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Fonte: Adnews - Origem: O Globo
[24/11/09] Governo
poderá criar empresa de infraestrutura a provedores de web
O governo está estudando a criação de uma empresa para operar no mercado de
atacado de banda larga — ou seja, oferecendo infraestrutura para internet em
alta velocidade a provedores privados.
A nova empresa deverá ser competidora das operadoras de telecomunicações que já
prestam serviço neste segmento, o que, na avaliação oficial, ajudaria a reduzir
os preços.
Esta é uma das propostas a serem apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva na reunião de hoje com o grupo encarregado de elaborar o Plano Nacional de
Banda Larga.
A nova empresa contaria com 5 mil quilômetros de redes da Petrobras e da
Eletrobrás e, seguramente, apenas uma pequena parte dos cabos da Eletronet.
Empresa falida que tem a Eletrobrás como acionista, a Eletronet está com a
maioria de sua infraestrutura (97,3% do total) sendo usada por companhias do
setor elétrico ou sob disputa judicial. Furukawa e a Alcatel Lucent, principais
credores da empresa, cobram na Justiça o acerto de dívidas com acesso às redes
da Eletronet.
Mas, segundo fontes do setor, com a rede disponível hoje, somente seria possível
atender a escolas, postos de saúde e delegacias de polícia, formando uma pequena
rede governamental — e não montar o Plano Nacional de Banda Larga. Há cerca de
uma semana, o coordenador dos programas de inclusão digital do governo federal,
César Alvarez, já havia falado sobre o uso da rede da Eletronet para a promoção
de políticas públicas e “não para destruir mercados”.
Uma das hipóteses em análise é ressuscitar a Telebrás para ser a empresa a
coordenar esta rede. Na melhor das hipóteses, a estatal poderia começar a ser
ativada a partir de abril. Outra possibilidade é a realização de uma licitação
para a contratação de quem vai operar esta rede, colocando condicionantes.
Entre elas estariam o menor preço por megabites e o maior número de pontos
ligados.
Internet é cara para 70% dos que têm computador no país
Para atender ao consumidor final, no entanto, será necessário um outro modelo. O
governo precisa contar com a rede das empresas de telecomunicações, sejam elas
fixas ou móveis, que têm mais de 200 mil quilômetros de rede.
O Plano tem três desafios, segundo Alvarez: ampliar a cobertura de banda larga;
aumentar as capacidades de tráfego; e reduzir preços nos horizontes de 2010,
2012 e 2014. Para isto, segundo Alvarez e o ministro das Comunicações, Hélio
Costa, o presidente Lula quer destinar cerca de R$ 1 bilhão por ano para a
implantação do Plano, utilizando os recursos arrecadados do Fundo de
Universalização das Telecomunicações (Fust).
O resultado da pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil é que 70%
dos que têm computador não têm internet porque ela é cara. E, desses domicílios
que têm internet, apenas 13% têm acesso à banda larga, mas inadequada, a uma
velocidade ainda considerada ruim às necessidades da atualidade: cerca de 28K.
Fonte: O Globo