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Fonte: Clipping da Abert
[25/11/09]
Uso da rede da Eletronet depende de briga na Justiça
Empresa falida opera infraestrutura de fibras ópticas de
16 mil quilômetros em 18 Estados do País
Renato Cruz
A Eletronet, que se encontra em processo de falência, opera uma rede óptica de
16 mil quilômetros, presente em 18 Estados brasileiros.
Ela usa a infraestrutura de transmissão de energia, com cabos chamados em inglês
de Optical Ground Wire (OPGW), que combinam uma parte metálica que serve de
para-raio e as fibras ópticas.
A Eletrobrás tem 49% de participação na empresa. O processo de falência da
Eletronet corre na Justiça Estadual do Rio de Janeiro.
O controle da operadora pertencia à americana AES, mas foi vendido ao empresário
Nelson dos Santos, que comprou 51% da Eletronet sem desembolsar praticamente
nada, em troca de assumir as dívidas. Santos foi o responsável por negociar as
dívidas da AES, referentes às empresas de energia que comprou no Brasil, com o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os principais credores da Eletronet são a Furukawa e a Alcatel- Lucent, que
forneceram a rede da empresa e acabaram sem receber uma dívida que já ultrapassa
R$ 600 milhões.
Em 2007, os credores chegaram a negociar a venda da Eletronet com o Serpro,
estatal ligada ao Ministério da Fazenda, que pagaria cerca de R$ 210 milhões
pela empresa, mas o negócio não foi para a frente.
O governo fez um depósito judicial de R$ 300 milhões, no processo de falência
que corre no Rio, para tentar retomar a rede.
Apesar de desatualizada, a Eletronet tem uma infraestrutura de abrangência
nacional que rivaliza com a da Embratel e da Oi.
Essa rede, no entanto, não tem capilaridade. Ou seja, ela chega a várias
cidades, mas não à porta dos usuários de banda larga.
Para isso, precisaria de um grande investimento em redes locais, ou de parcerias
com outras empresas.
Em agosto, o Tribunal de Justiça do Rio decidiu que o governo poderá assumir o
controle da fibra óptica não utilizada pela Eletronet.
Apesar disso, a posse dessa rede pelo governo ainda não aconteceu na prática,
dependendo de avaliações de peritos.