidas com femtocells. E 15 teles na América
Latina estão se preparando para lançá-las", argumentou Esteban Diazgranados,
diretor de soluções sem fio da Alcatel-Lucent para Caribe e América Latina.
O executivo sugeriu também que as teles adotem soluções de rádio cognitivo,
equipamento capaz de entender o contexto e autoajustar seus parâmetros de
potência e de banda, aproveitando, por exemplo, os espaços em branco em
frequências licenciadas.