WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Telebrás e PNBL --> Índice de artigos e notícias --> 2009
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Fonte:
Blog do Alexandre Porto - Origem: Valor Econômico
[09/04/09]
Eletronet gera
disputa e governo busca opções para Telebrás
Valor Econômico - A Eletronet, companhia que está há seis anos em processo de
falência, começa a despertar o interesse das operadoras de telefonia,
interessadas em sua estrutura de fibras ópticas que percorre 18 Estados
brasileiros. As empresas Oi, Vivo, Telefônica e Embratel estão atentas à
possibilidade de compra da empresa, afirmaram ao Valor fontes do setor de
telecomunicações.
Porém, o tema é delicado e não está em fase adiantada. Há uma vertente do
governo - que ganhou a simpatia da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil - que
prefere usar a rede da Eletronet para implementar uma infraestrutura estatal de
banda larga, administrada pela Telebrás.
A Eletronet tem 16 mil quilômetros de rede de fibra óptica - tecnologia que tem
despertado bastante interesse das operadoras fixas e móveis por sua capacidade
de transmissão de um grande volume de dados em altíssima velocidade. A
Eletrobrás é controladora da empresa, mas o grupo AES também tem participação
acionária nela.
A infraestrutura é complementar ao backbone (núcleo de uma rede de
telecomunicações) da Brasil Telecom (BrT) e é por isso que desperta a atenção da
Oi, explica um executivo da operadora. A Oi (ex-Telemar) concluiu em janeiro
deste ano a compra da BrT.
Por outro lado, a Oi elevou seu endividamento para adquirir a Brasil Telecom, e
isso pode fazer com que o apetite pela Eletronet seja menor neste momento. Para
companhias de telefonia móvel, a rede poderia ser usada na ligação das estações
radiobase, que costuma ser feita por meio de infraestrutura fixa.
A venda da Eletronet poderia ser um desfecho interessante para os credores da
empresa. Os principais são a Alcatel-Lucent, fabricante de equipamentos para
redes de telefonia, e a Furukawa, fornecedora de fibra óptica. No entanto, as
teles avaliam a possibilidade com muita cautela por causa do teor político que o
negócio envolveria. Antes de mais nada, não interessaria às operadoras se
indispor com a ministra da Casa Civil, pré-candidata à Presidência da República
nas eleições de 2010.
Uma ala do governo quer manter a Eletronet sob controle estatal e usar a rede da
companhia como peça-chave num projeto de revitalização da Telebrás. Essa ideia
conta com a simpatia da Casa Civil, do Ministério das Comunicações e tem como
grande entusiasta o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do
Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, que também integra o conselho de
administração da Telebrás.
Mas, para que isso aconteça, o governo precisa vencer um obstáculo jurídico que
hoje impede a aplicação de decisão do Tribunal de Justiça que autoriza a
devolução, para a Eletrobrás, da rede da Eletronet que está ociosa.
Como essa pendência vem se arrastando há meses, na semana passada o governo
tomou a decisão de procurar redes alternativas para colocar em pé o projeto de
reestruturar a Telebrás. Numa reunião na Casa Civil, ficou acertado que a
estatal voltará a ser uma companhia operacional, gestora de uma rede de internet
de alta velocidade.
Porém, se não for possível usar a rede da Eletronet, o governo vai buscar
soluções alternativas. Poderiam ser usadas, por exemplo, a infovia que passa
pelos dutos da Petrobras ou a rede de companhias elétricas estatais.
As ações da Telebrás, que têm pouca liquidez, subiram nos últimos dias, assim
como tem acontecido sempre que surgem notícias sobre a reativação da estatal. As
preferenciais fecharam ontem valendo R$ 0,33, com alta de 10%. As ordinárias
avançaram 7,5%, para R$ 0,43. (Heloisa Magalhães e Talita Moreira)