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Fonte: Teletime
[14/10/09]
Secretaria da Presidência faz discurso conciliador sobre plano de banda larga
- Mariana Mazza
Depois do embate entre Ministério do Planejamento e Ministério das Comunicações
por conta do Plano Nacional de Banda Larga, chegou a vez da Presidência da
República apresentar um discurso conciliador das diferentes vertentes sobre o
tema. Em apresentação nesta quarta-feira, 14, na Futurecom, o ministro-chefe da
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Daniel Vargas, defendeu a
participação das empresas de telecom no projeto, mas apoiou a exploração das
redes com viés político-social, como uma ferramenta de geração de concorrência e
desenvolvimento regional em pequenas localidades,
"Eu entendo que o Plano Nacional de Banda Larga que vem sendo pensado pelo
governo pode representar essa vinculação explícita entre o desenvolvimento das
telecomunicações e o desenvolvimento do país", analisou Vargas. Mas o ministro
ponderou que essa iniciativa não significa que o governo agirá "arbitrariamente"
no setor de telecomunicações. "Significa apenas que o governo poderá usar as
redes públicas para atuar onde é estritamente necessário", afirmou.
Esses locais "necessários" de atuação estatal seriam pequenas localidades onde
não há acesso às telecomunicações, por exemplo. Vargas sugeriu, nesses casos,
que o backhaul de atendimento tivesse capacidade de 64 Mbps e não de 8 Mbps,
conforme estipulado na troca de metas de universalização que viabilizou a
construção desta rede. Esse aumento de capacidade garantiria aos pequenos
municípios a mesma transmissão acertada hoje para atendimento das grandes
cidades.
Na visão de Vargas, a lógica de um plano de banda larga nacional deve passar
também pelo estímulo às demandas locais, mudando o paradigma estabelecido até
hoje na regulamentação da universalização dos serviços, onde o crescimento
geográfico é o grande parâmetro para a obrigação de atendimento. "Não pode haver
um determinismo geográfico para a inclusão digital".
Outros pontos regulatórios têm sido avaliados pelos grupos de trabalho que
avaliam o plano, segundo Vargas, como o unbundling e a regulamentação de
operadores virtuais de rede. De qualquer forma, o ministro garantiu que o
trabalho que deve ser concluído no início de novembro pelos grupos é apenas o
início de um debate, onde o governo levará em consideração a opinião de empresas
e da sociedade. "Esse é um assunto que deve ser, e será, o resultado de um amplo
debate entre governo, segmento empresarial e a sociedade", afirmou. O método de
estabelecimento desse debate - se por consulta pública, constituição de novos
grupos de trabalho ou outro sistema – ainda não está definido.