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Fonte: Convergência Digital
[14/10/09]  Setor admite que gargalo da banda larga está na transmissão - por Ana Paula Lobo (com  Cristina De Luca)

Falta infraestrutura - por ausência de investimento e dificuldade de relacionamento e de compartilhamento da rede existente - para a oferta de serviços de banda larga no país, assumiram os presidentes das operadoras durante participação nesta quarta-feira, 14/10, no Futurecom 2009. As teles admitem que estão construindo redes próprias para contornar a ausência de oferta, mas reconhecem que se houvesse o compartilhamento a "infovia' nacional poderia ser montada mais rapidamente.

A maior parte das redes está concentrada nas grandes cidades. Quem tem infraestrutura em regiões mais distantes nem sempre está disposto a ceder o acesso. Esta foi uma das constatações feitas pelo presidente da Claro, João Cox. Segundo ele, a empresa está com rede pronta em 300 municípios, mas não tem como oferecer 3G por não dispor de uma rede de transmissão. Sem essa infraestrutura, não há como fazer a oferta de um serviço internet de qualidade.

"Está na hora de sentarmos à mesa e colocar todas as nossas pendências. Eu reivindico que possamos antecipar as metas de cobertura, se houver contrapartidas, assim como que se faça o compartilhamento de rede para que os custos não sejam elevados", enfatizou Cox.

Segundo ele, todas as teles, hoje, possuem entre 40 a 50 mil ERBs para 3G. A expectativa é que esse número quadruplique para atender à demanda. A mesma posição foi defendida pelo presidente da TIM Brasil, Luca Lucciani, em sua apresentação, reportada pelo Convergência Digital (leia aqui).

Na prática, não é a primeira vez que o compartilhamento de rede ou a ausência dele vem à tona. O presidente da Vivo, Roberto Lima, há dois anos, também num Futurecom, sugeriu que as operadoras dividissem o custo da construção das redes para aumentar a rentabilidade do capital.

Oriundo do mercado de cartão de crédito - segmento onde há esse acordo de infraestrutura -, ele não entendia o porquê de um acerto semelhante não ser fechado nas telecomunicações. A iniciativa, no entanto, nunca saiu do papel. Ao contrário. As operadoras fixas Oi e GVT brigaram e foram à Justiça por conta do compartilhamento, o unbundling, e houve a intervenção da Anatel.

Se as operadoras móveis, principalmente, assumem que falta transmissão, não foi esquecida a Eletronet, personagem central do plano defendido pelo secretário de Logística e TI do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, e causadora de divergências públicas no governo - o ministro Hélio Costa não compareceu à solenidade de abertura do Futurecom pela primeira vez desde que assumiu o cargo no Governo Lula.
<´p> Ao participar do painel no Futurecom, Octávio Azevedo, presidente do Grupo Andrade Gutierrez e um dos acionistas da Oi, foi direto ao assunto: "A Telebrás já deu o que tinha de dar". Mas o presidente da Alcatel-Lucent, Jonio Foigel - uma das empresas credoras da Eletronet - mostrou-se bastante satisfeito com o fato de a infraestrutura estar de volta à pauta.

"Estamos negociando para resolver do melhor modo o nosso problema", disse. E foi além. Em um momento em que a transmissão ou a falta dela passa a ser alvo de debates, garantiu: "A Eletronet é um ativo pronto e talvez um dos últimos disponíveis no Brasil. Precisa ser melhor aproveitado", completou.

Mais do que nunca, nesse primeiro dia do Futurecom ficou evidenciada a necessidade - rápida - de uma parceria entre as iniciativas pública e privada para que o setor possa funcionar de forma a atender ao cidadão brasileiro.