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Fonte: Último segundo - Origem: Agência Estado
[12/04/10] Presidente
da CVM afirma que é 'difícil' punir autoridades
Questionada sobre a capacidade de a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) punir
autoridades, em particular no caso da Telebrás, a presidente da autarquia, Maria
Helena Santana, respondeu, que "depende" e que "é difícil" que isso ocorra. Ela
justificou que ministros e outros gestores públicos "não são participantes
regulados" pelo órgão.
Os papéis da Telebrás têm variado de acordo com as declarações contraditórias de
ministros e até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a utilização ou
não da companhia no Plano Nacional de Banda Larga. A empresa praticamente não
tem ativos desde a privatização das telecomunicações na década de 90.
Tentando contextualizar a resposta para estatais em geral, e não só a Telebrás,
Maria Helena lembrou, sem citar nomes, que o ex-governador de São Paulo Cláudio
Lembo fez um acordo com a CVM para encerrar um processo em que fez uma
divulgação chamada pela presidente da autarquia de "irregular" sobre a Nossa
Caixa. Ela afirmou que é possível punir os controladores das empresas porque
esses são identificados por lei.
"Ministros e outros gestores públicos é muito mais difícil (de punir). É uma é
discussão que pode haver, mas, sinceramente, eu acho bem mais difícil na medida
que eles não são participantes regulados", disse Maria Helena, em entrevista
coletiva durante evento da Associação Brasileira de Private Equity & Venture
Capital (ABVCAP), no Rio de Janeiro. Ela prosseguiu afirmando: "o que a gente
precisa como sociedade é evoluir - e os gestores públicos fazem parte dessa
sociedade - e compreender que as companhias abertas e as negociações delas no
mercado não podem estar expostas nem ao cara do chat que fica querendo dar
informação que ele não confirmou para direcionar o papel e nem, eventualmente,
pela opinião de gestores públicos sobre empresas estatais".
A presidente da CVM disse também que o mercado tem que ser tratado com respeito,
que a informação precisa sair pelos canais "devidos" e para todos ao mesmo
tempo. Foi então interrompida por uma repórter que perguntou se ela estava
mandando um recado para o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Maria Helena
respondeu que estava apenas respondendo a uma pergunta. De acordo com ela, a
preocupação com o mercado "não é uma coisa que está na cabeça de todo mundo" e
lembrou que "não temos 200 anos de bolsa no Brasil".