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Leia na Fonte: Convergência Digita
[05/03/13]
Para Abranet, é 'perigoso' misturar Wi-Fi com as femtocélulas - por Ana
Paula Lobo
A Associação Brasileira de Internet é contra a proposta da Anatel de colocar as
femtocélulas - que vão permitir aumentar a cobertura 3G/4G nos ambientes
internos, com equipamentos disponibilizados pelas operadoras móveis - no
regulamento de radiação restrita, que rege, por exemplo, a instalação dos
hotspots Wi-Fi. "Não acho que se deva mexer em regras que estão consolidadas. O
SMP tem mais obrigações. A Anatel precisa tratar das femtocélulas de forma
diferenciada", explica Eduardo Nager, presidente da Abranet.
Em entrevista ao Convergência Digital, o executivo diz que não é contra o fato
de as femtocélulas terem isenção das taxas de Fistel, TFF e TFI, mas teme a
inclusão delas no regulamento de radiação restrita. "Há vários provedores
Internet montando seus hotspots wi-fi - em frequências não-licenciadas. Não
acredito que misturar frequência licenciada com não-licenciada venha a ser uma
boa medida. Poderá causar muita confusão no mercado", sustenta Nager.
O presidente da Abranet garante que não há divergência com as outras entidades
ligadas ao provimento de acesso, em especial, com a Abrint, que defendeu na
consulta pública realizada pela Anatel sobre o tema, a assimetria regulatória
com os equipamentos Wi-Fi também sendo isentos das taxas de fiscalização da
agência reguladora. "Percebemos que esse não é o ponto central. A questão está,
sim, na mistura de regulamentos. Isso será muito prejudicial para a Internet",
acrescentou Nager.
Para manifestar sua posição, a entidade encaminhou uma carta ao presidente da
Anatel, João Rezende. Nela, a Abranet insiste que a regulamentação sobre
radiação restrita - onde está o Wi-fi, está atualizado e não deve ser alterado
ou usado para justificar a não cobrança de taxas de fiscalização no caso das
Femtocélulas.
A Abranet aponta também para a necessidade de rever o modelo apresentado para
uso da Femtocélula, que preconiza o uso de acesso banda larga do usuário para a
sua interligação. Isso pode levar à confusão do serviço de telecomunicações (SCM),
prestado a usuários finais para interligação a Provedores de Serviços de Conexão
à Internet, com o segmento de rede de responsabilidade da prestadora de serviço
móvel (SMP), que deve interligar a Femtocélula à estrutura de rede da operadora.
Esse modelo, pondera Nager, além de distorcer os conceitos da LGT e da
regulamentação vigente, pode limitar a competição, tanto pela venda casada do
SCM e o SMP, quanto por subsídio pago pelos usuários por uma parte da rede de
responsabilidade de prestadora do SMP, pelo fato do regulamento não considerar
qualquer solução para preservar a portabilidade numérica. A consulta pública
sobre o uso das femtocells foi encerrada no último dia 24 de fevereiro. O tema
foi relatado pelo conselheiro Jarbas Valente.