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Fonte: Tele.Síntese
[09/04/10]
Reativação da Telebrás ainda enfrenta restrições no governo, admite Santanna
- por Lúcia Berbert
A indicação da Telebrás como gestora do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL)
ainda não está fechada, mas já há um entendimento dentro do governo dos riscos e
vantagens para que isso aconteça. A informação é do secretário de Logística e
Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna.
Segundo ele, a decisão final será do presidente Lula, que deverá ser anunciada
em um prazo de 15 dias.
Santanna admitiu que na reunião de ontem sobre o PNBL, o representante do
Tesouro Nacional apresentou algumas objeções à reativação da estatal e que
algumas são legítimas, mas disse que também foram levantados os riscos e
vantagens para a criação de uma nova empresa. Ele disse que ainda não sabe se a
posição do governo é de que seria necessário sanear o passivo da empresa,
avaliado em mais de R$ 200 milhões, antes de reativá-la.
- Não posso responder isso pelo governo, mas eu posso, por exemplo, fazer uma
análise com base no balanço publicado pela Telebrás. Se olharem o balanço verão
que a análise do passivo está publicada no balanço e vão notar o quanto ela
pagou nos últimos anos de indenização, de perdas judiciais. Embora ela tenha um
provisionamento de R$ 200 e tantos milhões, ela vem pagando R$ 1 milhão todos os
anos. Então, é lícito pensar que essa série continue até que haja um episódio.
Se mantida a tendência dos últimos dois anos, pode se intuir que deverá
acontecer coisa similar. Isso pode mudar a partir de 2012, que tem o julgamento
de uma causa de maior valor, que envolvem os fundos de pensão, que é coisa de R$
160 milhões”, disse Santanna.
Questionado sobre a possibilidade da participação da Oi vir a inviabilizar a
reativação da Telebrás, Santanna não quis responder. “Não depende de mim. A
posição que defendo no governo é claramente conhecida. Eu sempre digo que em
governo a gente sempre tem que ter opinião. Eu defendo uma opinião. Se ela vai
ser adotada, ou aperfeiçoada, é parte do processo”, desconversou.
Para Santanna, o atraso na definição do PNBL, que estava prevista para acontecer
ontem, se deveu à ausência do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que poderia
esclarecer melhor questões ligadas ao financiamento do plano. “Não sei o que o
presidente Lula pensa sobre o assunto, não posso responder por ele que é quem
coordena a reunião, mas eu senti na fala do presidente que ele sentiu a ausência
do ministro Guido, que embora tenha sido representado pelo seu
secretário-executivo e seus auxiliares. Então, ele suspendeu a reunião e pediu
que a gente fizesse uma análise mais detalhada com o próprio ministro. O
ministro do planejamento, a minsitra da Casa Civil e o grupo que está
trabalhando nisso, já estão tentando esclarecer alguns pontos sem consenso. Mas
a reunião avançou bastante”, avaliou.