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Fonte: Monitor Mercantil
[10/08/09] Manter
a Telecom Brasileiras (Telebrás), um dos mistérios governamentais
Para alegria dos twitteiros, no pregão desta segunda-feira foram realizados 109
negócios com as ações da Telecom Brasileiras, que subiram 10,41% e chegaram a R$
0,53. Com isso, nas últimas 52 semanas, sem o menor fundamento, tais títulos
tiveram valorização de 269,23%.
O mais interessante é que o restolho da antiga e
poderosa Telebrás agora vive de umas poucas aplicações financeiras,
insuficientes para fazer com que a empresa apresente resultado positivo. A
Telecom Brasileiras tem 2,34 milhões de minoritários pessoas físicas e 65
investidores institucionais. O governo teria de dar maiores satisfações não só a
esses acionistas, bem como aos contribuintes brasileiros, pois a manutenção
dessa empresa está custando muito caro.
Para se ter uma idéia, somente os gastos com aluguéis chegam a R$ 407 mil,
enquanto a despesa com o pessoal fica em torno de R$ 1,61 milhão. Além disso,
existe um gasto mensal (será que é mesmo mensal ou a informação está errada?)
com a diretoria que é composta por apenas dois membros: Jorge da Motta e Silva,
presidente e diretor de Relações com Investidores, e Manoel Elias Moreira,
superintendente.
Ora, para que manter essa estrutura para uma empresa que anualmente gera
prejuízos, sendo que o do último exercício se situou em R$ 31,78 milhões e no
primeiro trimestre deste ano já foram registradas perdas de R$ 6,35 milhões?
Jorge Motta e Silva é jornalista, mas como foi chefe do gabinete do ministro das
Comunicações, deve entender do setor a ponto de conseguir explicar aos milhões
de minoritários como a empresa conseguiu as seguintes façanhas financeiras:
a) sem qualquer reserva, conseguiu passar o capital de R$ 219,46 milhões para R$
419,16 milhões;
b) enquanto isso, o patrimônio líquido passou de R$ 3,84 milhões para um
negativo de R$ 2,44 milhões; e
c) apesar do prejuízo de R$ 31,78 milhões, o saldo da conta de prejuízos a
amortizar só aumentou de R$ 414,81 milhões para R$ 421,16 milhões.