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Fonte: Carta Capital
[27/02/09]  Dilma e suas mãos de fada - por Mauricio Dias

Está nas mãos da ministra Dilma Rousseff o destino da Eletronet, uma super-rede de fibra óptica com 16 mil quilômetros de extensão, por meio das linhas de transmissão da Eletrobrás.

Mas a tomada de decisão é complexa, explosiva mesmo. Por essa razão saiu da alçada natural do presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz. A estatal controla a Eletronet com 49% das ações da companhia, por meio de sua subsidiária Eletrobrás Participações (Eletropar), nova razão da Lightpar a partir de setembro de 2008.

O assunto foi parar na Casa Civil pela mesma razão que um jabuti pode ser encontrado na forquilha. Está lá porque alguém colocou. No caso da Eletronet, a decisão foi parar na mesa de Dilma por decisão do presidente Lula.

A Eletronet, um projeto ambicioso de 500 milhões de reais, teve uma trajetória complicada e rápida. Criada em 1999 para prestar serviços de telecomunicações, a empresa faliu em 2003, sem estender a malha de fibras ópticas até os 22 mil quilômetros previstos, com muitos trechos rompidos e não recompostos, além de uma dívida da ordem de 600 milhões de reais, contraída junto a empresas fornecedoras, como Alcatel-Lucent e Furukawa, e com inúmeros clientes.

O destino a ser dado à empresa falida cria problemas, no governo e no PT.

Uma ala dos petistas sonha com a criação de uma estatal a partir da infra-estrutura da Eletronet já montada. Outra ala, porém, indiscutivelmente com mais poder de fogo, é favorável à transferência da empresa para o setor privado. O deputado petista Walter Pinheiro é desse grupo. Por diversas vezes ele já manifestou sua posição: “Não concordo. A que custo isso vai ser feito? Essa rede não tem agilidade nem capilaridade”.

Outras circunstâncias favorecem a decisão nesse caminho. Assim, um forte candidato à compra do espólio da Eletronet é a BrOi, dos empresários Carlos Jereissati e Sergio Andrade. Afinal, não custa lembrar que foi a ministra Dilma a grande estimuladora da compra, pela Oi, da Brasil Telecom. Com o dinheiro do BNDES. Tudo isso, portanto, faz um enorme sentido.