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Fonte:
Teletime
[27/05/09]
Reativação da Telebrás será tema de audiência na Câmara - por Mariana Mazza
O projeto do governo de reativar a Telebrás, usando a rede ociosa da Eletronet,
será objeto de debate na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados.
A comissão aprovou nesta quarta-feira, 27, requerimento do deputado Paulo
Bornhausen (DEM/SC), convidando representantes da Telebrás, Anatel, Abrafix,
Telcomp, Oi, Telefônica, Embratel, Minicom e Ministério do Planejamento para
esclarecer quais as supostas vantagens de o governo voltar a prestar serviços de
telecomunicações e os eventuais impactos dessa iniciativa no setor. A data do
encontro ainda não foi agendada.
Em seu requerimento, Bornhausen lista cinco questões que nortearão a discussão.
Basicamente, o parlamentar quer esclarecer
- se o governo legalmente pode voltar a ser "empresário do setor de
telecomunicações";
- se essa oferta direta traz economia para a União e atende os interesses
coletivos; e
- se há impactos na geração ou manutenção de empregos públicos e privados caso o
projeto siga adiante.
Bornhausen também questiona
- se existem aspectos estratégicos e de segurança que tornam imprescindível o
governo controlar sua própria comunicação. "Quais são eles? Estes aspectos
surgiram apenas agora?", questiona o deputado.
A discussão pretende esclarecer ainda
- qual modelo é economicamente mais atraente para o governo, se a contratação
dos serviços de terceiros, como é hoje, ou a prestação por conta própria via
Telebrás.
Na justificativa para pedir a audiência pública, Bornhausen ressalta os avanços
obtidos com a privatização da telefonia e confronta este cenário com as
informações de que o governo estaria empenhado em reativar a Telebrás.
Uma das preocupações manifestadas pelo deputado é que a iniciativa do governo
afete o princípio da livre iniciativa no setor. "Apesar de todo esse avanço
(provocado pela privatização) e de suas vantagens para os usuários, e à vista
dos casos Eletronet e, principalmente, Telebrás, persiste no atual governo
federal uma manifestada intenção de, senão reestatizar o setor, interferir no
equilíbrio da competitividade naturalmente desenvolvida na iniciativa privada,
cujo supedâneo se encontra claramente na Constituição Federal e na Lei Geral de
Telecomunicações."