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Leia na Fonte: IPNews
[27/03/13]  Small cells para 4G ainda é mercado incerto no Brasil

Impasse regulatório emperra adoção da tecnologia.

A indefinição regulatória das small cells pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pode atrasar a adoção da tecnologia no Brasil. Enquanto mercados maduros dos EUA, Ásia e Europa falam no crescimento da demanda desses equipamentos para melhorar o 4G, o Brasil dá os primeiros passos rumo ao LTE em algumas cidades que sediarão a Copa das Confederações em 2013.

As microcélulas para 4G no Brasil ainda não ganharam espaço e isso só deve acontecer após a Copa do Mundo, quando a tecnologia estará mais consolidada. “O mercado só vai para small cells quando quer prover mais capacidade e uma cobertura mais específica, e esse talvez seja o motivo do Brasil ainda não ter começado”, analisa Margarete Iramina, diretora de desenvolvimento de negócios de banda larga móvel Ericsson para AL. Enquanto isso, operadoras ao redor do mundo criam estratégias para adotar equipamentos e aumentar a capacidade das redes LTE.
[Roberto Falsarella, gerente de redes wireless e especialista em 4G da Alcatel-Lucent]

Roberto Falsarella, gerente de redes wireless e especialista em 4G da Alcatel-Lucent

No Brasil, players como a Alcatel-Lucent e Ericsson compartilham da mesma opinião: o Brasil precisa melhorar a capacidade das redes, mas é preciso ser cuidadoso ao adotar tecnologias. “As small cells estão no plano das operadoras locais, mas é importante que elas saibam como e quando essas soluções são aplicáveis. As regiões de muita mobilidade, onde é preciso prover a continuidade do serviço, necessitam de muitas microcélulas, e nesse caso, é melhor investir na cobertura, para não ter que trocar de célula toda hora. Então, em algumas situações as microcélulas não se aplicam”, explica Margarete.

A Alcatel-Lucent destaca que o Brasil também precisa dar mais atenção ao 3G. “O 3G já está no Brasil há mais de cinco anos e ainda precisa de melhorias. Acreditamos que o mercado brasileiro é um potencial para small cells 3G, tanto para cobertura quanto para atendimento de empresas, que ainda não é muito forte nas operadoras locais”, explica Roberto Falsarella, gerente de redes wireless e especialista em 4G da Alcatel-Lucent, e explica que as femtocélulas 3G podem ajudar na estratégia de cobertura, que em ambientes ‘indoor’ é mais focada em voz do que em dados e o especialista destaca as femtos 3G como um potencial. “O Brasil é um país extenso e tem muito para ser feito em relação à cobertura 3G até o ano que vem”, analisa Falsarella.

Atender a demanda por dados

O aumento no tráfego de dados é um assunto discuto globalmente pelas telcos. É esperado que o consumo de vídeo em HD impulsione esse volume, e é fato que as redes móveis precisam estar preparadas. A Alcatel-Lucent e a Ericsson, dentro dessa estratégia, falam de tecnologias de acesso, cuja demanda em mercados desenvolvidos é crescente, que permitem um acesso mais transparente às redes móveis.

“Vai ser inevitável usar todas as tecnologias. Hoje já existe small cells 3G com WiFi e, eventualmente, veremos o uso de small cells LTE com WiFi. É o que nós chamamos de ‘multistander’, as três formas de acesso integradas, e já vemos essa demanda nos mercados asiático e norte-americano”, analisa o especialista em 4G da Alcatel-Lucent. “O fato de prover serviços para muitas pessoas fará com que o Brasil seja um bom mercado. Dentro de small cells, temos acess points WiFi e esse ambiente é o que chamamos de redes heterogêneas, que tem maior eficiência, desempenho e capacidade de combinar diversas soluções para reduzir a interferência e maximizar a cobertura da rede”, explica Margarete. “Enxergamos o mercado de small cells no Brasil como algo que vai crescer, primeiro por causa do WiFi, e em breve teremos soluções de small cells de acesso agnóstico para 3G e 4G”.

Estratégias

Como todo player TIC que se preze, as empresas pretendem aproveitar as oportunidades dos eventos esportivos e crescer no País. “Nosso plano é ser forte em small cells no Brasil, o tamanho do mercado ainda não é definido por causa de incertezas regulatórias. Não está definido, por exemplo, se a Anatel vai abonar alguns impostos, que dificultam o business case de small cells no País, pois uma small cell é tratada como uma torre, estação radio base de grande capacidade, e as taxas inicial e de fiscalização anual são caras. Se isso for eliminado, o negócio será viável”, explica a Alcate-Lucent.

A Ericsson destaca que firmou parceria com as quatro principais operadoras locais para o LTE, e que o foco em small cells é para 3G. “Ainda não vemos um movimento com small cells para 4G, porque as prestadoras ainda estão focadas em prover a cobertura, mas com 3G estamos discutindo com os principais operadoras para ver como, quando e onde implementar as small cells”, explica Margarete.