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Fonte: Tele.Síntese
[14/04/10]  Banda larga: presidente da Claro acusa Oi de querer perpetuar o monopólio - por Por Miriam Aquino

O presidente da Claro, João Cox, acusou a Oi de querer perpetuar o monopólio ao apresentar ao governo a proposta para ser a principal parceira do Poder Executivo na implantação do Plano Nacional de Banda Larga. "É muito estranho que a empresa que inicialmente reagiu contrariamente a este plano queira ser agora o seu principal agente", afirmou ele. Cox assinalou que, ao contrário dos porta-vozes da Oi, que atacaram o plano logo que foi lançado pelo governo, ele foi o primeiro a se posicionar a favor da intervenção do Estado para acelerar a implementação da banda larga. " Já na primeira reunião do empresariado com a Casa Civil eu me manifestei a favor do plano", assinala.

O executivo não acredita, no entanto, que o governo irá dar exclusividade para a Oi e espera que a política seja debatida com toda a sociedade. Para ele, não se pode falar em banda larga sem levar em consideração as operadoras de celular, visto que são essas empresas que têm condições de fazer os investimentos na última milha.

Embora Cox concorde que a demanda por linhas de transmissão seja enorme e que toda a fibra deve ser usada, ele observa que, com as redes que estão sendo construídas pela iniciativa privada (a Claro acaba de participar de um novo consórcio para a construção de backbone que vai ligar a região sul do país à cidade de Cuiabá) em pouco tempo não haverá mais problemas com a transmissão, permanecendo apenas a necessidade de investimentos na última milha.

E ele acredita que as celulares podem contribuir mais do que as operadoras fixas. "É preciso fazer uma discussão séria sobre se se quer privilegiar a classe A, que tem banda larga fixa na Avenida Paulista, mas não paga a taxa do Fistel, em detrimento da população de baixa renda que paga banda larga mais cara. Só o celular pode massificar o serviço, mas recolhe R$ 4,00 de Fistel por ano por cliente", completou.

Programa paulista

Para Cox, o programa de banda larga popular de São Paulo -que tirou o ICMS para a oferta de R$ 29,90 - não deslanchou porque as condições impostas são impossíveis de ser cumpridas. "Se se quer fazer um programa sério, temos que discutir a velocidade desta banda larga popular e o consumo. Um mega ilimitado, conforme estabeleceu o programa paulista, inviabiliza qualquer iniciativa", concluiu.