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Fonte: Convergência Digital
[24/11/09]
Banda Larga: Governo senta à mesa por plano nacional. Minicom divulga sua
proposta
Começou a reunião que definirá o esboço do Plano Nacional de Banda Larga do
Governo Lula. O encontro conta com a presença de executivos de todos os
ministérios. Para marcar a sua posição, o ministro das Comunicações, Hélio
Costa, já divulgou a sua proposta. O Convergência Digital disponibiliza a
íntegra do sumário executivo da proposta do Minicom.
Batizada de “Um plano nacional para banda larga – O Brasil em alta velocidade”,
a proposta tem 196 páginas e estabelece, entre outros pontos, um conjunto de
medidas para massificar, até 2014, a oferta de acessos à internet por rede banda
larga e promover o crescimento da capacidade da infraestrutura de
telecomunicações do país.
O projeto com subsídios para a elaboração do Plano Nacional de Banda Larga
levado pelo ministro das Comunicações ao presidente da República estabelece
metas a serem atingidas em cinco anos. Entre elas, elevar o número de acessos
fixos individuais no Brasil, nas áreas urbana e rural, para 30 milhões,
somando-se os acessos em domicílios, propriedades, empresas e cooperativas.
Outra meta prevista no texto do Ministério das Comunicações é atingir 60 milhões
de acessos banda larga móvel, entre terminais de voz e dados (com serviço de
dados ativo) e modems exclusivamente de dados até 2014.
O texto prevê o acesso à internet de banda larga a 100% dos órgãos de governo,
incluindo todas as unidades da administração federal, dos estados e municípios,
bem como a totalidade das 70 mil escolas escolas ainda não atendidas e situadas
em áreas rurais.
A meta do governo é atingir todas as 177 mil unidades de saúde espalhadas pelo
Brasil e as mais de 10 mil bibliotecas públicas, assim como os 14 mil órgãos de
segurança pública. A última meta estabelecida no Plano Nacional de Banda Larga
do Ministério das Comunicações é para ampliar a inclusão digital no país, com a
implantação de 100 mil novos telecentros comunitários até 2014.
O projeto do Ministério das Comunicações parte do diagnóstico de que o número de
acessos a internet em banda larga fixa atingiu aproximadamente 9,6 milhões em
dezembro de 2008. Isso corresponde a aproximadamente 17,8 acessos a cada 100
domicílios e 5,2 acessos a cada 100 brasileiros.
“Apesar do contínuo crescimento no número de acessos – taxa anual média de
crescimento de 49% entre os anos de 2002 e 2008 – observa-se uma forte
desaceleração a partir de 2004. Além disso, na comparação internacional com
países que, sob determinados critérios, apresentam condições semelhantes ao
Brasil – Argentina, Chile, China, México e Turquia –, o país apresenta baixos
níveis de penetração de banda larga”, aponta o texto.
O documento indica que, sem o plano nacional, o Brasil atingirá aproximadamente
18,3 milhões de acessos banda larga no final de 2014, o que corresponde a cerca
de 31,2 acessos a cada 100 domicílios, número bastante inferior à média de 37,0
acessos a cada 100 domicílios projetados para os países analisados.
De acordo com o documento, a expansão da oferta da banda larga no país busca
acelerar a entrada da população na Sociedade da Informação, promover maior
difusão das aplicações de governo eletrônico e facilitar aos cidadãos o uso dos
serviços do Estado.
Segundo ainda a proposta, a iniciativa do Ministério das Comunicações é um
esforço para contribuir para a evolução das redes de telecomunicações do país em
direção aos novos paradigmas de tecnologia e arquitetura que se desenham no
horizonte futuro, baseados na comunicação sobre o protocolo IP.
Um dos princípios do plano apresentado por Hélio Costa ao presidente Lula é
contribuir para o desenvolvimento industrial e tecnológico do país, em
particular do setor de tecnologias de informação e comunicação e aumentar a
competitividade das empresas brasileiras, em especial daquelas do setor, assim
como das micro, pequenas e médias empresas dos demais setores econômicos.
O documento prevê um conjunto de mecanismos direcionado aos aspectos
regulatórios e de redução tributária, com a perspectiva de promover a
massificação da banda larga, por meio de instrumentos de estímulo à oferta, à
demanda e a melhoria da qualidade, e do acesso aos serviços de telecomunicações
que lhe dão suporte.
O texto propõe a alocação do espectro de frequência para o provimento de
internet em banda larga, por meio de serviços baseados em redes sem fio, nas
faixas licenciadas de 450 MHz, 2,5 GHz e 3,5 GHz.
Para estimular a competição entre as empresas que atuam na área, a proposta do
Ministério das Comunicações prevê a estruturação dos ativos de fibras ópticas
detidas por várias empresas com participação e/ou controle estatal de forma a
viabilizar, a curto prazo, um novo backbone nacional, que permita a oferta dessa
capacidade de transporte de dados no atacado.
Outro ponto estabelece a necessidade de implantar pontos de troca de tráfego (PTT)
em todos os municípios do país com população superior a 100 mil habitantes, como
forma de melhorar a topologia da internet no Brasil, aumentar a conectividade e
reduzir custos de troca de tráfego, além de garantir a oferta
não-discriminatória de acesso ao backhaul das concessionárias do STFC, por meio
da oferta de infraestrutura para co-localização de equipamentos de rede (collocation)
nesses pontos.
Veja a íntegra do
Sumário Executivo do Plano para Banda Larga do Minicom (PDF - 800 KB)