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Fonte: Teletime
[03/08/10] Telebrás
quer ir para "Novo Mercado" (de ações) - por Mariana Mazza
Nota de Helio Rosa:
Fonte: Wikipédia
Novo Mercado é, segundo
a nomenclatura da BM&F Bovespa, o conjunto das empresas que se encontram no mais
avançado nível de governança corporativa. Essas companhias se comprometem, de
forma voluntária, a adotar práticas que excedem as exigências da legislação, com
referência à governança corporativa e aos direitos dos acionistas.
HR
Entre outros requisitos, as empresas listadas no Novo Mercado só podem emitir
ações com direito a voto (nas assembleias de acionistas), ou seja, o capital
social dessas empresas é inteiramente constituído de ações ordinárias. Este é o
principal avanço do Novo Mercado, em relação à legislação. 1
A valorização e a liquidez das ações são influenciadas positivamente pelo grau
de segurança oferecido pelos direitos concedidos aos acionistas e pela qualidade
das informações prestadas pelas companhias.
As críticas à Telebrás e ao governo sobre riscos de gestão na estatal fizeram
com que a empresa traçasse um plano ambicioso: levá-la ao Novo Mercado de ações
da Bovespa. A relação entre as críticas e a proposta, divulgada nesta
terça-feira, 3, pelo presidente da estatal, Rogério Santanna, está no fato de a
empresa precisar ter as melhores práticas de governança corporativa para sonhar
em um posto no Novo Mercado.
"A perspectiva que o governo trabalha é a de dar muita transparência a essa
gestão, caminhando para o Novo Mercado", anunciou Santanna. O projeto é de longo
prazo e segundo estimativas de fontes não levará menos de dois anos para dar
resultados. Mas as primeiras ações devem ser iniciadas desde já, aproveitando a
reestruturação da companhia para criar departamentos e processos de trabalho
mirando nas boas práticas de governança.
Trilhão de ações
Um ponto ainda obscuro na trajetória para o Novo Mercado é como a Telebrás
lidará com o seu montante de ações no mercado, um dos maiores em circulação por
conta do Plano de Expansão, onde clientes da estatal viraram acionistas.
Atualmente, a companhia possui nada menos do que 1,097 trilhão de papéis em
circulação na Bovespa.
No Novo Mercado há uma regra de que os privilégios das ações ordinárias devem
ser extendidos às ações preferenciais (direito à voto, por exemplo) e novas
ações preferenciais não podem ser emitidas. Assim, a tendência das companhias
que aderem a esse modo de operação na bolsa é extinguir as ações preferenciais,
mantendo apenas as ordinárias. No caso da Telebrás, significaria transformar 210
bilhões de papéis preferenciais em ordinários ao longo dos próximos anos.
Como isso será feito - e mesmo se será feito - é um tema ainda em aberto na
empresa. O primeiro desafio nessa área é baixar o volume de ações em circulação,
provavelmente aglutinando-as em blocos maiores como forma de assegurar que os
papéis terão o mesmo valor.
O assunto chegou a ser levantado nesta terça-feira, 3, durante a Assembléia
Geral Extraordinária (AGE) realizada pela estatal. O tema foi levado à tona
pelos representantes dos acionistas minoritários e deve ser tratado mais
profundamente em uma próxima assembléia, ainda sem data marcada.
Por enquanto, apenas uma coisa é certa: a Telebrás não fechará seu capital.
Santanna descartou completamente esta hipótese, que voltou a circular no mercado
na semana passada.