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Fonte: Folha
[14/11/07]  Lula quer Telebrás para implantar banda larga em 90% do país - por Elvira Lobato
 
O governo federal estuda ressuscitar a Telebrás para implantar a banda larga (acesso à internet em alta velocidade) em 90% do território nacional e antes do final de segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em três anos. O projeto, segundo estimativa divulgada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, custará entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.
 
A Telebrás, holding do antigo monopólio estatal da telefonia, privatizado em 1998, deveria ter sido extinta dois anos depois da privatização, mas sobrevive como fornecedora de mão-de-obra das antigas estatais para a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
 
Segundo Costa, a Telebrás poderá coordenar a integração das redes de fibras óticas que estão espalhadas por várias estatais e que estariam, pelo menos em parte, ociosas.
 
O presidente da Telebrás, Jorge Mota Silva, disse que a empresa, que fornece 253 empregados para a Anatel, está pronta para assumir um novo papel. "Acho que seria uma reparação, tardia, para a Telebrás", afirmou.
 
Além de empresas privadas, é previsto o uso das malhas de fibra ótica construídas pela Petrobras e por empresas estatais de energia elétrica. Segundo Costa, o projeto será anunciado, em grande escala, pelo presidente Lula, nas próximas semanas.
 
Divisão
 
Costa participou, ontem, no Rio, do Fórum da Governança da Internet. Anteontem, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, havia declarado, no mesmo fórum, que o governo fará uma rede nacional de acesso à banda larga, com infra-estrutura estatal, para atender a 140 mil escolas públicas.
 
Segundo o site especializado em telecomunicações Tele-Síntese, o governo não quer que a banda larga seja controlada por empresas de telefonia de capital estrangeiro.
 
De acordo com o ministro das Comunicações, para a internet em banda larga chegar a 90% do território, o governo ampliará o número de telecentros comunitários de 3.200 para 18 mil.
 
"Estamos explorando diversas possibilidades. Uma delas é usar as redes de alta-tensão de energia elétrica como meio de transmissão de dados para acesso à internet", afirmou o ministro.
 
Para o governo, o primeiro passo para a rede nacional de banda larga foi a Anatel colocar em consulta pública a proposta de mudança do plano de metas de universalização das concessionárias de telefonia fixa, em que as metas de implantação de PST (postos de serviço de telecomunicações) serão substituídas pelo fornecimento de acesso em banda larga a mais de 3.000 municípios.
 
Infovia estatal
 
Costa disse que o Estado não vai competir com os serviços das companhias telefônicas privadas. Segundo ele, a "infovia estatal", que será construída com a integração das redes de fibras óticas de Petrobras, Eletrobrás e outras empresas públicas, será usada, exclusivamente, para atendimento ao setor público.
 
Executivos das concessionárias de telefonia privadas ouvidos pela Folha disseram que, há dois meses, as entidades representativas do setor entregaram ao governo um projeto para levar a internet com banda larga a 85% --e não aos 90% declarados por Costa-- dos municípios. A cifra de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões, citada pelo ministro, teria saído desse estudo.
 
Segundo os executivos das teles, a proposta contemplava a possibilidade de uso das redes de fibra ótica construídas pelas estatais, desde que a preço atraente.
 
Na avaliação das teles, os ministérios da Ciência e Tecnologia e do Planejamento defendem que as escolas públicas sejam atendidas por uma infra-estrutura estatal no pressuposto equivocado de que a Telemar, a Brasil Telecom e outras operadoras seriam controladas por capital estrangeiro.
 
Abert
 
O ministro Hélio Costa saiu em defesa das emissoras de rádio e de televisão que resistem à tentativa da Anatel de redistribuir canais de freqüências do setor para as empresas de telefonia e de TV por assinatura. Costa disse que está a par do problema e que levará o assunto ao presidente Lula, hoje.
 
A Folha noticiou, ontem, que a Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e de Televisão) poderá recorrer à Justiça contra a Anatel para impedir a transferência de freqüências para as telecomunicações. Segundo Costa, esse fenômeno aconteceu nos Estados Unidos e não pode se repetir no Brasil.