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Fonte:
Tele.Síntese
[03/06/09]
Bornhausen quer apressar debate sobre reativação da Telebrás - por Lúcia
Berbert
O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) tem pressa em marcar a audiência pública na
Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara para debater a reativação da Telebrás
(Telecomunicações Brasileiras), holding que controlava as operadoras de
telecomunicações privatizadas em 1998. Ele disse que tem informações de que o
governo pretende reativar a empresa já no mês de agosto, o que poderá causar
desequilíbrio no mercado.
O requerimento pedindo a realização da audiência, que discutirá a prestação de
serviços de telecomunicações, terceirizados ou não, para o governo e empresas
públicas e estatais, foi aprovado pela comissão na semana passada, mas ainda não
tem data para acontecer. Segundo Bornhausen, o serviço de telefonia para o
governo vem sendo prestado pela iniciativa privada, por meio de licitação. Ele
teme que, com reativação da Eletronet (backbone de fibra ótica) e,
principalmente, da Telebrás, esses serviços passem a ser prestados pelas
estatais, sem necessitar de processo licitatório. “Seria uma intervenção
desproporcional no mercado”, disse.
Em seu requerimento, o deputado alerta que o artigo 173 da Constituição
estabelece a exploração de atividade econômica pelo Estado somente quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo. “É dever do Poder Legislativo avaliar quais seriam as vantagens e
desvantagens para o país do retorno do governo central a essa atividade,
analisando custos e competitividade”, argumenta.
Bornhausen quer saber, entre outras coisas, se haverá algum impacto na geração
ou manutenção de empregos, tanto públicos quanto privados, com a reativação
dessas empresas. Ele se diz preocupado também com a qualificação dos
trabalhadores e qualidade dos serviços que poderiam ser prestados. A audiência
pública ainda não tem data marcada.
Há alguns anos, setores do governo defendem a reativação da Telebrás, com a
incorporação da Eletronet, empresa criada numa associação entre a americana AES
e a Eletrobrás e que se encontra em processo de falência, que corre na Justiça
Estadual do Rio de Janeiro. A Eletronet opera uma rede de fibras ópticas de 16
mil quilômetros, presente em 18 Estados brasileiros, com expectativas de
aumentar o backbone em mais cinco mil quilômetros. A Justiça já deu uma sentença
favorável ao governo, mas ainda julga recurso.
Este ano, a Telebrás recebeu um aporte de R$ 200 milhões, com o objetivo de
reequilibrar suas contas. Agora há informações de que o governo pretende
recompor o quadro de funcionários da estatal. A maioria dos servidores está
cedida à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), mas há servidores da
Telebrás em diversos outros órgãos federais.