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Fonte: Tele.Síntese
[14/10/09]
Operadoras e indústrias querem incentivos para massificar banda larga - por
Lúcia Berbert
O crescimento da oferta de banda larga no país é inevitável, mas para ser
acessível para todos os brasileiros depende de política pública para incentivar
investimentos, liberação de espectro, redução de impostos, mudança nas
legislações estaduais e municipais de direito de passagem e até uso dos recursos
do Fust para subsidiar oferta em locais de baixo interesse econômico. São as
reivindicações dos representantes das operadoras e das indústrias que
participaram do painel “A Evolução da Banda Larga no Brasil e seus Impactos nos
Negócios Atuais e Futuros”, promovido hoje na Futurecom.
O diretor do Departamento de Universalização de Telecomunicações do Ministério
das Comunicações, Átila Souto, disse que o governo está ciente de todos esses
problemas e que muitos deles deverão ser atacados no Plano Nacional de Banda
Larga, ainda em elaboração. Ele confirmou que o Minicom apresentará uma proposta
ao plano diferente daquela que está sendo discutida entre os outros ministérios,
Casa Civil e Presidência da República. “Nós já temos uma proposta do Minicom,
que está sendo apresentada neste momento às empresas do setor para receber
subsídios”, disse.
Souto não quis adiantar pontos da proposta, mas assegurou que ela não será
baseada em novas obrigações para operadoras e que prevê a utilização das redes
de fibra ópticas do sistema elétrico. Ele não quis falar sobre a possibilidade
de reativação da Telebrás, como empresa para gerir essa rede pública, como
defende o projeto apresentado pelo secretário de Logística e Tecnologia da
Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna.
Números
O representante da Huawei, Marcelo Motta, antecipou alguns dos números da
pesquisa sobre acesso à internet no Brasil, encomendada pela empresa. Segundo o
estudo, em 2011, a banda larga móvel terá 20 milhões de assinantes, três milhões
a mais do que os acessos fixos. Em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, os
acessos móveis previstos são de 60 milhões, contra 30 milhões de usuários de
banda larga fixa. “E isso demandará investimentos pesados do setor”, disse.
Para o representante da Ericsson, Lourenço Coelho, o volume de recursos para
atender a demanda de banda larga deve ser semelhante ao que se deve investir
hoje na exploração do Pré-sal. O representante da Nokia Siemens, Wilson Cardoso,
lembrou que os Jogos Olímpicos de 2016 deverão aumentar ainda mais a demanda de
conexão. “Nas Olimpíadas na China, em um raio de 3 km em volta do estádio Ninho
de Pássaros, haviam 45 mil pessoas conectados ao mesmo tempo”, disse.
Já o representante da Acision, Rafael Steinhauser, entende que a solução para
massificação da banda larga poderá vir de serviços patrocinados, como os
bancários. “O uso desses aplicativos poderiam subsidiar o acesso das camadas
mais baixas da população”, disse.