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Fonte: Teletime
[09/12/10] Anatel
aprova nova destinação do 450 MHz - por Mariana Mazza
O Conselho Diretor da Anatel aprovou nesta quinta-feira, 9, a nova destinação da
faixa de radiofrequência de 450 MHz. Utilizada atualmente para comunicações
privadas de empresas (como a Petrobras), serviços limitados que usam
radiocomunicação (como radiotaxis) e pela Polícia Federal em comunicações de
segurança pública, a faixa passará agora a ser liberada apenas para a prestação
de serviços telefônicos em áreas rurais.
A mudança faz parte das ações previstas no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL)
como um dos meios de expansão da Internet em alta velocidade no país. Para
garantir que o governo tenha mais de uma opção no uso dessa faixa, a Anatel
decidiu colocar uma salvaguarda no regulamento com relação ao processo de
licenciamento dessas radiofrequências. A previsão inicial era de que a Anatel
licitaria a faixa entre as concessionárias de telefonia. Mas agora o texto
permite também que, caso a União deseje, a faixa seja utilizada por empresas
públicas, como o Serpro, a Dataprev e, especialmente, a Telebrás.
Caso esta opção seja escolhida, a Anatel fará um chamamento público das empresas
estatais e poderá consignar o uso da radiofrequência à própria União, tendo como
prestadores do serviço as empresas públicas. Essa nova alternativa pode
comprometer os planos da própria agência de impor metas de universalização às
concessionárias na área rural.
Isso porque as concessionárias de telefonia fixa - principalmente a Oi, que
teria o maior número de metas na área rural - contam com a faixa de 450 MHz para
poder cumprir as obrigações sugeridas pela Anatel. Segundo interlocutores das
teles, a Anatel teria inclusive sinalizado que a faixa de 450 MHz seria cedida
para o cumprimento das metas. Mas se a faixa ficar nas mãos da União, a agência
provavelmente terá que retirar essas exigências de expansão rural do novo Plano
Geral de Metas de Universalização (PGMU III).
O bloco de radiofrequência que será liberado com a nova destinação do 450 MHz é
bastante pequeno (7 MHz + 7 MHz). Isso faz com que apenas uma empresa possa
utilizar a faixa, daí a impossibilidade de uma solução híbrida, onde apenas uma
parte das frequências seria utilizada pela União, deixando o resto para a
disputa das concessionárias. Na prática, o governo só terá duas opções: manter
as metas do PGMU e, necessariamente, vender a faixa às teles para que as
obrigações sejam cumpridas; ou desistir das metas e utilizar a faixa por meio de
estatais como parte do PNBL. A Telebrás já teria demonstrado interesse em
utilizar o 450 MHz, mas o governo não tomou ainda uma decisão final sobre o
assunto.