WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil
--> Bloco Tecnologia
-->
Telebrás e PNBL
-->
Índice de artigos e
notícias
--> 2010
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao
longo do tempo
Fonte: Correio Braziliense
[09/04/10]
Gula por controle de estatais - por Karla Mendes e Denise Rothenburg
Principais partidos da base de Lula, PT e PMDB brigam por empresas públicas.
Não querem abrir mão nem sequer da quase extinta Telebrás
O troca-troca nos ministérios atiçou a queda de braço entre PT e PMDB por
mais cargos no governo. A ambição é tanta que até mesmo a Telebrás — empresa
quase extinta em 1998, quando houve o processo de privatização do setor de
telecomunicações, e que carrega dívida estimadas em R$ 400 milhões —, entrou
no rol de interesses de parlamentares ávidos por tirar proveito desse final
da administração Lula. O apetite decorre do desejo do presidente da
República de reativar a estatal para coordenar o Plano Nacional de Banda
Larga (PNBL), programa que visa levar internet rápida a preços baixos para
todos os municípios brasileiros.
Três candidatos estão na briga (1). Um deles é Rogério Santanna, secretário
de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento. “Ele
é candidato declarado por tudo que tem trabalhado para que o plano de banda
larga saia do papel e pela defesa em prol da reativação da Telebrás”,
afirmou ao Correio um funcionário de alto escalão do governo. Santanna,
apontado com o primeiro nome do PT para a Telebrás, tem relação bastante
estreita com Lula, mas há resistência à sua indicação em torno do
presidente. “O (ministro da Fazenda, Guido) Mantega, por exemplo, não gosta
dele”, contou o servidor.
As justificativas de Mantega para não avalizar o nome de Santanna são a
forma idealista e sonhadora com que o secretário expõe seus projetos e a
postura radical em relação às operadoras de telefonia. “Quando Santanna foi
para o Planejamento chegou a propor a reestatização do setor de telefonia.
Felizmente, hoje ele não é tão radical. É uma pessoa que evoluiu tanto do
ponto de vista político quanto intelectual”, disse outro integrante do
governo. Ele lembrou que, caso a Telebrás renasça das cinzas mas Santanna
seja preterido, a outra opção do PT seria André Barbosa, assessor especial
da Casa Civil. O problema é que também há entraves para a nomeação dele, por
ser muito acadêmico. “Ele é um cara para pensar, não para executar”,
comparou o funcionário palaciano.
Nada de coveiro
A Telebrás é presidida hoje por Jorge Motta e Silva. Ele está no cargo há
cinco anos e conseguiu sobreviver nesse período sem problemas porque ninguém
aventava a possibilidade de a estatal voltar a operar. Motta sequer tinha o
apoio do ex-ministro das Comunicações Hélio Costa, que deixou o posto para
disputar o governo de Minas Gerais pelo PMDB. Ele foi indicado em 2004,
antes de Costa assumir o ministério. Mas com a ascensão de José Artur
Filardi ao comando da Pasta, acabou ganhando força para continuar no cargo,
pois tem boa relação com o novo ministro. Fora isso, se for mantida a linha
de que o PMDB é o “dono do pedaço” das Comunicações, sua chance aumenta de
continuar onde está, apesar das críticas de não ter formação técnica em
telecomunicações.
Dentro do governo, gente graúda diz é que Motta está defendendo aos quatro
cantos a sua permanência na Telebrás. O apego do executivo à companhia ficou
explícito durante a 38ª Assembleia Geral Ordinária (OGU) da companhia,
realizada quarta-feira em Brasília, à qual o Correio teve acesso. Quando
questionado por acionistas minoritários sobre a reativação da estatal, ele
respondeu: “Se for intenção do governo fechar a Telebrás, peço que me avisem
com 24 horas de antecedência, pois não serei eu o seu coveiro”.
Apetite desmedido
Com a garras afiadas, PT e PMDB também se digladiam nos bastidores do
governo pelo comando da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os
petistas defendem que a presidência da empresa vinculada ao Ministério do
Planejamento, tradicional feudo do PMDB, fique a cargo de Sílvio Isopo
Porto, que hoje responde pela diretoria de Política Agrícola e Informações
da empresa. Os peemedebistas, que transferiram Wagner Rossi da presidência
da Conab para o lugar de Reinhold Stephanes no ministério pretendem emplacar
a todo custo Carlos Magno Brandão para a companhia.
1 - ECT e Serpro
A briga envolvendo a Telebrás vai além. Apesar de já descartada, a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), rateada entre o PT e o PMDB,
continua sonhando em tocar o plano de internet de banda larga. Com chance
real de enterrar de vez a Telebrás está o Serviço Federal de Processamento
de Dados (Serpro), ávido por assumir o programa. A expectativa é de que o
presidente Lula ponha um ponto final nesta disputa rapidamente.
O número
R$ 400 milhões
Total das dívidas estimadas para a ex-controladora do sistema de telefonia
do país