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Fonte:
Teletime
[31/03/09]
Oi descarta compra da Eletronet - por Rubens Glasberg e Fernando Paiva
Ao contrário do que foi noticiado pela coluna Radar da revista Veja na Internet
e pelo jornal O Estado de São Paulo, a Oi não comprará a Eletronet. Ou pelo
menos não a curto prazo e dentro dos termos que estão sobre a mesa no momento.
Quem informa é um executivo do alto escalão da operadora, segundo o qual o
negócio envolve muitos interesses distintos e conciliá-los seria muito
complicado. "Analisamos a Eletronet todo ano, como também o faz a Telefônica, a
Embratel e outros", relata a fonte. Ele lembra que o passivo da empresa é muito
alto e é preciso levar em conta o investimento que seria necessário para
transformar a Eletronet em um negócio rentável. Cruzando esses gastos com a
demanda por capacidade de rede no mercado brasileiro, o retorno de um
investimento desse tipo demoraria mais de 20 anos. Em outras palavras, a fonte
considera o negócio economicamente inviável no momento.
Coincidentemente ou não, nesta terça-feira, 31, após a publicação de algumas
notícias de que a compra da Eletronet pela Oi estaria próxima, as ações da
concessionária local de telefonia fixa na Bolsa de Valores de São Paulo
figuraram entre as maiores altas do dia. A TMAR5, preferencial da Telemar Norte
Leste, chegou a subir 10% durante o dia, encerrando o pregão com alta de 6,91%,
cotada a R$ 52,30. Os outros papéis do grupo Oi também subiram acima da média do
mercado, embora não com tanta força.
Eduardo Roche, analista do banco Modal, contudo, não vê de maneira positiva uma
possível compra da Eletronet pela Oi: "Com a aquisição da Brasil Telecom a Oi
passa a ter um backbone no país inteiro. Uma aquisição da Eletronet não
ofereceria tanta sinergia. Poderia ser até uma dor de cabeça. Mas tudo depende
do preço", comenta.
Briga judicial
Desde 2003, quando a Eletronet declarou falência, corre uma briga judicial pela
posse dos ativos da empresa e pelo pagamento de suas dívidas aos credores. De um
lado, as empresas de energia elétrica Chesf, Eletronorte e Eletrosul querem de
volta os ativos que haviam cedido para a Eletronet. De outro, credores, como
Furukawa e Lucent, querem receber centenas de milhões de Reais que a Eletronet
lhes deve. Os controladores da Eletronet são a Lightpar, que pertence ao Governo
Federal, e a LT Bandeirante, sócio privado que tem 51% das ações.