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Fonte: Convergência Digital
[25/11/08]  Rogério Santanna no Conselho de Administração da Telebrás - por Luiz Queiroz
 
O Secretário de Logística e Tecnologia da Informação, Rogério Santanna, assumirá vaga destinada ao Ministério do Planejamento, no Conselho de Administração da Telebrás. A decisão já foi discutida no dia 28 de outubro na 320ª Reunição Ordinária deste Conselho. Santana ocupará vaga deixada por Luiz Awazu Pereira da Silva.
 
Defensor do reaproveitamento do backbone da Eletronet - rede de fibras ópticas de 16 mil km, parcialmente ociosa desde que a empresa entrou em processo de falência - a presença de Santanna na Telebrás pode ser um indicativo que o Poder Executivo voltou a cogitar da idéia de aproveitar a estatal para ser a operadora nacional da grande rede de banda larga governamental para inclusão digital.
 
O governo tem três opções possíveis para reaproveitar a Telebrás e retirá-la da condição de estatal em extinção, processo que já dura quase 10 anos.

Primeiro, seria ela assumir o controle da Eletronet. No Judiciário do Rio de Janeiro, os advogados do governo vêm conseguindo o controle dos ativos da Eletronet, numa briga contra os credores privados. É questão de prazo apenas para a rede da Eletronet passar definitivamente para as mãos governamentais. 
Neste caso, a Telebrás pode ser a gestora da rede, ficando com a incumbência de reativá-la para colocar em operação o projeto de inclusão digital do governo antes de 2010.
Caberia à Telebras conduzir a compra de equipamentos que serão necessários não apenas para renovar a parte de roteamento da rede, mas também para baixar a sua "hierarquia".
A Rede da Eletronet, em termos leigos, trafega numa velocidade muito alta para servir à última milha, no provimento do acesso à Internet. A Anatel tinha um cálculo de cerca de R$ 1 bilhão somente para se realizar tais procedimentos.
 
"Backhaul"
Depois de naufragada a tentativa das teles de retirar do texto do Plano Geral de Outorgas a exigência de se montar o backhaul que servirá para levar a banda larga aos municípios brasileiros, as empresas de telefonia serão obrigadas a iniciar o processo de "montagem" desta nova rede.
Neste caso, a Telebrás pode tornar-se a Operadora Nacional da Rede de Banda Larga.
Sua missão seria gerenciar o andamento da rede, fiscalizar as empresas e, no futuro, negociar com as teles móveis o acesso à Internet nas áreas rurais desses municípios, já que o Backhaul só chega até a entrada das cidades no interior e nos grandes centros do País.
 
O terceiro caso seria bem simples.
A Telebrás tomaria conta das duas redes, e o governo poderia até negociar com a teles delas reaproveitarem as fibas ópticas da Eletronet já instaladas mas ociosas, pois necessitam de uma renovação nos equipamentos para roteamento da rede, além de baixar sua hierarquia, na última milha.
 
Procurado ontem para falar do assunto, o Secretário Rogério Santanna limitou-se a dar a explicação técnica de que está apenas ocupando uma vaga que o Ministério do Planejamento tem em todas as estatais federais. Preferiu não falar sobre os rumos da Telebrás nesse contexto de reativação para tornar-se operadora da rede de banda larga de inclusão digital do governo.
 
Mas Santanna não escondeu que apreciaria muito ver a Eletronet funcionando novamente, devido ao porte da rede e os ganhos que o governo teria não apenas na inclusão digital, mas até mesmo no tráfego de suas informações do Sul até o Nordeste do País (apenas a Região Norte não tem cobertura dessa rede).
 
Para quem acabou de fazer uma mega licitação de telefonia fixa para 80 órgãos federais, que deverá gerar uma economia estimada por baixo de R$ 10,5 milhões, com a concentração em apenas uma operadora - a espelho Global Village Telecom (GVT) - os serviços na telefonia fixa local e DDD, ter uma única rede de banda larga não seria uma mera especulação.
 
Santanna acabou com a hegemonia ou "monopólio" da Brasil Telecom no Governo Federal, deixando-a apenas com as ligações Interurbanas Internacionais. Mesmo assim, as ligações para os Estados Unidos e o Canadá ficarão nas mãos da empresa-espelho, que até agora não conseguia espaço no mercado corporartivo governamental.