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Fonte: Estadão
[16/09/09]
Banda larga pública pode começar em 2010 em 3 capitais - por Gerusa Marques
BRASÍLIA - A nova estrutura nacional de banda larga pública, que vem sendo
estudada pelo governo, poderá começar a funcionar em seis meses pelas cidades de
Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A previsão é do ministro das
Comunicações, Hélio Costa, que discutiu o assunto, na terça-feira à noite, com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e com os ministros do Planejamento, Paulo
Bernardo, da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, e da Educação, Fernando
Haddad.
Segundo Costa, Lula determinou aos ministros que apresentem, em 40 dias, uma
proposta "objetiva" de política pública de banda larga, hoje restrita apenas a
cerca de 10 milhões de acessos. "O Brasil tem que ter acesso à banda larga em
todos os municípios, com qualidade e com velocidade", disse Hélio Costa,
lembrando que para isso é necessário uma infraestrutura "extraordinária". Uma
das ideias do governo é ressuscitar a antiga estatal de telefonia Telebrás para
que ela seja a gestora deste programa, mas essa decisão ainda não foi tomada.
Segundo Costa, isso será decidido depois que os ministros apresentarem suas
propostas.
As conversas, segundo o ministro, já estariam em andamento para utilizar, de
imediato, as redes de fibra ótica da Petrobras e de Furnas, no circuito Belo
Horizonte, Rio e Brasília. Em um segundo momento, seria incorporada a rede da
Eletronet , que tem 16 mil quilômetros de fibras óticas, ligando o Rio Grande do
Sul ao Ceará.
Costa lembrou que já há uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro para que as
fibras da Eletronet sejam devolvidas ao governo. Ele adiantou, no entanto, que a
revitalização dessas fibras deverá ser feita a "longo prazo". A Eletronet foi
criada em 1999 por empresas de energia elétrica para prestar serviços de
telecomunicações, mas entrou em falência em 2003, deixando sem uso suas redes.
A iniciativa do governo segue uma tendência de reforçar a presença do Estado em
áreas consideradas estratégicas, como já vem ocorrendo no setor de petróleo,
eletricidade, mineração e bancário. Costa, no entanto, nega que seja intenção do
governo transformar esta nova estatal de telecomunicações em uma empresa para
competir com as operadoras privadas que já atuam no País, em um processo de
reestatização do setor, que foi privatizado em 1998.
"Não tem a menor chance. O governo não vai fazer uma coisa que as empresas fazem
muito bem. Não vamos competir. Pelo contrário, queremos a participação dessas
empresas neste projeto", afirmou.
As teles poderiam, na opinião do ministro, entrar no projeto para levar a banda
larga até o usuário final. Como as fibras da Petrobras, Furnas e Eletronet
formam grandes redes - como uma espinha dorsal - faltariam as ramificações para
interligar as cidades.
O ministro considerou inevitável a implantação de um programa de banda larga
pública no Brasil. "Nós temos que fazer a inclusão digital. O mundo moderno
exige isso, o País exige isso. Nós estamos atrás da Argentina, da Venezuela, da
Colômbia (em acesso à banda larga). O Brasil não pode estar atrás", afirmou. A
prioridade será atender escolas e as áreas de segurança pública e telemedicina,
interligando delegacias de polícia, hospitais e postos de saúde, por exemplo.
Participam ainda do grupo de estudo, o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), a Advocacia Geral da União (AGU), e as agências de
Telecomunicações (Anatel) e de Energia Elétrica (Aneel).
Comentário de um leitor do Estadão:
A Eletronet ao contrário do informado vem sendo
largamente utilizada como Backbone por centenas de Provedores de Acesso Internet
e também por diversas operadoras de Telecom para transporte de sistema de
Telefone e Dados. Maiores informações no site
www.unotel.com.br . Hoje
os provedores de Acesso via Rádio respondem por 20 por cento de todos os acessos
instalados no país, porém nunca são citados quando a notícia é Banda Larga.